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   Foto: Blog da Resenha

Herzem Gusmão, pré-candidato do PMDB, é uma das figuras de destaques da atual política de Vitória da Conquista e irá concorrer mais uma vez ao cargo de prefeito do terceiro maior município do sudoeste baiano.

BM: O que você enxerga nesse tabuleiro da nossa política em 2016 ?

HG: Vitória da Conquista vem sinalizando que desde 2008 quer mudar, naquela ocasião foram três candidatos. A “Frente Conquista Popular” lançou seu candidato, enquanto a oposição se dividiu entre mim e o candidato Esmeraldino. Nós somamos juntos mais de 60 mil votos e se tivéssemos chegado naquela época unidos, e quase chegamos a esta possibilidade, teríamos vencido a eleição. O sentimento de mudança já vem de muito tempo e isso é natural da fadiga do poder. O PT completa vinte anos em 2016, governa desde o século passado, no final da década de 90. Estamos vivendo agora um momento ímpar, as forças que integram a “Frente Conquista Popular” estão fragmentadas pela fragilidade do PT e que afetou a política nacional. Todos os candidatos que participarão das próximas eleições, o próprio Partido dos Trabalhadores reconhece a dificuldade que irá encontrar. E aqui em Vitória da Conquista estamos vendo uma aparente fragmentação pelos partidos aliados que buscam espaço para o próximo pleito. A sua densidade e musculatura para somar no fragilizado PT. O partido tem ainda atração, pois, é poder, e governa o Brasil, Bahia e a nossa cidade. Tem essa atração graças aos cargos, secretarias e nomeações, nós entendemos que os partidos aliados a ele ainda não demonstraram vigor de lançar uma candidatura para valer. Os candidatos que surgiram nesse momento tem uma data de validade, então, precisamos em que pese essa oportunidade aproveitar essa situação. Elaboramos em 2012 um grande programa de governo e que agora estou colocando com os demais pré-candidatos que nós temos, o PSDB deve apresentar, o Grupo Independência já tem o Romilson, o PROS tem Arlindo Rebouças, o DEM apresentou Marcelo Melo, Esmeraldino Correia busca um partido, o Solidariedade com Armênio Santos, inclusive tenho me apresentado como pré-candidato não impondo meu voto. No próximo ano teremos que nos reunir, discutindo e debatendo o projeto Conquista e elaborando os requisitos para que possamos escolher a melhor chapa e mais competitiva que irá elaborar esse projeto para apreciação da nossa querida Vitória da Conquista, terceiro colégio eleitoral da Bahia.

BM: O deputado Herzem Gusmão recebeu a visita da Nadjara que é um dos membros do PSB e essa visita mexeu com o ânimo político da cidade. O que você teria a falar desse encontro?

HG: Foi uma visita cordial, recebi a doutora Nadjara muito bem. O que eu soube é que ela estaria indo para um partido de oposição e é verdade, foi convidada. É um grande quadro e pode contribuir para que a gente possa elaborar um grande projeto. Eu sei que repercutiu muito na cidade até pelo que ela representa e torço para que este partido que eu não estou autorizado a falar, mas, é coirmão, consiga colocá-la porque é uma alternativa que nós passaremos a ter para debater e discutir Conquista.

BM: Você vem de duas eleições com votações expressivas na disputa pela prefeitura local, hoje detém um mandato que está te dando ainda mais visibilidade. Você se sente o candidato natural à prefeitura de Conquista pelas oposições?

 HG: Eu diria que tenho o privilégio de estar a 47 anos no rádio e são vários institutos de pesquisa que me apontam em primeiro lugar. Os órgãos Séculos, Farani e P&A  são institutos de grande credibilidade, P&A faz pesquisas para Embasa, governo, Rede Globo, Rede Bahia, aqui fez para Odebrecht, Ministério da Previdência, e também o instituto Bapesp que é do deputado Marcelo Nilo que faz pesquisa para o governo. Então, esses quatro institutos de pesquisa vem me apontando com uma vitória em primeiro turno em qualquer cenário. Isso me deixa bastante feliz por saber que Vitória da Conquista entendeu a mensagem deixada por mim, foi assimilada as ideias de Jadiel Matos, ele não incentivou o Jadielismo, mas pregou uma ideia, “nós iremos passar”, ele passou, porém a ideia, permaneceu. Esperamos debater Conquista dentro do pensamento voltado para a cidade, colocaremos esse projeto para apreciação da cidade e a chapa apesar de estar na frente dos demais pela exposição, por ter participado do pleito e ter a evidência pelo rádio, não significa imposição, teremos que ter maturidade para escolher a melhor chapa.

