Realmente, perdemos um amigo. Um grande amigo: Raimundo Viana.

Professor Raimundo Viana. Bacharel em Direito, educador, mestre, administrador competente. Amigo dos alunos, irmão dos colegas professores. A pessoa mais gentil que conheci no trato com os funcionários por onde passou.

Conheço Raimundo Viana desde que chegou a Vitória da Conquista. Começou dando aulas particulares de inglês. Depois, passou a ser professor no Colégio Edvaldo Flores — onde, inclusive, me convidou para fazer uma palestra. Dirigiu essa escola por um período curto e, em seguida, tornou-se professor do Colégio Polivalente, que na época era uma das melhores escolas técnicas do interior da Bahia. Ele fez parte do primeiro corpo docente do Polivalente.

Mais adiante, ingressou no Centro Integrado como professor, e ali criou um verdadeiro círculo de amizade com todos aqueles que faziam parte da chamada família do Centro Sagrado. Diretores, funcionários, alunos… Raimundo passou a ser uma figura de destaque dentro do Centro Integrado.

Assumiu uma das diretorias do colégio — que, por ter mais de cinco mil alunos funcionando em três turnos, contava com direção geral e diretores por grau e turno. O nosso amigo querido, professor Raimundo Viana, foi vice-diretor do Centro Integrado.

Continuou sua jornada prestando grandes serviços à educação de Conquista. Junto com outros companheiros, fundou o curso e vestibular Opção, que se transformou em colégio. Depois, deu voos mais altos: participou da fundação da FAINOR, faculdade que se transformou em uma verdadeira universidade. E, sem dúvida nenhuma, Raimundo Viana foi uma das cabeças pensantes, um dos pilares de sustentação dessa instituição — que hoje é uma das melhores do interior do Nordeste.

Amigo de todos na comunidade conquistense, continuei desfrutando da amizade e da irmandade do nosso querido professor, doutor Raimundo Viana. Todos os sábados pela manhã, eu ia à feira — comprar verduras frescas, frutas — e manter o contato com feirantes, ex-alunos, colegas aposentados, companheiros… Era um lugar aprazível para um bate-papo saudável, às vezes saudosista.

E lá estava ele: o professor Raimundo Viana. Sempre com aquele sorriso cativante.

Nunca vi Raimundo Viana de cara fechada, mal-humorado ou triste. Não! Sempre com astral positivo. Sempre com sorriso. Sorriso!

Perdemos um colega professor. Perdemos um amigo fiel. Perdemos um grande profissional da educação em Vitória da Conquista. E Vitória da Conquista perdeu uma das pessoas que mais contribuíram para o seu desenvolvimento educacional e cultural.

Esse era o nosso amigo, companheiro, colega Raimundo Viana. Vindo de uma cidadezinha pequena da Chapada Diamantina, que ele sempre mencionava com orgulho — por ser o berço de pessoas inteligentes, e por que não dizer, cultas. E essa cultura, essa inteligência, ele trouxe para Vitória da Conquista e aqui multiplicou. Criou vínculos com todos os setores da nossa comunidade.

Lembro bem: quando Raimundo era vice-diretor do Centro Integrado, todos os anos, no São João e no Natal, ele convidava dois alunos — os mais humildes — para passarem as festas em sua residência, ao lado de seus familiares.

Esse era Raimundo Viana.

Vitória da Conquista perdeu um dos seus homens mais importantes dos tempos atuais.

Grande amigo. Grande companheiro. Grande professor. Grande mestre.

Grande educador: Raimundo Viana.