A manchete deve estar chamando a atenção dos nossos leitores, especialmente porque o polêmico cantor, Kannário, sem dúvida alguma, atrai multidões tanto no trio elétrico quanto no palco. Igor Kannário tem suas raízes nos guetos de Salvador e foi convidado a se candidatar a vereador da capital baiana pelo então candidato a prefeito ACM Neto. Em seguida, alçou voos mais altos e chegou a deputado federal.

Pensava-se, inclusive eu, que sua carreira política terminaria com a próxima eleição. Eu nunca imaginei que ele voltaria a ser candidato, considerando as insatisfações e os problemas enfrentados. Não quero aqui julgar o mérito de uma possível culpa ou não, mas ele é um artista polêmico.

ACM Neto, sem dúvida, foi quem primeiro apostou no potencial de Kannário. Há quem diga que foi uma escolha inusitada, pois muitos acreditavam que, devido ao seu estilo, à sua forma incisiva de fazer críticas duras e severas à polícia e sua defesa dos moradores das favelas — de onde ele saiu para vencer na música e, depois, na política —, ele jamais deixaria o lado do União Brasil ou mudaria de partido. Mas foi exatamente isso que aconteceu.

Agora, em Feira de Santana, Igor Kannário não apoia mais José Ronaldo, candidato a prefeito. Ele agora se alinha com o candidato do PT. Está decidido: Kannário levará seu canto para outros quintais. Essa é a política, uma dinâmica que, às vezes, ninguém entende, ou entende sim.