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Quando eu for embora

Edvaldo

Por Edvaldo Paulo de Araújo

Quando eu for embora, espero e luto para que seja em paz comigo, com meu espírito e com Deus. Espero que tenha cumprido a minha missão. Que tenha obtido, nesta passagem, o crescimento esperado e que esteja voltando melhor do que quando aqui cheguei. Espero que seja um belo dia de sol. Que os pássaros que alimento em meu jardim cantem e exaltem a alegria da viagem. E que alguém deixe descer uma lágrima doída de despedida.
Quando eu for embora para o outro lado da vida, quero que alguma parte do meu corpo seja doada para servir a uma outra pessoa, meu irmão. Que ele usufrua dessa dádiva da ciência e que saiba quem fui. Saiba que amei, chorei, lutei minhas lutas e fui bastante feliz na minha caminhada. Saiba que tive diversos mestres com os quais muito aprendi, tendo sido o maior deles, a quem amei e amo, minha referência de vida, Jesus.
Quando for embora, vou levar muita saudade. Espero encontrar o apoio dos amigos espíritos de luz, a força da compaixão e o consolo necessário para suportar a saudade dos que amei. Que o vento sopre a sua brisa mais acolhedora, e que o sol, que a todos ilumina, faça com que uma pequenina fagulha dos seus raios penetre por alguma fenda e deixe iluminar a minha face final.
Quando for embora, espero que alguém, em minha homenagem, recite um poema qualquer, contanto que fale da vida, da importância de viver e amar, servir e abençoar, compreender e não julgar. Que saiba apreciar o canto dos pássaros no silêncio da floresta. Que saiba ser amigo sempre, que procure amar a criança e o velho, como se amasse o Mestre sublime Jesus. Que busque, no ser humano, irmandade. E, que a cada dia que nasça, realizando o milagre da criação, sorria e agradeça a Deus por mais um dia, pela oportunidade de estar cumprindo a sua missão.
Espero que alguém se lembre que amei muitos cantos. Que entoe uma canção, mesmo que não cante bem com a voz, mas cante com o coração uma canção para mim, na despedida, coberta com o manto do não mais olhar. Que, das milhares de crianças que procurei ajudar, apareça uma que entoe um canto infantil e que, se for de ninar, embale o meu espírito para a partida. Embale a certeza de que vou encontrar os meus que já partiram. Que eu encontre a minha amada mãe Nede e que, novamente, tenha a oportunidade de colocar minha cabeça no seu colo e ouvir a sua doce voz a me chamar… “meu filho”. Uma canção que me faça lembrar dos meus tempos de menino nos verdes campos de Veredinha, das chuvas abençoadas que tomei em brincadeiras. Das histórias para mim contadas, dos amigos e das brincadeiras sadias. Que ao encontrar meu pai Chico, ele me dê muitos beijos, um em especial, o primeiro, que ele nunca me deu.
Quando eu for embora, espero que a minha falta se resuma em meu sorriso, nos meus gestos de bondades, nos meus ensinamentos de vida, nas minhas certezas e no meu amor por todos. Espero ser lembrado pelos beijos que dei, pelas palavras carinhosas que falei, pelo serviço de amor que prestei, pelas atitudes em prol do bem que tomei.
Para muitas pessoas queridas, deixo o meu singelo e humilde pedido de perdão. Perdão pelas omissões, perdão pela falta de gesto em determinados momentos, perdão pela ausência, perdão pelas faltas… perdão! Peço apenas a caridade de um bom pensamento de mim.
Deixo profundos agradecimentos com o mais terno e sublime amor. Agradecimentos a todos com os quais convivi, mesmo que por momentos pequenos, pois sei que todos contribuíram um pouco para o meu crescimento. Se cresci ou não, foi responsabilidade minha, mas agradeço muito a todos e, em primeiro lugar, a Deus por esta oportunidade de vida.
