DSC-1755

Foto: Reprodução Google

O advogado e presidente do Partido Democratas (DEM), em Vitória da Conquista, Marcelo Melo, obteve uma expressiva votação no último processo eleitoral em que se candidatou a Deputado Federal. Apesar de não ter sido eleito, Marcelo, já figura como pré-candidato da sua sigla a prefeitura do maior município do sudoeste.

BM: Marcelo qual sua expectativa diante desse quadro político que se apresenta em nossa cidade ?

MM: Eu fui candidato a vice-prefeito no ano de 2000 e de lá para cá vim me preparando, estudei, fiz agrotécnica, hoje sou técnico em agropecuária, cursei Administração com habilitação em gestão de negócios e depois fiz o curso de Direito, terminei no ano passado e conclui o curso de especialização em direito público e privado. Eu vim me preparando para os desafios que a minha cidade queira me dar, sou natural daqui de Vitória da Conquista, filho do ex-vereador Valmir Santos e da professora Telma, aposentada pelo Estado. Tenho minha raiz e minha família constituída aqui, fui candidato a deputado federal convocado pelo líder do meu partido, o prefeito de Salvador ACM Neto. E a população respondeu bem nas urnas, isso porque a gente vê os sentimentos das pessoas no desejo de mudança, de políticos sem “ranço” e que possam apresentar propostas. Nosso partido quer para Vitória da Conquista, o modelo de gestão com responsabilidade, onde a gente possa ver e construir um melhor ambiente para nosso povo. Acho que política é um dom e nasci com essa herança de meu pai, o acompanhei quando era candidato e também depois quando já participava da política. Sempre vivi o ambiente político, está no sangue. Coloquei meu nome à disposição de Conquista e da região e tive uma resposta positiva. Muitos eleitores entenderam a proposta do novo e se Deus permitir vamos apresentar isso ano que vem novamente.

BM: O principal líder nacionalmente de seu partido, diria que é o prefeito de Salvador ACM Neto, que exercita uma gestão hoje pelo menos para os baianos tida como vitoriosa, onde há um percentual de aceitação incrível. Isso estimula a você para o lançamento de sua candidatura e também simboliza um ponto positivo por ter ACM Neto como principal liderança de seu partido? 

MM: Sim, sem dúvida. Trabalhei com ACM Neto por mais de seis anos como assessor dele e tive próximo desde a primeira eleição que participei como apoiador e liderança, depois me tornei assessor. Ele é o modelo que a gente precisa em um político, um gestor que quando assume o cargo, olha para a população, cuida do dinheiro público com ética e honestidade aplicando bem os recursos. Um jovem que se preparou e teve um grande desempenho como parlamentar sempre figurando entre os políticos de destaque, assumiu a prefeitura da maior cidade de nosso Estado quando todos duvidavam da capacidade dele, justamente por ser jovem demais, e não ter assumido um cargo executivo que mostrasse sua capacidade de gerir. Pegou a prefeitura de um município que vinha de uma situação ruim com seu antigo prefeito, equilibrou as contas públicas e começou a fazer investimentos. São poucos recursos do governo estadual ou federal, em sua essência ele tem trabalhado com recursos próprios. Ele conseguiu fazer o enxugamento da máquina, tirar os desperdícios e aplicar bem os recursos. Tem arrecadado receitas para o município com o carnaval e o réveillon e tudo que é conseguido está sendo revertido para população.

BM: A sua candidatura a prefeito é irreversível ou o DEM vai conversar e discutir com os partidos de oposição para suceder a administração do atual governo de Guilherme Menezes?

MM: O DEM hoje tem um projeto para Vitória da Conquista e eu faço parte desse projeto para cidade, agora, sou uma pessoa de diálogo e não me fecho a conversar com ninguém. Porque quando se senta numa mesa de negociação, você nem veta e nem impõem nomes. Estou aberto ao diálogo para conversar com todos os partidos de oposição, se esse diálogo convergir para um nome que seja viável para Conquista a gente está pronto tanto para ser o candidato quanto para apoiar um nome escolhido. Senão, tem a possibilidade dessa união acontecer no segundo turno. Hoje, o Democratas trabalha com o pré-candidato que sou eu trabalhando para que a candidatura se oficialize. A gente entende que no primeiro turno a nossa candidatura estará posta e no segundo turno a gente vai estar conversando com os partidos para que nos apoiem.

BM: A política nacional está muito dinâmica, não existe mais aquela polarização entre situação e oposição. É possível dentro da sua imaginação, que possivelmente em um segundo turno, você sente com a situação para discutir sua candidatura a prefeito?

MM: Com a situação acho que essa conversa não acontece, porque o modelo que está aí, a questão ideológica é muito diferente da que eu penso. Então, eu não sentaria para discutir com a situação um apoio, pois, o DEM é uma sigla que é fundamentalmente de oposição ao PT a nível municipal, estadual e federal. Há uma essência muito forte do que divide a gente, a questão ideológica e o pensamento de gestão pública. Então, se estou combatendo, logo não poderia me aliar ao modelo que aí está.

BM: Nós temos lido e ouvido, isso é fato, que os dois vereadores que compõe o DEM em Vitória da Conquista, inclusive de expressivas votações, que são Álvaro Phiton e Lúcia Rocha, eles têm comportamentos que não coincidem com o seu. Por exemplo, apoiando a gestão atual, não em termos pontuais, mas parece que sistematicamente votando favorável. Eu pergunto ao Marcelo Melo, presidente do partido e pré-candidato a prefeito, os dois terão que estar juntos com o projeto de vocês?

MM: Quando assumi a presidência foi me dada uma missão que é conduzir o partido, e dentro de nossa sigla partidária existe uma ideologia e um conteúdo programático. Nós temos a nossa essência e essa, é a oposição. Logo, não podemos ter um comportamento diferente, seja o vereador, presidente ou filiado. Porque no partido existe um estatuto e eu acho que toda pessoa para se filiar, ela tem que conhecer o partido ao qual se está filiado, seus ideais , o seu conteúdo programático e o pensamento deste. Temos de estar de acordo com as diretrizes do partido tanto a nível municipal quanto estadual ou federal.

BM: Ficou claro que vocês não comporão junto com o PT, porém, numa possibilidade de segundo turno conversariam ou fariam aliança com o PCdoB? 

MM: Chegando ao segundo turno quero o apoio de quem estiver contra o modelo atual, eles querendo me apoiar, serão bem-vindos.

BM: Agora caso fossem vocês do DEM e o PCdoB para o segundo turno, e o PT ficasse de fora do pleito, vocês aceitariam um possível apoio do Partido dos Trabalhadores?

MM: Nesse caso sim, pois, ele estaria apoiando o meu modelo de gestão. Eu não apoio o modelo de gestão deles, caso eles resolvessem estabelecer relações com a gente no segundo turno estariam entendendo que somos o melhor para Conquista.

BM: Gostaria em poucas palavras que você descrevesse o cenário político nacional.

MM: O cenário político nacional não é bom, onde você tem um governo que foi eleito com uma promessa e está fazendo outra. Um governo que se elegeu através de mentiras, perdeu a credibilidade, uma presidente que não governa mais o país. Um partido que está no poder que precisa fazer muitas negociatas com o Congresso Nacional para poder ter a governabilidade. Essa administração atual não é boa nem para os três poderes, as instituições e o seu povo. Estamos vivendo uma crise hídrica, moral, ética, onde a classe política está em todos os níveis desacreditada, você não tem a credibilidade de recorrer as instituições porque foram instrumentalizadas pelo governo que aí está. Então, a situação do país é ruim!