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:: ‘Declaração’

Declaração Universal dos Direitos Meus e Seus

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Por Marco Antonio Jardim Melo

Declaro terminantemente – e num claro instante que não há de passar enquanto alguém pousar os olhos d’água sobre tais afirmações – que seus direitos têm o mesmo valor, forma e dimensão que os meus.

Inalienáveis, portanto, ainda que não tão ardentes.
Os meus dias ainda acordam ouvindo velhas canções de Caetano.
Não são mais como os sambas, são fins de semana abaixo da superfície do mar, relativamente afogados, contidos, mas não se fazem de desentendidos.

São dias de sol com poucas nuvens, proclamados por algumas esvaziadas aspirações, mas ainda inspirados por presentes histórias, quase felizes.

Manifesto, portanto, que é chegada a hora de me compelir contra qualquer tirania e opressão.
Vou-me reunir na singular casa de Tam, começando por ela mesma abrindo portas e janelas, com seu gestual largo, suas reações em mais elevado grau, as defesas expansivas, por vezes arregalando os olhos escuros, de modo tão afável que dá vontade de amanhecer.

Lá, agrupado entre os meus, protegido pelas obras de arte, vou defender que merecemos uma casa no campo, uma canção no vento, um sol brando na cabeça, festa, trabalho e pão.
Sinto, tanto quanto vejo, que precisamos sair em paz, comprar flores de mãos dadas com minha mãe, trocando miúdezas sobre o livro de Carollini, repousando o veleiro de nossas esperanças no próximo verão.
Confesso, com firmeza, que desejamos respeito, liberdade, igualdade e uma conversa inteira, com todas as suas partes, toques, braços e ombros de cada um de nós mesmos.

Não sou mais tão forte, mas minha voz e a palma de minhas mãos e os dedos em riste com os seus ainda pertencem, todos eles, ao anseio de alma de que um novo arranjo encantador relativize um pouco mais essa nossa vida.
Queremos pertencer, agitarmos o rumo do coração com a força devida.
Queremos cenas de cinema, sairmos sem pedir licença, queremos o meio do tudo ou simplesmente tomarmos um banho sem nada.

Um banho de mar.
De mar ou o direito de amar.
Anuncio, então, ao raiar do dia, que você, eu e todos os outros irmãos devemos agir em espírito de fraternidade, cônscios, dignos e festivos.

É a maneira exposta de ver os dois lados, as verdades ditas ou as reeditadas.
Ou ainda as meias verdades, já que nada além da Lagoa é tão Olimpo assim.
Podemos ser desordem, confusão, vozeria ou estupor.
Mas o melhor mesmo é que façamos amor, não rumores de guerrilha.

Podemos ler Kant ou Platão, podemos deitar, podemos chorar, sentirmos dor e, então, curar-se-á. Com tempo.
Afirmo, pois, sem raça, sem sexo, sem cor, sem religião, sem política e com opinião, que qualquer outra situação ocasional é psicologia de salão, imaginação sem fundamento, ideia vã.
E, mesmo assim, é luz do sol às seis da manhã, é sonho, é o Shangri-la de James Hilton, a calma do mar com seu horizonte perdido até as montanhas do Himalaia, no centro do universo da delícia de viver.

Temos um sonho, portanto.
Um lugar com um panorama feliz, com gentes de variadas procedências, com convivência harmoniosa, onde existe tempo pra ver o dia nascer, morrer e ainda renascer.

Uma cordilheira, uma pequena abelha fazendo mel ou tão somente ali, um sítio, por detrás da Serra do Marçal.
Uma caminhada ao lado de alguém, um riachinho da Lapinha, depois da trilha campal, arrodeado de areia branca.
Uma bonança, uma canção, em lugar da solidão.

Nomeio, no dia de hoje, com o coração derretido, nem bem nem mal, nem superior ou inferior, apenas agridoce, que temos a liberdade de dar opinião, de expressar, de receber e doar, de seguir com os dias ensolarados, à beira-mar, com picolé de tâmara tangerina e um testemunho final.

Dias de duração indefinida, de transformação, sem desmedida comoção.
Dias de simples imensidão.

Essa é a declaração dos direitos meus e seus, escritos e pronunciados na brisa da varanda de Tam.
Tam é um repouso de nossas partes.
Tam bem pode ser um entusiasmo, um sopro de alegria, uma alma impelida a um fim, um mito, algo assim.
É como se se perguntasse: e se não tivesse o amor além de mim?

Marco Antonio Jardim Melo
(poema inspirado na Declaração Universal dos Direitos Humanos)

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