Guilherme Brito fala sobre a importância das lideranças jovens na política
Guilherme Brito é estudante de Direito da Uesb, natural de Feira de Santana, e já mora há quatro anos em Vitória da Conquista. Ele faz parte da Juventude Democrata do partido (DEM).
BM: Fico extremamente feliz em ver esse debate da Juventude Democrata aqui em Vitória da Conquista.
GB: Hoje em Vitória da Conquista observamos uma grande lacuna a ser preenchida e é daqueles jovens que se aliam com o movimento oposicionista ou não comungam de certa maneira com a visão dos partidos de esquerda. Nós queremos iniciar uma série de atividades de formação política, instrumentalizar um grupo de jovens dando mecanismos para que eles possam partir para um embate político, carregando os ideais e ideologias inerentes ao Democratas, consolidando a coerência e convicção que nos é peculiar. Esse evento “Papo de Juventude” é realizado já a nível estadual, e aqui em nosso primeiro encontro em Conquista, marca uma série de atividades, sendo a primeira delas, buscar jovens verdadeiramente capacitados para a atuação política e que busquem quebrar a hegemonia e imposição político-ideológica que se vivenciam nos ambientes políticos atualmente. É um grupo amplamente capacitado para empreender as revitalizações e inovações que os espaços políticos clamam.
BM: O feirense tem enraizado em sua mente a figura política de Chico Pinto e atualmente tem a presença de José Ronaldo (DEM). Como você avalia esses dois momentos distintos em sua cidade?
GB: Sou feirense, mas conquistense de coração (risos). Feira de Santana vem passando por um momento de crescimento, é a maior cidade do norte-nordeste do Brasil, e tem um potencial muito grande que o prefeito José Ronaldo felizmente vem conseguindo canalizar de maneira positiva. A cidade tem alcançado bons resultados e tenho certeza que na Bahia, o modelo Democratas de se governar junto com ACM Neto, José Ronaldo conseguirá consolidar um modelo ainda mais bem sucedido e que beneficiará cada vez mais os feirenses.
BM: A figura de ACM Neto como gestor é destaque nacional, tanto que ele foi eleito por duas vezes melhor prefeito do Brasil segundo a pesquisa do Vox Populi realizada entre as oito maiores capitais dos estados. Isso interfere significativamente na decisão de vocês da Juventude Democratas aqui de Vitória da Conquista?
GB: Com certeza, até porque a gestão de ACM Neto representa os ideais de nosso partido e a partir do momento que vemos índices de aprovações tão significativos da gestão de Neto, em Salvador, temos certeza de que a proposta do Democratas para sociedade é a mais eficaz e benéfica. Isso nos incentiva cada vez mais a ocupar os espaços, transmitir a nossa ideologia, o programa, forma de pensar e atuar na política, nos impulsionando a levar o nome, sobretudo, os ideais que o DEM representa para os espaços políticos.
BM: Um dos palestrantes deste evento, o Daniel, falou que a proposta de vocês não é a imposição, mas sim, deixar o ambiente livre para que a juventude faça sua escolha. Creio que essa seja uma posição bastante simpática que vai ser notada diante de seus interlocutores.
GB: Esse é o nosso diferencial, o Democratas é um partido afeito a liberdade e defende as liberdades individuais em todos os espaços. Nós reconhecemos a importância da diversidade, do contraditório, da amplitude de posicionamentos no ambiente político, nisso que se constitui uma sociedade efetivamente democrática e consegue estabelecer um debate benéfico às instituições. Queremos ocupar os espaços, levando a bandeira da liberdade e expondo os nossos ideais, ideologia, mas sempre salvaguardando a possibilidade do contraditório e combatendo constantemente qualquer imposição ideológica unilateral, qualquer tentativa de se estabelecer uma hegemonia que prejudique as instituições democráticas.
BM: Há uma possibilidade de um convívio harmônico com as diferentes juventudes, como por exemplo, a juventude petista com o PC do B, já que vocês evidentemente estão salvaguardando os seus ideais? É possível essa relação humana?
GB: Claro, é possível sim, nós enquanto DEM temos proposições para a política e sociedade que diferem do PT e do PCdoB, porém, reconhecemos a necessidade de se conviver politicamente com esses grupos porque é a divergência de opiniões e posicionamentos que favorece o debate e a democracia.
BM: Vivemos um momento de banalização da política como todo inclusive dos partidos, e mesmo assim temos uma média aqui de 60 jovens reunidos para discutirem e debaterem política. O que lhe motiva junto a seus colegas para estarem aqui?
