:: ‘Valdir Barbosa’
Restaurante de Dalva: Valdir Barbosa presta uma homenagem a essa ilustre senhora
A melhor galinha caipira da cidade você encontrava no Restaurante de Dalva, situado na Avenida Fernando Spinola, frequentado por boêmios, políticos, empresários e intelectuais.
Muito oportuna a homenagem que o delegado aposentado Valdir Barbosa presta a essa amiga e excelente profissional da arte de cozinhar. Acompanhe o belo texto do autor: :: LEIA MAIS »
É, Wesley, nada a declarar, só lamentar
Por Valdir Barbosa
Na década de noventa tive o privilégio de ministrar a aula inaugural, do primeiro curso de Gerenciamento de Crise oferecido pela Academia da Polícia Militar do Estado da Bahia, nossa briosa e centenária instituição. O balizamento da matéria definido naquele fórum e oriundo do conceito formulado pelo F. B. I., assim dita:
“Fenômeno sócio-político-administrativo que possui natureza crucial e necessita de uma intervenção especial dos órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social, coordenados pela Polícia, objetivando abordá-lo, entendê-lo e solucioná-lo de forma a preservar vidas humanas. Uma crise é um problema de grande gravidade e urgência que os órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social devem identificar, entender e juntos buscarem soluções aceitáveis objetivando sempre preservar vidas humanas e aplicar a Lei”. :: LEIA MAIS »
“Cabeça de camarão” e sua saga (Qualquer Semelhança é Mera Coincidência)
Por Valdir Barbosa
Grande metrópole, Dry Mangrove – (Mangue Seco) – foi surpreendida por ação ousada de marginais que invadiram o prédio do Bigland Bank, ali sediado, conseguindo subtrair dos seus cofres, após manter por várias horas funcionários da tesouraria daquela instituição, sob grave ameaça, mais de cem milhões de escudos.
Durante muitos meses, o Delegado Manoel Marques de Melo Rego, com ajuda inestimável do alcaguete Jacu Paraquedista, também conhecido como “Cabeça de Camarão”, assaz conhecido nas bandas de Bitter Oil -(Indiaroba) -, capital da promissora região produtora de pescados e crustáceos. :: LEIA MAIS »
Coragem para mudar
Por Valdir Barbosa
Soteropolitano de nascença, me pus, em meados dos anos setenta, nas bandas do sudoeste baiano. Fi-lo, ao iniciar minha carreira profissional, pois tudo começou quando assumi o cargo de Delegado de Polícia, em Itapetinga e sabem disto, aqueles que me conhecem de perto, bem como outros personagens que, com paciência leram livro de memórias que lancei – SAQUES E TIROS NA NOITE – ou textos publicados por mim, ao longo dos derradeiros tempos, aliás, tenho dito que a existência de todos nós se divide em duas fases, uma de fazer história e outra de contar histórias, atualmente, vivo com intensidade a derradeira, a despeito de continuar atuando agora como consultor, no segmento ao qual me dediquei na seara pública, por quatro décadas.
Naquele canto do nosso imenso Estado, sobretudo em Vitória da Conquista, cidade polo de toda a região que envolve seu entorno plantei amores e amigos, assim, graças a Deus, a semeadura frutificou com abundancia, na forma de filhos, netos e outros fraternos conhecidos que foram vindo, figuras capazes de me fazer feliz e realizado. Não tenho dúvidas de que tudo faz parte de uma organização cósmica perfeita, onde nada é por acaso, destarte, todos que veem até nós, no plano da atualidade, em algum instante dos tempos sumidos estiveram conosco, assim, o reencontro objetiva resgatar equívocos, ou referendar acertos dos tempos sumidos. :: LEIA MAIS »
Sócio Honorário
Por Valdir Barbosa
A vida, este especialíssimo presente divino, vez em quando, nos faz passear na esteira da saudade, quando cuidamos de reviver instantes de grata satisfação, pavimentando a estrada do presente, para projetar o futuro com esperança renovada.
Na década de noventa, não precisarei aqui o exato ano, após operação arriscada, onde cuidei de comandar o resgate de duas crianças, na cidade de Jacobina, filhas do tesoureiro do Banco do Nordeste, reféns, por alguns dias, de bandidos perversos que invadiram a casa onde residiam, missão exitosa, muito embora, agente policial que se pôs na condição de refém, dentro da estratégia de negociação que permitiu a liberdade dos infantes tenha sido baleado na nuca, por um dos meliantes, durante a fuga, quando um dos indivíduos foi abatido. Seu nome, Raimundo Nonato, investigador dos mais completos que ocupou os quadros da instituição à qual servimos, parceiro que esteve ao meu lado em várias empreitadas difíceis, felizmente, naquela oportunidade escapou com vida e continuou, ainda por longo tempo emprestando sua contribuição a instituição na qual militou com galhardia, porém, hoje já não se encontra mais entre nós tendo partido para a senda do infinito.
Cuido de lembrar do episódio, no intuito de referir termos sido – eu e ele – agraciados com títulos honoríficos, concedidos pelo então Governador do Estado, Antônio Carlos Magalhães que nos fez condecorados, na condição de Comendador da Ordem do Mérito do Estado da Bahia e Cavaleiro da Ordem do Mérito do Estado da Bahia, respectivamente, em solenidade realizada no Palácio da Aclamação. :: LEIA MAIS »
Ego amadurecido (Tributo a Robson Marocci)
Bem-apessoado, simpático, elegante e tranquilo, fala mansa, bom vivedor, apreciador dos prazeres que nos oferece a existência, cortês no trato com todos, do tipo diplomata, mas, dono de argúcia apurada, sagacidade esmerada e coragem pessoal decidida, predicados estes que o fizeram exercer por décadas, com proficiência, a carreira que abraçou desde muito jovem.