BM: Você tem conversado com o deputado Fabrício Falcão (PCdoB) e com ex-deputado Mão Branca dentro dessas conversações já ocorreu algum entendimento para uma possível aliança no segundo turno?

HG: Estou aberto a um entendimento e a conversar com qualquer pessoa. Com relação às eleições não conversei ainda com Fabrício, tenho falado com ele como colega deputado, ele sabe que eu sou pré-candidato, assim como eu sei que ele também é. Diria a você que o Partido Socialista Brasileiro não é Fabrício, o PSB e o PCdoB esses dois partidos que integram a aliança da “Frente Conquista Popular” que é comandada pelo PT não irão desgarrar dele. Até porque no momento exato as forças maiores, o comando do Estado vai determinar e independente dele determinar, esses partidos são com o PT.

BM: Mesmo com essa posição do Fabrício que declarou que sua candidatura é irreversível, você acredita que ele estará ainda aliado com o PT?

HG: A candidatura dele é irreversível. Ele obteve em 2010 numa eleição para deputado estadual mais de 18 mil votos, depois caiu para 13 mil. Se ele não colocar o nome dele agora, ele desaparece, essa eleição  vai ser disputada por ele visando o pleito de 2018 para deputado estadual, pois, estará em evidência na rádio, tv e outros veículos. Agora, se ele não passar para o segundo turno até porque está ameaçando um candidato do PT e o Partido dos Trabalhadores está desmoronando nacionalmente, e isso não sou eu quem está falando, caso ele não passe, o apoio dele será do PT.

BM: Você é o candidato mais forte da oposição imaginemos que Fabrício rompa de uma vez por todas com o Governo Participativo, e se ele sinalizasse uma possível aliança, teria sua aceitação ou você tocaria o barco?

 HG: Esse questionamento e eu conhecendo você sei que é para deixar a gente balançado, mas, eu sei que é uma suposição e é precipitado você admitir qualquer coisa com base nisto. Não respondendo algo com base nesse questionamento, afirmo a você que o PCdoB  é PT.

BM: O mandado de deputado que você está executado pode ser considerado um reforço para você visando às próximas eleições?

HG: Nós como comunicadores do rádio acabamos defendendo naturalmente um mandato defendendo a cidade, os interesses dela, é o que fazemos inclusive o rádio ser visto. Este é um grande mandato, agora o mandato como deputado estadual propiciou visibilidade. Antes falava e não podia fazer nada, agora já estou brigando pela minha cidade. Com pouco tempo conseguimos algumas vitórias para nosso município que chamaram à atenção porque eu tirei o PT e partidos aliados da zona de conforto. Vitória da Conquista é uma cidade que quando depende do poder público a coisa não avança, por exemplo, o aeroporto, a pista pronta e não tem terminal, terceira maior cidade da Bahia e não tem água, apenas duas promessas as barragens do Catolé e a do Rio Pardo, cadê? A indústria de medicamentos que era pra reativar a Bahiafarma, um Centro de Cultura que é ali pequenininho fechado, a revitalização do centro comercial , o distrito industrial dos Imborés abandonado. Nossa economia é pujante e forte, mas, quando depende do poder público acaba sendo uma dificuldade e um entrave para que o município possa avançar.

BM: Qual o vice que você pensa ou gostaria de ter ao lado na disputa das próximas eleições em 2016 ?

HG: Como estamos construindo uma unidade sem impor ninguém então todos que estão aí são legítimos. Citei o nome de todos anteriormente, faltando apenas o nome do PSDB, mas, espero que ele construa logo o candidato. Temos que ter uma atenção para as pesquisas com institutos corretos e sérios porque indica quem verdadeiramente tem densidade e que o povo quer.

