PSD, Avante, PP… Até quando esses partidos continuarão com o PT? O MDB, por motivos óbvios, seguirá na base.
Começo essa matéria falando do MDB. O MDB de Ulisses Guimarães, Valdir Pires, Pedro Simon, Teotônio Vilela, Pedral Sampaio, Chico Pinto, Vigílio Daz de Sena, Marcelo Cordeiro, Sebastião Castro, Jadiel Matos, Evo Soares e tantos outros nomes, como Raul Ferraz. Esse MDB que, um dia, trouxe esperança e deu um sinal à população brasileira de que ele chegaria ao poder. Mas, com a partida de Ulisses Guimarães, o MDB foi se desfazendo, tornando-se, na verdade, pó. E hoje, para o MDB, é melhor ser amigo do rei do que o próprio rei. Ou seja, ele prefere gravitar em torno do poder para subsistir. Nas suas reuniões, confabulam que é melhor assim do que tentar chegar ao poder.
Falemos agora das novas siglas que surgiram e que também vieram de pensadores do velho MDB, do PSDB e de partidos que se desfizeram, cujos principais líderes migraram para outras siglas. Hoje, falaremos especialmente da Bahia: o PSD de Otto Alencar, o Avante, o PP de João Leão, entre outros. Estes partidos são, sem sombra de dúvida, o grande sustentáculo do Partido dos Trabalhadores, considerando a presidência de Lula e o governador Jerônimo na Bahia. No dia em que, principalmente, PSD e PP se rebelarem e decidirem seguir carreira solo, teremos três caminhos a seguir no país.
Primeiro, o bloco do Partido dos Trabalhadores, composto por siglas com pensamento ideológico semelhante, como PDT, PSB, PSOL, entre outros. Segundo, uma opção representada pela União Brasil e seus partidos aliados. E, por fim, um possível alinhamento de centro-direita e direita, com PSD, PP, União Brasil e outros partidos que queiram integrar essa aliança.
Esse é o cenário que enxergo para os próximos tempos.
Há cerca de seis anos, conversei com o senador Otto Alencar pelo nosso canal de comunicação, e perguntei a ele sobre as eleições governamentais. Perguntei: “Senador, qual será o posicionamento do PSD para o governo da Bahia?” Ele, monossilábico e direto, respondeu: “Só falarei sobre eleições governamentais a partir de março.” Tenho a impressão de que Otto está ansioso para seguir seu próprio caminho, mas ele se contém porque, segundo o governador Jerônimo e seus aliados, é um homem de grupo. Eles confiam que Otto não abrirá mão dessa prerrogativa de sempre apoiar o governo do PT no estado da Bahia.
Voltando às siglas PSD, PP, Avante e o próprio PL, as lideranças desses partidos surgiram a partir do ex-governador e ex-ministro Antônio Carlos Magalhães, uma figura icônica na Bahia, reconhecida como uma das maiores lideranças políticas do estado, cuja atuação era marcada pela dureza, mas também pela lealdade aos seus princípios e correligionários. Se essa turma se unir, será difícil derrotá-los. Essa é uma modesta opinião minha, mas quem realmente entende são aqueles que convivem diariamente e discutem a política baiana e nacional.