Essa manchete certamente chamará a atenção de nossos leitores. Com toda certeza, esse título vai deixá-los perplexos, porque, sem dúvida alguma, é um absurdo. Parece inacreditável, mas é a realidade, e está em toda a mídia. Já é de conhecimento público, mas vale a pena discutirmos com mais profundidade esse absurdo que estamos presenciando em nosso estado.

Todos sabem que a Via Bahia possui a concessão para administrar a BR-116, que vai de Salvador até a divisa com Minas Gerais, em Cândido Sales. Nós, baianos, temos sofrido com o desrespeito e descaso dessa concessionária. Desde que o contrato foi confiado à Via Bahia, ela, infelizmente, virou as costas para a população baiana e brasileira. A BR-116 é uma via de extrema importância, por onde trafegam os principais produtos transportados por rodovias no país. E o descaso da Via Bahia só piora essa situação.

Recentemente, o ministro Rui Costa, da Casa Civil, esteve em nossa cidade e afirmou que a Via Bahia terá que desistir do contrato, e já se comenta que o Exército será o responsável por assumir a gestão da via. Muitos aplaudem essa possibilidade, pois reconhecem no Exército uma grande capacidade de gestão, e esperamos que isso resolva a situação. O ministro afirmou que a concessionária vai desistir, mas o mais chocante é que, para sair do contrato, a Via Bahia já requereu quase quatro bilhões de reais e há um acordo para que ela receba cerca de um bilhão. Isso é inadmissível.

Mesmo sem conhecermos todos os detalhes do contrato, é inconcebível que a Via Bahia receba dinheiro para desistir de algo que não cumpre. Ela não cumpriu suas obrigações de duplicar a via, e agora vai ser recompensada por isso? A cidade de Vitória da Conquista precisa se mobilizar. Nossas representações parlamentares, como o ex-governador da Bahia e senador Jaques Wagner, o senador Otto Alencar, e os deputados Zé Raimundo, Fabrício, Elmar Nascimento, Tiago Correia, Léo Prates, Waldenor Pereira, entre outros, não podem ficar calados. Não é possível que vamos assistir passivamente a esse enredo, que parece um filme de ficção científica.

É lamentável e muito triste. Ficamos decepcionados com o silêncio das nossas autoridades. É preciso unir forças, debater a questão com mais profundidade e, acima de tudo, fazer valer o nosso direito de ter de volta a concessão, mas sem que a Via Bahia leve essa quantia exorbitante.