Muitos que estão a ler essa crônica podem pensar que estou com algum problema de saúde e com a vida em risco. Não estou! Estou bem de saúde e muito feliz. Provérbios 27,1 – “Não te glories do dia de amanhã; porque não sabes o que dará de si o dia”. O que é a vida senão momentos? Qual o controle que temos dos acontecimentos? Como saber se estaremos vivos no nosso corpo amanhã? A vida é hoje e agora. Escrevo esse texto movido por esse sentimento de momento, movido pela fé inabalável de que vivo sem nenhuma neurose a cada minuto, cada hora e a cada dia como se fossem os últimos. Busco em tudo o exercício do fazer já, sem atropelos, mas com planejamento. “Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje”, é um sábio provérbio popular. O exercício da certeza é que a vida não tem fim, apenas o corpo é como uma roupa e sua troca è para algo mais belo.
Viver a vida apreciando as coisas simples e dividindo-as em momentos felizes é pura sabedoria. Buscar sempre o aprendizado e a busca incessante para nos tornarmos uma pessoa melhor é sublime e belo. A morte corporal é uma certeza. Deus, na sua infinita sabedoria, colocou em nós o senso da imortalidade. Mesmo sabendo que morreremos, nunca pensamos que isso pode ser imediato, pode ser já, e vamos deixando para trás, escondida essa certeza. Corporalmente, morreremos um dia e temos que meditar sobre a forma como vivemos. Do que adianta tanta riqueza material se não podes levá-la contigo? De que adianta essa riqueza se és um ser humano vivendo a rudeza da ignorância? De que adianta ser cercado de tudo, materialmente, se não recebes dos irmãos a devida consideração por ser um ser humano bondoso? Ninguém dá o real valor e nem sabe quanto ou o que lhe custaram as heranças pelas quais nunca fizeram nada. Ampare a tua família, mas não se esqueça dos que muito precisam. Não se esqueça de ser justo e bondoso. Nunca se esqueça de que a grandeza maior de um ser humano é ter o espírito da compaixão. Nunca se esqueça de experimentar os sagrados e grandiosos ensinamentos de Jesus e dos mestres que a Ele seguiram.
Quando eu for embora, os meus filhos e netos e suas gerações logo, logo, não se lembrarão de mim. O que é normal, pois tudo tem seu tempo. E o meu tempo foi de erros e acertos, de busca pelas vitórias e superação das derrotas. Espero um dia, em alguma galáxia ou em algum lugar dentro do infinito, nos encontrarmos. E se eu não me lembrar de ti e me reconheceres, fala comigo e dize que lembras de mim.
Se você leu esse texto, e significou algo para você, diga-me e tenho certeza de que ficarei muito feliz.
Até um dia qualquer em um lugar qualquer. Se esse lugar for feio, vamos embelezá-lo com a nossa presença, com a presença e a luz dos ensinamentos de Jesus.
Adeus…

6 respostas para “Quando eu for embora”

  • Elenilda says:

    Excelente! Belo, interessante e profundo!

  • Anamaria Cruz says:

    Texto muito lindo, realista, mas um tanto nostálgico, mas só Deus sabe o tempo destinado a cada um de nós, e vamos viver da melhor maneira possível. Vida longa para todos nós sempre!!!!!

  • eunice says:

    Muito lindo,fantástica!!!min emocionei,parabéns..

  • Neuza Bonfim says:

    Que palavras lindas é a tua expressão de alma.Emocionei demais pela leveza e amor em cada uma delas.Obrigada meu amigo, por ser essa criatura espiritualizada.

  • Kátia Conde says:

    Depoimento sincero e, vê-se, bem verdadeiro!
    Naturalmente, referir-se à nossa finitude, aqui, no plano terrestre, sempre nos comove e emociona.
    Mas sempre será benvinda esta referência, para que possamos lembrar-mo-nos quem, de fato, somos, e retornar-mo-nos aos propósitos aos quais nos determinamos.

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alessandro tibo


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