Meus amigos, minhas amigas, existe hoje no país uma situação muito clara. Ficamos girando entre dois polos, esquerda e direita, com ideologias definidas, mas que deixaram de ser discutidas com racionalidade e passaram a se transformar numa espécie de guerra permanente. Enquanto isso, cerca de 40% do eleitorado brasileiro permanece calado, esperando o momento de ir à urna, escolher seu candidato e digitar o voto sem precisar revelar absolutamente nada a ninguém. E está certo, porque votar é um ato íntimo.

O que preocupa é o que está acontecendo neste país. A polarização entre os eleitores de Lula e os de Bolsonaro ultrapassou o limite do debate político, mesmo o ideológico e de princípios, e se tornou um perigo para a nossa democracia. Não estamos mais falando de propostas para o Brasil. Estamos falando de ódio, de irracionalidade. E isso beneficia quem? Exatamente aqueles que se alimentam do caos.

É assim que nascem as ditaduras, seja de um lado ou de outro. Elas surgem quando o povo perde a confiança, quando já não acredita mais nas instituições, quando desconfia do governo, da Justiça, da OAB, da imprensa e até, prestem atenção, daqueles que evangelizam, que tentam orientar os mais fragilizados.

Mesmo dentro desse cenário tão extremista, ainda existem pessoas que mantêm fé em Deus e exercem suas religiões livremente. O Brasil é diverso. Temos católicos, espíritas, evangélicos, pessoas de terreiro, kardecistas. No entanto, até isso tem sido usado como instrumento de divisão. E essa é a parte mais triste.

O alerta é simples. Precisamos ouvir pessoas ponderadas, preparadas, estudiosas, capazes de analisar a vida pública com conhecimento e serenidade. Se não for assim, uma massa mal informada continuará sendo guiada por falsos líderes. Quando isso acontece, o país perde o rumo. E quando um povo fica sem rumo, qualquer caminho serve, inclusive o pior.