delegado valdir barbosa

*Por Valdir Barbosa

Todos os viventes têm sua individualidade. São marcas próprias, indeléveis, capazes de distinguir gêmeos univitelinos, até porque, a natureza reserva a cada um dos humanos, seu registro digital.
Também, nos demais reinos assim funcionam as coisas, em pássaros de matizes diversas, minerais de durezas singulares, flores com texturas impares nas suas pétalas, animais trazendo pelagens dessemelhantes, enfim, nos dias e noites aparentemente similares que se sucedem, tudo difere a cada segundo seguinte e, como bem disse o poeta, “nada será como antes, amanhã”.
Mesmo que resista na boca da noite um gosto de sol, as ventanias jamais irão seguir a mesma direção, destarte, ainda plagiando Milton e seu parceiro, sempre haveremos de querer noticias dos amigos, então haverei eu, continuadamente, de buscar noticias sobre você, por mais que a vida nos tenha amalgamado, como nos agrilhoou em algemas etéreas, distintas de outras, posto forjadas no bem querer que não aprisiona, ao contrário, libertam pelo poder do amor.
E, justo sobre você, estas palavras brotadas no alvorecer de mais um dia, no rebrotar de outra era da tua existência, posto aportastes décadas atrás, não muitas, neste planeta de testes, exatamente num quatro de junho vinda pelo ventre de mãe e mulher extremosa. Soubestes viver infância lúdica, adolescestes forjada no trabalho e te tornastes adulta na mágica incomparável da maternidade.
Imponderável não admitir voltando ao início, a dicotomia das pessoas na forma, para referir diferenças ainda mais flagrantes no conteúdo de cada ser, desde quando, a roupagem que aparece é diminuta, em relação ao interior dos mortais, fluídico e complexo, imperador do caráter, da personalidade e do traço espiritual, este sim ainda mais individual, de cada qual, dado a sua subjetividade.
É para este íntimo, sua alma discreta, mas nunca quieta que inquieta minh’alma, o pequeno bloco de palavras aqui derramados, onde busco homenagear seu natalício falando da importância desta forma única de estar, ser e viver própria de ti.
Obviamente, preciso referir acerca da beleza exuberante do seu corpo, capaz de guardar a jovialidade dos verdes anos conseguindo brilhar, todavia, com mais ênfase, quando testemunhas teu filho, no ocaso do tempo onde tudo é puro e, este companheiro de quase duas décadas, hoje alvorecendo na senilidade inexorável. Entretanto, no firmamento da vida tu cintilas como sol, em céu sem nuvens caminhando para o meio dia, a ostentar sensualidade por onde passas, como diria outro magnífico menestrel, “coisa mais linda, mais cheia de graça”.
No entanto, reside na busca por crescer e ser melhor grande diferença tua. Certa da necessidade de tratar a consciência em sua plenitude, como assunto da maior importância para a humanidade, convicta na transcendência do existir, cônscia de quanto a hora do agora é passageira, mergulhas sem tréguas na reflexão e no estudo, à cata de aprimoramento.
Não somente alcançastes postos acadêmicos, chegastes à condição de mestre, alisas bancos de doutorado, além disto, por conhecer a falibilidade humana reconhecendo suas fraquezas recorres ao Evangelho, fonte única das doutrinas universais que elevam, para encontrar caminhos capazes de enfrentar tentações e angustias difundindo, em cada esquina por onde passas, as palavras incontestáveis do Mestre dos mestres.
Não apenas pregas, também transbordas exemplos sendo honesta, mas, principalmente, praticando a caridade, talvez a maior das virtudes e a mais reforçada das pontes, por onde transitarão todos os que irão conseguir transpor os umbrais, para alcançar níveis superiores.
Cumpre-me neste dia, por completares mais um ano de vida, e por tudo que representas, não só para mim, assim como para todos que têm o privilegio de contigo conviver e aprender, no calor de seus dizeres e na energia da sua conduta, repetir com ênfase.
Parabéns.
Felicidades.
Que Deus Lhe conceda realizar todos os seus seu sonhos e conserve sempre assim.

Salvador, 4 de junho de 2017
Valdir Barbosa