BM: Sendo eleito qual o primeiro ponto que consideraria importante e que você vislumbra que seja uma real necessidade do município e você possa resolver?

HG: Transformar a escola e a educação, pois, só do FUNDEB recebemos 110 milhões por ano. Temos uma geração perdida, o PT acabou com a meritocracia da avaliação e implementando aqui com o professor que era também prefeito a aprovação automática para que a cidade tivesse resposta do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A primeira coisa que devemos fazer aqui, a exemplo do prefeito de Salvador ACM Neto, é restaurar a escola, criar um projeto pedagógico arrojado. Infelizmente quando o prefeito daqui vai a uma instituição de ensino é para inaugurar uma pequena escola com um aparato de propaganda que impressiona. O Instituto de Educação Euclides Dantas, uma escola concebida na década de 50 para ser inaugurada em 1952, 63 anos atrás e olhe a estrutura da Escola Normal, com quadra coberta, salas arejadas, teatro, o espaço que ela tinha, pois, diminuíram um pouco o espaço que ela dispunha. Observe as escolas da atualidade é de fazer pena, então educação tem que ser uma prioridade.

BM: Temos postos como possíveis nomes da oposição Fabrício, Joás e Zé Raimundo quais dos candidatos você gostaria de enfrentar na disputa pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista?

HG: Quando se está preparado para os embates não se pode escolher adversários, quem classifica os candidatos é o povo, não sou eu. Nós temos um projeto político, grandes opções, nós temos nomes, no plural, isso é muito interessante. E a gente não tem preocupação de escolher candidato mais forte ou fraco.

BM: O PT no âmbito nacional traz um desgaste que preocupa alguns possíveis candidatos na campanha das próximas eleições. Já no PMDB, o Eduardo Cunha, que preside o Congresso tem trazido uma preocupação também aos peemedebistas. Você acha que isso mexeria ou traria algum prejuízo a sua candidatura?

HG: Com relação ao Eduardo Cunha que há uma movimentação em torno dele, as pessoas acham que ele deve cair, se ele tem culpa realmente deve cair, e a presidente Dilma? Para mim os dois. Marco Aurélio, ministro do Supremo Tribunal Federal apresentou uma sugestão . Muitas pessoas acham utopia, mas, o melhor remédio para o Brasil neste momento seria uma nova eleição. Nem impeachment, porque o resultado seria traumático e no outro dia esse país seria uma panela de pressão. Uma nova eleição me parece realmente ser o melhor, claro, sem ditadura, como diria o saudoso Ulysses Guimarães: “Tenho ódio e nojo da ditadura”, nós que vivenciamos ao que Pedral foi cassado e o exército ficou acampado ali na escola normal, em 1964. A última eleição para presidente foi uma fraude histórica, algo sem dúvida inimaginável na história do Brasil. Diria que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria obrigação pelo que aconteceu de cassar a chapa, no caso Dilma com o vice-presidente, e teríamos um período curto para realizar as eleições. Que também não seriam comandadas por Eduardo Cunha, teria que se escolher outro ministro para rapidamente elaborar as regras para outro processo eleitoral.

BM: Se vier a disputar a próxima eleição, qual será sua conduta em relação a alianças com outros partidos? 

HG: A mesma que sempre tive sem prometer a ninguém absolutamente nada, como é feito aqui em Conquista. O candidato do PCdoB foi rifado a candidatura dele quando o prefeito ofereceu mais secretarias. Isso é um escambo vergonhoso, quando hoje criticamos compra e venda de votos, você trocar o apoio político em troca de tempo e vagas políticas na televisão, além de secretarias, por isso o Brasil está dessa forma.

BM: A governabilidade, o que qualquer governo precisa para tocar seus projetos, você acha que não precisaria, não digo fazer nada escuso, mas pelo menos conversar com partidos e vereadores?

