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José Itamário, uma figura ilustre com raízes em nossa cidade, é um dos integrantes da implantação da Rede Sustentabilidade em Vitória da Conquista. O partido foi criado pela ex-candidata à presidência Marina Silva.

BM: Qual é a situação da Rede hoje em nosso município?

JI: A situação da Rede em Vitória da Conquista parte pelo início que chamamos de núcleo vivo, composto por todos aqueles que estão militando e pré-organizando o partido. Depois deste núcleo, vem o elo municipal, que corresponderá exatamente ao diretório estadual. A Rede não funciona como um partido comum, portanto, não tem presidente e sim porta-voz, tem em sua executiva a organização, a tesouraria, temos outras funções de mulheres e jovens que compõem exatamente o diretório da Rede. Todos no mesmo nível, porém, tudo é decidido não pelo voto, mas sim por um consenso progressivo entre seus membros. E daí, vem o porta- voz que divulgará o resultado desses consensos. O nosso grupo está a passos largos em Vitória da Conquista no sentido de ter uma candidatura própria, como a exemplo da de vereadores. Estamos em fase de preparação de nossa convenção estadual e, após este evento, estaremos implantando os elos municipais. As prioridades de candidatura são nos municípios de Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista.

BM:  A Rede tem demonstrado para o país inteiro que vai ou quer ser diferente. Essa diferença começa na aceitação e recebimento de filiados, inclusive há uma peneirada muito grande com aqueles políticos que ainda tem mandatos. O que significa isso, Zé?

JI: Significa que algumas pessoas ainda estão com alguns sentimentos da velha política impregnada em seu dia dia, e a Rede, não tem dono. Recebemos muitas ligações de vice-prefeitos e vereadores nos solicitando que eles sejam representantes ou donos da Rede. Nós vimos de um movimento para fazer uma nova política, temos dentro do grupo vários segmentos, o empresarial, o social e todos eles iremos abraçar. Temos um formato horizontal, de modo que, não temos presidente e as decisões sejam horizontais. Outro obstáculo é a questão da ficha limpa, esse é um dos pontos em que nós bloqueamos o pretende a ingressar na Rede.

BM: Observamos que a Rede sofreu um processo de crescimento ou de pelo menos se colocar como partido dado o impedimento que ocorreu devido a sua implantação. Você atribui isso a quê?

JI: Nós tivemos um atraso no processo de implantação da Rede até porque não era conveniente que participássemos do pleito passado. A Marina saiu como candidata por conta de um desastre, um acaso, mas não era para ela sair, pois, as forças políticas não queriam que ela saísse.

BM: A Rede propõe que não se tenha donos da sigla, que o projeto deixe de ser tornar individual e passe a ser coletivo. Mas, não obstante, a Marina é um nome, ninguém pode negar que ela é uma bandeira instituída e construída até pela sua participação na política nacional.

JI: A Marina é um nome muito forte dentro da Rede e o grupo foi baseado em alguns de seus pensamentos, ela foi uma das organizadoras do movimento. Mas, isso não significa que só temos ela como liderança, hoje temos também representantes como Heloísa Helena, Randolfe Rodrigues, destacado como melhor senador e outros nomes que vem surgindo e deverão surgir.

BM: Quais são as suas expectativas com relação a Rede, em Vitória da Conquista, você que é um dos baluartes à frente do partido?  

JI: Somos rígidos com todos esses critérios e temos já um grande grupo em nossa cidade para a futura formação do partido. Dentro de um mês teremos toda essa organização já pronta em Vitória da Conquista.

BM: Dentro desse espaço que se avizinha com a formação do partido definitivamente, você poderia dizer que a Rede daria para Vitória da Conquista, o norte que ela assumirá com as eleições estaduais e principalmente municipais?

JI: Alianças serão possíveis, porém, algumas uniões impossíveis seriam com os grupos nacionais que estão envolvidos em escândalos. Esses grupos, nós não teremos nenhuma aproximação para coligação.

BM: Se a Rede tivesse optado pela neutralidade nas últimas eleições e a Marina não tivesse apoiado o Aécio Neves seria melhor em sua concepção?

JI: A Rede se posicionou em três posições na época, na neutralidade, voto branco ou nulo e liberamos a Marina para que ela fizesse essa opção, caso quisesse apoiá-lo. Desde que o PSDB introduzisse em seu plano de governo as nossas reivindicações de sustentabilidade. Mas, não foi unânime essa liberação para o apoio ao candidato tucano.

BM: Quanto a questão ideológica do partido como vocês se consideram de fato? Esquerda, direita ou centro?

JI: A Rede é formada por diversidade, nós temos capitalistas, socialistas e humanistas. Repetindo o que a nossa amiga Heloísa Helena fala: “só não podemos ter vigaristas”. Todos aqueles que quiserem vir construir a Rede, nós vamos estar buscando, seja maçonaria, igreja católica ou evangélica, espírita, umbandista, somos um partido bem diverso. A Rede é um partido de todos. Nossa função e que o cidadão tenha bem-estar e para ter isso é preciso que se tenha segurança e educação básica, mobilidade urbana e saúde.