É intervalo do primeiro para o segundo tempo.

O jogo é Vitória da Conquista x Ypiranga, da capital.

Esta matéria escrevo sem saber o resultado final desse prélio futebolístico, que trouxe ao nosso belo estádio um número significativo de torcedores — apaixonados pelo time que nos representa no Campeonato Baiano da Segunda Divisão.

Espero que, nos próximos 45 minutos, a gente possa comemorar a vitória do Bode.

Mas não — por mais que a gente queira, a torcida não brotará do chão.

Chegou ao limite máximo.

E, sendo bem sincero, é muita gente para uma noite de quarta-feira, em um jogo sem grande apelo, sem motivação extra.

Afinal, não estamos na Série A.

Estamos há algum tempo nessa caminhada difícil, buscando um lugar ao sol, tentando voltar a figurar entre os grandes, alegrando a Criptonita, essa torcida fiel ao verde e branco.

Ederlane, homem de poucas palavras — tímido? Talvez nem tanto — apenas discreto.

É o seu estilo.

Ele prefere que a torcida fale por ele, com gritos nas arquibancadas.

Quem sabe assim os jogadores se animem e construam a vitória.

O presidente é um bravo.

Continua sonhando…

Zé Roberto, onde está você?

O Gordo faz falta.

Está no céu, e de lá, olha por todos nós.

Lá estavam Clóvis Flores, Zanata, Zó ou Kel — não sei ao certo, vi de longe um dos dois gêmeos que tantas alegrias nos deram neste estádio, inaugurado em 1966 pelo então prefeito Orlando Leite, amigo do governador Lomanto Júnior.

Ah, que saudade…

Quantas alegrias vivemos assistindo Piolho, Naldo, Chico Estrella, Herbert, Djalminha, Claudi, Denilson, Juraci, Cavalinho, Tidão, Agra, Jurandi e tantos outros.

Todos nos fizeram felizes — em tempos diferentes, é claro.

Era difícil perder em casa.

Principalmente quando o treinador era o saudoso Zé Maria Arêas.

O nosso velho e majestoso Lomantão não fala, mas a gente sente:

ele clama por arquibancadas cheias, por gritos de gol, por vibração.

E, dentro de campo, quer ver os jogadores nos dar vitórias como no passado.

É isso que todos nós queremos.

O segundo tempo já começou.

O placar insiste num 0 x 0 morno… ou frio, como está o tempo.