:: 20/dez/2025 . 15:02
O Cristo de Mário Cravo: a obra que assustou, dividiu opiniões e hoje é símbolo de Vitória da Conquista

Meu caro Fábio Sena, fico sempre muito feliz quando você me aborda para conversarmos sobre o Cristo de Mário Cravo, edificado na Serra do Piripiri por iniciativa de um dos maiores líderes da nossa história, José Pedral Sampaio, que hoje é homenageado com as celebrações do seu centenário de nascimento.
Pedral foi um líder inconteste, apaixonado por Vitória da Conquista. Sempre quis ver a cidade no alto, projetada, respeitada. Para isso, contou também com a sensibilidade e a boa vontade do então prefeito Raul Ferraz, seu companheiro de política, de amizade e de juventude. Dois homens que pensaram Conquista de forma generosa, ampla e visionária.
Pedral carregava essa ideia há muito tempo. Raul, como prefeito, acolheu o projeto. E assim foi erguido o Cristo. Mas o impacto foi imediato e, para muitos, assustador. A imagem não correspondia ao Cristo “tradicional” ao qual as pessoas estavam acostumadas: cabelos longos, traços suaves, olhos serenos. O Cristo de Mário Cravo trazia sofrimento explícito, traços fortes, expressão dura. Para muitos, causava medo. Para outros, verdadeiro pavor.
Pedral morava ali perto, na Praça Sá Barreto, na esquina da antiga Rua do Cruzeiro, uma via marcada pela religiosidade popular. No alto da serra havia uma cruz, destino de penitência dos moradores, que subiam em sacrifício para pedir a clemência dos céus, especialmente a chuva para o sertão. Foi dessa vivência que nasceu o sonho de erguer o Cristo do outro lado da serra.
Quando a obra foi instalada, a reação foi intensa. As pessoas subiam para ver aquela figura que lhes parecia estranha. Houve rejeição, temor e até episódios de apedrejamento da imagem. Missas no local eram impensáveis. Católicos fervorosos não aceitavam a ideia. Muitos não compreendiam o simbolismo profundo daquela obra, que representava não apenas a fé cristã, mas também o sofrimento do povo nordestino.
Com o tempo, Pedral explicava, insistia, defendia. O Cristo não era apenas religioso, era cultural, artístico, identitário. Segundo informações da época, tratava-se do maior Cristo crucificado do mundo. Mesmo assim, levou anos até ser aceito. :: LEIA MAIS »
“Artistas que mais receberam dinheiro de verba pública”, aponta pesquisa: sertanejos lideram ranking

A lista é grande, é extensa. Entre os artistas que mais receberam recursos públicos para apresentações em eventos oficiais estão Chitãozinho & Xororó, Leonardo, Henrique & Juliano, Amado Batista, Eduardo Costa, Fernando & Sorocaba, Gusttavo Lima e Zezé Di Camargo & Luciano. Todos pertencentes ao universo da música sertaneja.
A pesquisa não deixa claro se os valores correspondem apenas ao ano de 2025, que está se encerrando, ou se abrangem também anos anteriores, como 2024. O fato é que o tema ganhou repercussão nacional após o cantor Zezé Di Camargo se manifestar publicamente nas redes sociais, demonstrando insatisfação com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em uma entrevista exibida pelo SBT.
Segundo Zezé, se Silvio Santos ainda estivesse vivo, não permitiria uma relação tão próxima entre o presidente e a emissora. A declaração reacendeu debates e acabou trazendo à tona essa pesquisa sobre o volume de recursos públicos destinados a shows de grandes artistas. :: LEIA MAIS »
“Não serei candidato a deputado”, disse-me o coronel Ivanildo. E a resposta será a mesma após pontuar 12,6% em pesquisa?

Já se passaram cerca de três meses desde que estive no Gabinete Civil para uma visita de cortesia ao ilustre coronel Ivanildo Silva. Na oportunidade, aproveitei o ensejo e lhe perguntei diretamente: “Coronel, o senhor será candidato a deputado? Existem rumores nas ruas de que o seu nome estaria sendo cogitado como um possível candidato do grupo da prefeita Sheila Lemos.”
A resposta foi imediata, objetiva e sem rodeios: “Não. Não serei candidato.”
O tempo passou e, como todos sabem, na política nada é completamente estático. As circunstâncias mudam, os cenários se alteram, as movimentações acontecem. Isso, no entanto, não significa afirmar que o coronel Ivanildo tenha mudado ou vá mudar de posição.
Muito embora, é claro, ao surgir uma pesquisa em que seu nome aparece com expressivos 12,6%, qualquer ser humano, naturalmente, faz uma reflexão íntima. Afinal, números despertam curiosidade, provocam questionamentos e geram especulações. :: LEIA MAIS »
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