Eu ouvia muito através do som propagado através do rádio de Roberto Áureo de Souza, filho dos meus padrinhos Dr. Anfrísio e da professora Laura, lá em Condeúba. Morávamos perto e as transmissões dos campeonatos carioca e paulista davam ênfase aos clubes do Rio e de São Paulo, e, claro, ecoava com força os nomes de Garrincha e Pelé.

Os dois geniais jogadores eram nossos ídolos, deuses que nos enfeitiçavam e, sem dúvidas, o menino negro era o maior destaque, com apenas 17 anos já conseguia despertar em todos nós que ele era diferenciado.

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Menino de pé no chão, calça curta e já corria atrás de uma bola de couro na “praça da feira” com os amigos de infância, sabia de Candeal, Piripá, Jânio Quadros, ouvia falar de Caetité, Caculé, meu sonho era conhecer Conquista, mas nunca imaginei que um dia eu estaria em Salvador, na Fonte Nova, assistindo o Bahia enfrentar o Santos de Pelé. O time da Vila Belmiro todo de branco tinha dentro de campo craques como Mengálvio, Dorval, Coutinho, Pepe e o menino Pelé, um símbolo da magia, um fenômeno, pois eu estava diante dele, o gênio que viria a ser o melhor do mundo, o deus dos estádios, o maior jogador de futebol de todos os tempos, o mais completo, o insubstituível.

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Ontem o Rei  Pelé partiu para junto do Senhor, ele que foi reverenciado por reis e rainhas, parou guerras, uniu o seu país em diversas oportunidades quando a nossa seleção nos representava nos campeonatos mundiais. Pelé foi o único jogador campeão três vezes de Copa do Mundo.

Ainda bem que o mundo não esqueceu do nosso ídolo apesar dele ter parado de jogar há mais de 40 anos. Aliás, as homenagens se repetem por todo o Brasil e por boa parte do mundo. É gratificante vê-lo, Pelé, reconhecido pelos seus contemporâneos e pelas novas gerações.

Ninguém chegou aonde Pelé chegou, nenhum outro jogador o fará, o homem que morreu aos 82 anos permanecerá vivo, eterno, entre nós.