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Dar o melhor de si

Edvaldo

Por Edvaldo Paulo

Sou da teoria que o homem é que faz o cargo e não o cargo é que faz o homem. Também penso que, antes de reclamar da sua renda, faça-a ficar pequena dando o melhor de si. Caso fique só reclamando e não se dedicando, ela termina ficando enorme, pois a troca torna desigual. Apesar de a esmagadora maioria achar o contrário. O meu professor do ginásio, o inesquecível Dr. Orlando Leite de saudosa memória, com suas tiradas de muita inteligência, dizia, já naquela época, em 1969, que “um diploma de advogado sem saber nada de graça é caro” e assim convidava o alunado a estudar, a se aplicar e aquele que tivesse apenas o interesse na nota poderia sair da sala, pois a nota ele daria. Ele dava o melhor de si com lições, ensinamentos, citações e incentivo aos jovens alunos, tendo sido, para mim, de grande valia. Revendo aqui, no Museu do Louvre, o quadro A Mona Lisa, fiquei a pensar: Leonardo da Vinci, quando o pintou, teria imaginado que sua obra se tornaria o quadro mais popular e conhecido do mundo? Que sua admiração atravessaria gerações e que cópias se espalhariam por lares no mundo inteiro? Não sei, confesso, mas de uma coisa tenho certeza: Leonardo deu o melhor de si naquele momento, naquela obra.
Muitos homens emprestam dignidade e honradez aos cargos que ocupam dando a estes um brilho todo especial e um destaque maior do que outros que ocupam, hierarquicamente, cargos maiores. Acontece também o contrário; homens que ocupam cargos grandiosos achando que o estão exercendo com brilho quando, na realidade, só servem para gracejos de pessoas que os rotulam como “incompetentes”, mas os tapinhas carinhosos dos capachos, estão sempre a afagar os seus egos. Sobre isso, o Presidente Lula definiu muito bem, em um jantar de que participei em Brasília, que contou com sua ilustre e agradável presença e do simpaticíssimo Vice-Presidente, o Sr. José Alencar. Neste momento, o senhor presidente, ao se referir a estes famosos “tapinhas”, dizia que político, quando sai de cargos importantes, nem “vento” leva nas costas (risos).
Tenho muito carinho e dou muita importância (elas realmente merecem) às pessoas que desenvolvem trabalhos simples, mas muito importantes, como garçom, empregada doméstica, varredor de rua, trabalhador rural, etc. Às vezes, vejo como as pessoas as tratam. Por não considerar a minha função melhor que a de ninguém, sempre que tenho contato com essas pessoas, imediatamente, apresento-me, pergunto por seus nomes, procuro deixá-las bem à vontade e sempre estabeleço uma relação de amizade.
Certa vez, exerci a função de garçom durante a exposição nacional de agropecuária e Industrial de Vitória da Conquista, na qual, a augusta e querida Loja Maçônica Fraternidade Conquistense havia montado um stand. Os maçons trabalhavam de garçons, e a oportunidade de exercer tal ofício me fez constatar o grau de dificuldade, bem como a necessidade da mais absoluta paciência. Meu carinho e minha admiração por esta tão digna e humilde profissão.
Conheço muita gente simples, desconhecida do grande público, que é exemplo no ofício que desempenha. Muitas delas, com jeito magnânimo, dignidade e competência, emprestam a ele um grande destaque. Poderia citar os nomes de alguns dos meus conhecidos, mas prefiro não fazê-lo para não ser injusto com os que, por ventura, esquecer.
Vou citar alguns famosos, como Pelé, um guarda de trânsito de Salvador, o qual exerceu sua função com tanta simpatia e criatividade, que virou astro e ficou conhecido nacionalmente; este, além de virar atração turística na velha e bela capital baiana, foi levado à famosa “New York” e na, não menos famosa, Quinta Avenida para dirigir o trânsito com todo o seu brilho.
Guardo na memória, com muito carinho, a figura de irmã Dulce, que, na sua simplicidade e seu pequeno corpo dotado de tanta deficiência, realizou, em Salvador, um trabalho de grande utilidade para a população carente tendo sido amada por todos. O sociólogo Betinho, portador também de deficiências, com suas incansáveis campanhas contra as desigualdades, principalmente contra a fome.
Quantas e quantas vezes pessoas passaram por cargos importantes, ilustres e, logo quando saem, são imediatamente esquecidas. Por quê? No entanto, outras se tornam imortais na memória das pessoas. Dos quais me lembro, e que jamais foram esquecidos, todos têm qualidades em comum: competência, brilho, dinamismo, desprendimento e muita dedicação para fazer algo mais. Por isso, são vistos de forma diferente e tornam-se inesquecíveis. A grande maioria passa como o vento, e ninguém, sequer, lembra o seu nome. Todos esses também têm características em comum: incompetência, falta de vontade, mesmice, e absoluta falta de atitude.
Passei por muitos cargos, mas sempre primei pela criatividade e atitude dando sempre o melhor de mim. Fiz resgates de eventos importantes, que, há anos, não se realizavam e nunca parei diante de qualquer dificuldade, por qualquer que tenha sido. Lembro-me de muitos desafios, mas aquele com o qual mais sofri, que também foi de grande aprendizado, foi quando assumi a presidência da falida CREDIC – Cooperativa de Crédito de Vitória da Conquista Ltda. –, com a finalidade de reabri-la. Um plano feito por muitas mãos, inédito nacionalmente, que serviu para abrir diversas cooperativas de crédito que já tinham suas portas cerradas.
Fico triste quando vejo pessoas ocupando funções e que, ao invés de utilizá-las com carisma e humildade, exercitam a prepotência e a arrogância, como se fossem estar eternamente nessas funções, esquecendo-se do próprio dinamismo da vida.
A qualquer que seja a função que ocupemos, devemos dar o melhor de nós. Usar a inteligência, ouvir a todos, buscar conselhos e saber a hora certa de tomar decisões. Criatividade e atitude são imprescindíveis. No caso de equívoco, ter a humildade de reconhecer o erro e simplesmente recomeçar. O Presidente americano John F. Kennedy dizia com muita propriedade – “ainda não aprendi a melhor maneira de administrar, mas aprendi como falhar, é só procurar agradar a todos ao mesmo tempo”. Quem administra nunca agrada a todos. O mais importante é termos a consciência tranquila de que fizemos o melhor. Tudo é muito dinâmico, tudo é em favor da coletividade e o nosso papel é de facilitar, melhorar e encaminhar soluções de melhoria para todos.
A escolha é de cada um de nós. Ou ficamos conhecidos como pessoas que serviram com educação, honradez, competência e dignidade às suas funções, ou então apenas preenchemos com o nome e as mesmices.
Cabe a cada um de nós a forma como queremos ser lembrados. Opto por fazer o melhor, por dar o melhor de mim em tudo o que faço.

2 respostas para “Dar o melhor de si”

  • Sheila says:

    Mas um belíssimo texto de Edvaldo Paulo. Maquiavel já dizia “ Dê poder ao homem e descobrirás quem ele realmente é.” Existem pessoas que não sabem lidar com o poder, já outros não deixam o poder subir a cabeça. Geralmente os que sabem lidar com o poder são honrados, competentes, justos e ficam eternizados na história.

  • Carla Nascimento says:

    Muito bom o texto.
    É realmente preciso ser competente e gostar do que se faz.
    E é o homem quem faz o cargo.Concordo parabenizando a escrita de Edvaldo Paulo.

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alessandro tibo


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