HG: É importante você ter um apoio que vá lhe assegurar uma governabilidade, isso é natural, é do jogo político. Mas, o atual prefeito governou a cidade quando ainda se tinham 19 vereadores e ele só tinha quatro. Mas, tinha o respaldo popular e a justiça, e governou bem. E agora ele tem a esmagadora maioria e faz um governo abaixo da crítica e não sou quem está falando. Se você me perguntar eu te falo, SUS, o nosso é mal avaliado enquanto Montes Claros tem o melhor do interior do Brasil, educação, temos o IDEB vergonhoso, segurança pública uma catástrofe. A cidade é mal avaliada e o mapa da violência tem mostrado. O município não tem sido tratado como deveria ser, o fato que nossa força política é mansa e omissa. Nós tínhamos a FIOL, um projeto de Vasco Neto da década 50, que era nosso e passava por diversas cidades do sudoeste, mas, no momento em que surgiu uma bifurcação para saber se ia para Belmonte ou Ilhéus e se teve o impasse entre ambientalistas de Ilhéus, nada foi feito, e César Borges e Luis Amaral tomaram o projeto, nenhuma das forças daquela época reagiram.

BM: Quando se vê a pista do aeroporto sendo já feita e todos esses trâmites burocráticos que ainda envolvem a obra, você acha que finalmente sai este empreendimento?

HG: Dez deputados vieram ver a obra, eles ficaram impactados com a grandeza do empreendimento, é algo extraordinário, suntuoso. Mas, precisamos do terminal de passageiros e aquela obra para chegar naquele estágio ali dependeu da articulação política de  Antonio Carlos Magalhães Jr que era senador e ACM Neto na época deputado federal. A emenda propiciada por eles permitiu que se chegasse a esse estágio, hoje, precisamos de apenas 30 milhões e num debate promovido por Zé Maria do Movimento Conquista Pode Voar Mais alto, Luciana Lima, provou na frente de dois deputados do PT e eles não contestaram, que na Secretária de Aviação Civil (SAC) não tem projeto e nem recurso para isso. A prova é que o governador Rui Costa conclamou uma parceria público privada para tocar o aeroporto. Espero que ele em parceria com empresários de Conquista e outras regiões consiga trazer esse equipamento maravilhoso para nossa cidade.

BM: Chegando à prefeitura o que você faria para mostrar a população que a gente precisa de uma garantia de água no futuro?

HG: Não sou eu e a prefeitura, aí seria o Estado, porque tem a Embasa. O que precisaria ter é uma agência reguladora para o órgão não maltratar a cidade. Ninguém fiscaliza a Embasa aqui no município, ela faz o que quer na cidade. E a prefeitura é quem pode renovar ou não, já que a empresa é uma concessionária e nada é cobrado, simplesmente não se tem autoridade sobre o órgão. Como lembro saudosamente o velho Pedral que com sua sabedoria me disse: “Nós temos água, não temos são as vasilhas”. Nós temos tanto rios, Choça, Mongos, Rio do Beiro, Água Fria, Catolé, cinco rios e outras nascentes que temos e são afluentes desses rios. Nós precisamos estimular o governo, já é a terceira licitação que fica emperrada, a última agora foi da ordem R$ 140 milhões e acharam pouco e prometeram a barragem de Catolé e do Rio Pardo que não saíram.

BM: Quatro ou cinco meses atrás se falava da possível candidatura de Nilo Coelho, em Vitória da Conquista, ele arrefeceu essa notícia. Você considera que ele esteja integrado dentro do processo político da nossa cidade e evidentemente junto com você nesse projeto?

HG : Nilo Coelho contribui para Conquista mais do que muita gente que se diz conquistense e estufa o peito . Ele mora em Conquista e quando veio para cá me perguntou sobre a possibilidade de transferir o domicílio eleitoral, ele me perguntou o que achava. Quem é que não quer receber um quadro como ele, mas, ele veio para cidade liderou a organização política nossa junto com Paulo Souto e a vitória de Aécio foi comandada pelos médicos de Vitória da Conquista. Ele já estará aqui, mas, soube que a eleição dele em Guanambi será uma nomeação.  Ele não decidiu ainda se quer, mas, recebi informações de pessoas confiáveis que caso entre na disputa é o nome certo para vencer as eleições naquela cidade.