Foram dois longos meses de espera, de incertezas, o país dividido ficou esperando chegar o dia 1º de janeiro quando Luís Inácio Lula da Silva seria (e foi) empossado presidente do Brasil. “Ele não subirá a rampa, ele não tomará posse, as Forças Armadas não lhe baterão continência”, assim se reportavam parte dos eleitores de Bolsonaro que se organizaram em grupos e prostaram em frente aos quartéis espalhados pelo país, seguindo orientações de, às vezes, anônimos, que se faziam de líderes e expressavam conhecimentos jurídicos, constitucionais, e se tornavam “messias”, o verdadeiro elixir de uma massa que votou num projeto totalmente diferente do proposto pelo PT e os partidos coligados.

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Lula foi diplomado, começou a formar o seu ministério, a equipe de transição dava sinais de que tudo caminhava dentro da normalidade. Mesmo assim os resistentes, os entrincheirados, não voltavam para casa, criam que o milagre viria e Lula não tomaria posse.

Aqui em Conquista, em frente ao Tiro de Guerra famílias inteiras se instalaram, e ali diziam que o Brasil não podia aceitar um resultado adverso, que o vencedor foi Bolsonaro e não Lula: “as urnas foram fraudadas, não podemos aceitar que um ex-presidiário suba a rampa do Planalto”, sentenciavam.

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Lula tomou posse, os patriotas deram exemplo de resistência, acreditaram até o último instante que o resultado seria uma intervenção militar, mesmo com o silêncio sepulcral de Jair Bolsonaro, que não recomendou aos seus liderados a voltarem pra casa e muito menos tomar sol e chuva em frente aos quartéis, para dar exemplo.

Que nada, Bolsonaro deixou o barco correr, deixou o curso do rio seguir o seu rumo, não interveio em nada, simplesmente bateu asas e voou, foi pra bem longe.

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Aqui o país acordou com Lula presidente pela terceira vez, os seus eleitores acreditam que a democracia está restabelecida, a paz voltou e que assim o país será outro. Mas ser livre pra pensar, pra agir, pra ter direito de escolha já é o bastante para ser feliz?

O Brasil está cheio de expectativas!

Boa sorte, presidente!