Pude conhecê-lo, no apagar das luzes da década de setenta, depois que debutei, na condição de Delegado de Polícia, em Itapetinga e adjacências, área do sudoeste baiano. Nesta época gravitei no entorno da velha Secretaria da Segurança Pública, fincada à Praça da Piedade militando como plantonista, na antiga Delegacia de Furtos e Roubos, bem como na Primeira Delegacia, cujos titulares eram Vitória Régia e Nelson Machado, respectivamente.
Em seguida, já iniciando os anos oitenta cumpri tarefas na Quarta e Terceira Delegacias, localizadas nos bairros de São Caetano e Ribeira, capitaneadas pelos saudosos Drs. Adilson Santos e Antônio Brandão findando, porque não dizer, este estágio probatório, na mesma Furtos e Roubos, só que em sua nova sede, da Baixa do Fiscal, diante da batuta magnífica de Dr. Raimundo Lisboa.
Daí, após integrar quadros do CEOP, onde pontuaram Humberto Dantas, Edvaldo Lins, Chico Neto, Ildomar Rodeiro, Itamir Casal, Marcos Edson, Raimundo Gonzalez, o primeiro e último desta lista já longe de nós, laborei na capital e muitos outros cantos do Estado, do País e até fora dele, a interesse da segurança pública baiana culminando na assessoria de dois Secretários – Francisco Neto e Kátia Alves -, até quando alcei o mais alto posto da instituição policial civil. :: LEIA MAIS »
CIPRESTES (PARA RONALDO PINTO)
Por Valdir Barbosa
Quando o filho de Seu Zoroastro descia, logo cedo, em rápidas passadas, a Rua Coronel Gugé, para abrir a loja herdada do pai e fundada há mais de oitenta anos, antes que acessasse o famoso Beco da Tesoura era possível ver bigode farto que escondia um sorriso enigmático, próprio dele mesmo. Em verdade, durante muito tempo, a Casa Cipreste foi local onde se comprava eletrodomésticos e realizava conserto de ferros elétricos, época na qual, não eram praticamente descartáveis tais utensílios.
Sua rotina diária, de segunda a sexta e nos sábados, pela manhã, consistia na atenção aos clientes, muitos deles fidelíssimos, aos quais, durante décadas serviu com distinta educação, traço da sua polidez admirável. Às vezes, nos hiatos da atividade laboral era possível vê-lo sentado num banco, costumeiramente postado quase em frente ao seu estabelecimento, em longas conversas triviais, com velhos amigos frequentadores do lugar. :: LEIA MAIS »
Soluções aceitáveis (Ao meu colega e amigo Márcio Alan)
Por Valdir Barbosa
Nos semáforos, os palhaços estão tristes,
Os malabares, suspensos, não no ar,
Aos precisados, lhes pergunto: subsistes?
Por quanto tempo será possível suportar?
Quem tem um lar, mesmo uma casa pequenina,
Onde é possível, se abrigar na quarentena,
Mas, para quem, o sol, a lua, vento e neblina,
São o refúgio, esconderijo,
horrível cena!
O animador que lhe sorri na sinaleira,
O desvalido, que busca apenas caridade,
O catador de latas, restos, lá na feira,
Resistirão, a este quadro, os miseráveis?
Para onde irão, enquanto para a cidade?
Há de encontrar, as soluções, mais aceitáveis.
AÉLIO
Por Valdir Barbosa
Talvez fosse ele o menor, em estatura, dos Tavares da Mota, muito embora, a envergadura moral de alto coturno fosse característica sua como de resto, dos filhos e filhas todos, de Dona de Doralice e Seu João Batista, casal vindo do estado de Sergipe que aportou nas terras frias do sudoeste baiano, onde ambos fizeram história, nos trilhos de honestidade, retidão e esforço, exemplos do bem seguidos pelos seus descendentes.
Ainda engatinhava como Delegado de Polícia, lotado em Itapetinga, quando pude conhecer dita figura, no crepúsculo dos anos setenta, pois passei a visitar com assiduidade Vitória da Conquista, na esteira da atividade exercida, mas, principalmente, fisgado pelos anzóis das amizades que pude construir ali e pelos amores que enredaram meu destino nas alterosas baianas, sitio que veio se tornar minha segunda urbe, vez que, soteropolitano de nascimento, consoante já afirmei em outras oportunidades. :: LEIA MAIS »
Serão de Prazeres
Por Valdir Barbosa
Olhei em volta postado na varanda até onde a vista alcança observando as luzes das casas e apartamentos cintilando. Acima, na abóboda celeste, estrelas também reluziam e abaixo, na praça, a dança das águas bailando nas fontes luminosas, sob as arvores seculares do Campo Grande coloriam o ambiente.
A cidade adormecia, após a primeira segunda-feira do mês de junho que findava e eu, normalmente entregue ao sono nesta hora testemunhava o chegar da meia noite, a natureza mudando de turno, outro dia nascendo, nova terça-feira vindo para cumprir este movimento permanente que compõe a vida. Esta incrível vida, onde as coisas parecem se repetir, mas, na verdade, palco onde tudo muda a cada segundo cumprindo seu desiderato de ir em frente, sem recuos.
Do mar que circunda a cidade por todos os lados, seja no prolongamento da Ondina, Amaralina, Pituba, Itapuã adiante, cujas nesgas posso ver nos dias claros, conseguia divisar suas águas agora escuras, ao lado oposto da sacada, adornado pelos refletores da ilha, em frente ao Corredor da Vitória, pelas lâmpadas que dele emergem desde a Marina seguindo o quebra mar, o forte de São Marcelo e findam ao longe, na Colina Sagrada do Senhor do Bonfim.