GB: Acima de tudo porque tenho ideologia e na política sinto a necessidade de defender meus ideais com convicção e coerência. Tenho certeza de que todos os jovens que nos acompanharam neste evento também partilham e reconhecem essa necessidade de se estabelecer um debate efetivamente no campo das ideias. Todo este grupo que participou representa a parcela que está insatisfeita com o atual ambiente político e buscam um processo de mudança e isso só se dá primeiramente pela formação política, defesa de ideais e pelas proposições ideológicas para a sociedade.
BM: Você defende com ênfase o engrandecimento e o fortalecimento do DEM. Vocês querem enraizar esse ideal aqui na cidade, na Bahia e até mesmo no Brasil. Mas, há uma contradição nisso tudo porque existe uma política de alianças e o Democratas se perderia um pouco nessas alianças. Como seria esse embate interno com as pessoas do partido que estão mais a frente de vocês em termos de tempo na política?
GB: Efetivamente eu posso falar do DEM daqui de Conquista. Nós temos plena autonomia para conduzir as atividades da juventude e do partido nos termos que nós propomos, ou seja, nosso projeto não é meramente partidário, e sim, ideológico, pressupõe a formação política e a ocupação de espaços e o embate.
BM: Nos víamos no passado que a militância dos partidos de direita sempre foi vista como aquelas pessoas pagas, de classe social mais baixa que dependiam de alguma ajuda do governo. No seu caso e dos outros do grupo, são estudantes, independentes de ideias e financeiramente. O que você diz sobre essa situação?
GB: Isso é uma realidade, porque os partidos de direita e centro direita nunca estabeleceram como tradição desenvolverem atividades de formação política de base, uma militância atuante e alinhada com seus ideais. E aqui em Conquista, desconstruímos isso e reconhecemos a importância de formar politicamente os jovens, trazendo para nosso lado jovens com alinhamento político ideológico similar e a juventude que atua no democratas que se aproxima por terem a convicção do que nós apresentamos. Esse é o diferencial.
BM: Percebemos que os palestrantes, além de jovens são pessoas negras, isso prova de uma forma inequívoca que o Democratas muda completamente a sua afeição, quando digo muda, falo com relação ao que foi o PFL e PDS. Então, vocês não trazem apenas figuras bem apessoadas e de uma classe social mais elevada. Pelo contrário, vocês se igualam e trazem para perto de vocês figuras populares, de classes menos favorecidas, mas não significando que sejam pessoas incapazes.
GB: É necessário quebrar esse monopólio da virtude no debate político. O DEM se preocupa com as questões sociais como qualquer outro grupo político que afirme conduzir esse processo. A única diferença são as somas de proposições para resolução dos problemas sociais que são levadas a efeito pelo próprio Democratas, precisamos quebrar esse pensamento de que os partidos de direita e centro direita não são comprometidos com as questões sociais. Eles são comprometidos sim, apenas as formas de proposição e resolução que divergem.
BM: Desta forma então, os embates nas universidades e entre os estudantes serão feitos tranquilamente e vocês não fugiram a boa luta?
GB: De maneira alguma. A atuação política necessita de debate e este tem que ser feito no campo das ideias. O ambiente efetivamente democrático deve ser permeado por divergências de opiniões e posicionamentos, isso que nós queremos contrapor o nosso posicionamento, a nossa ideologia ao que está imposto.
BM: Estamos num momento político bastante complexo, não obstante, esse desgaste nacional do PT, mas, a administração municipal se apresentará com um forte candidato, nos parece ser o candidato Zé Raimundo. Temos também pelo PMDB, o candidato Herzem Gusmão, o PSDB que com a presença de Onildo Oliveira à frente do partido se torna uma opção política, o PSB que demonstra vontade em encabeçar uma candidatura própria, e o PCdoB já o fez através do candidato Fabrício. E o DEM? Qual a sua visão com relação às eleições de 2016?
GB: Eu afirmo isso com a mais absoluta convicção, eu não sigo o nome de Marcelo Melo, mas sim, as ideias que Marcelo representa. Eu posso afirmar sem hesitações ou de estar errado que ele será o candidato favorito com quem quer que ele polarize nessas eleições, pois, ele representa a legitimidade para atuar no polo oposicionista. Ele e o grupo que o segue são comprometidos com a atividade oposicionista e coerente com ela convictamente. Por tal motivo, o sigo e comungo das ideias que ele representa.