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Por Valdir Barbosa

Como homem de polícia pude conviver, desde quando ensaiei meus primeiros passos na carreira, com profissionais responsáveis por levar ao publico, noticias vindas dos bastidores, onde a pugna entre responsáveis pelo combate ao crime e os protagonistas do equivoco, à luz da lei, é a tônica.
Lembro-me de Juracy, radialista da emissora AM de Itapetinga, onde debutei no mister, além de outros daquelas plagas e tempos, olvidados por conta dos lapsos normais impostos aos quase septuagenários, como eu, para confessar que fui marcado por atuações de ícones, tais como, Walmir Palma, Alberto Miranda, Moacir Ribeiro e tantos seguidores, na difícil arte de fazer matérias policiais.
Poderia falar de muitos outros, desta plêiade de figuras representativas da imprensa escrita baiana daquele tempo, assim como Raimundo Vieira que mourejou nas duas frentes de batalha – foi escrivão de polícia e repórter policial, hoje atuando no TRE da Bahia -, além dos irmãos Cristovão e Cristovaldo Rodrigues.
Mas, meu lembrar a tantos personagens responsáveis por fazer do filho de Gomes, Valdir Barbosa, tem a ver com a passagem de Domingos Souza. Ontem, quando rememorava com os Moreira histórias da velha soterópolis, no restaurante quase centenário da família, Vicente de Paula, outra destas fortalezas da informação, com sua voz metálica inconfundível gritou da porta: “Estão sabendo, Domingos viajou!”.
Há tempos, Dominguinhos deixara de atuar. Pouco importam as razões motivadoras de sua retirada do cenário laboral. Os porquês de cada qual, apenas interessa a si mesmos, quiçá, muitos de nós vimos com tempo de validade para fazer, marcar, pontuar e depois, por mais sejam discordantes as opiniões em torno do caminho pelo qual optamos seguir, precisamos estar inebriados nos nossos próprios eflúvios aguardando a hora de retornar as plagas infinitas, quem sabe, para vir outra vez ainda mais atuantes.
Souza tinha que partir de forma tanto trágica, afinal, mesmo que pareça paradoxal, a um bom repórter de polícia vale ser matéria, no derradeiro suspiro, como vítima de fatalidade, pelo menos enquanto transeunte, transeuntes que somos todos nesta terra de provas e testes.
Sua simplicidade e inteligência, aliadas a sensibilidade digna dos augustos, o fez diferenciado no agora que findou. Matéria escrita quando de atuação deste seu saudoso amigo, nos idos de noventa e quatro atestam ditas virtudes.
Mando lembranças, caro amigo, aos recentemente chegados no mundo etéreo, Medrados, Alcides, Laranjeira e outros tantos que também lhe têm estima impar. Dia destes, com certeza haveremos de nos encontrar.