Ontem o sol começou a brilhar timidamente, mas foi o bastante para animar os conquistenses a pularem mais cedo da cama, afinal, o frio tem sido a marca da cidades nos últimos dias.

Domingo é dia de futebol, é dia de reunir a família e ir ao estádio torcer pelo seu time preferido.

A prefeita Sheila Lemos fez uma parceria com a diretoria do Bode, facilitando o acesso ao estádio com apenas um quilo de alimento não perecível. Eu mesmo fui levar a minha colaboração e lá encontrei o diretor José Roberto, que fazia a troca pessoalmente, ele recebia os donativos e já repassava para o caminhão baú que faria a entrega às famílias carentes.

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Não resisti e fui ver de perto o majestoso palco de jogo construído em 1966 pelo então governador Antônio Lomanto Júnior, reivindicação do Dr. Orlando da Silva Leite, prefeito de Vitória da Conquista à época.

Desfilaram pelo “tapete verde” do Lomantão, num passado bem mais distante, Piolho, Naldo, Jaymilton, Ermi, Agra, Juraci, Nego, Tulica, precedidos por Chico Estrella, os irmãos Zó e Kel, Claudir, Paredão, João Cavalinho, Tidão, Dijalminha, Herbert e o próprio treinador do Vitória da Conquista, Elias Borges, dentre outros.

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Por um momento viajei com as minhas lembranças dos grandes jogos que assisti naquele belo estádio, um verdadeiro “alçapão” para os times adversários, que vinham à nossa cidade conscientes de que um empate já seria um ótimo resultado.

Zéu Prates, José Teixeira e Mário Seixas comandavam a torcida empurrando o “azulino”, Conquista Esporte Clube para a vitória.

Olhei, fotografei o banco de reserva vazio, logo mais teria ali alguns jovens que aspiram um dia ser titular. O gramado verdinho, já marcado à cal pelas mãos caprichosas do zelador e que logo mais seria pisoteado e maltratado pelas chuteiras de trava de vinte e dois jogadores.

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As arquibancadas vazias, como se fossem uma cidade fantasma, o vento frio e invisível, e o canto de alguns pássaros quebrava o silêncio sepulcral daquele ambiente que dentro de poucas horas estaria cheio de torcedores solidários que aderiram a campanha de ingressos trocados por quilos de alimentos.

E foi assim o nosso domingo no Lomantão, torcedores apaixonados pelo Bode fizeram a sua parte, empurrando os jogadores para uma importante vitória.

1 x 0 já no finalzinho do primeiro tempo deu uma aparente tranquilidade ao nosso representante. Final da primeira etapa, torcedores, aos montes, em busca de acarajé, cachorro quente, refrigerante, pipoca e rolete de cana, picolé e espetinho. Não podiam faltar, esse cenário faz parte do espetáculo, são cenas que movimentam um jogo de futebol, que não se resume a 22 jogadores disputando uma bola observados de perto por três homens de preto.

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O recreio acabou, os torcedores voltaram aos seus lugares, jogadores deixaram os vestiários e retornaram ao campo de jogo, como se fossem mais aplicados. Os jogadores do Jequié assimilaram as orientações técnicas e chegaram ao empate. Um prenúncio de que “entraria água” no barco do Bode, os visitantes viraram o jogo, 1 x 2. Silêncio? Que nada!!! O torcedor do alvi-verde mais uma vez entrou em cena, fez barulho na arquibancada e mexeu com o brio dos jogadores, logo, logo veio o empate: 2 x 2. Bastava? Não! A vitória seria o melhor prêmio para a torcida conquistense que fez a sua parte. Os comandados de Elias Borges também reagiram à altura, conseguiram o terceiro gol e caminham célere para uma merecida classificação.