Ao adentrar o estúdio da Rádio UP! para apresentar o meu programa Agito Geral, eu não imaginava que receberia uma notícia que faria com que me desse vontade de voltar correndo pra casa, tal foi o susto que tomei quando Daniel, membro do programa de Chico Medonho, me interrompeu quando eu abria a porta: “você soube de Neto?”. Perguntei qual Neto. “Neto Comander faleceu”.

Preferi não falar nada, nem na abertura, nem durante a apresentação e não comentei no encerramento, a decisão foi tomada após confabular com Ricardo Borges. Esperei os meus convidados se retirarem para eu recuperar do susto e tomar pé da situação.

Neto é uma daquelas pessoas que você pode afirmar que é “gente boa, gente fina”, e quem o conheceu sabe do que estou falando.

Neto foi acima de tudo um extraordinário colega, uma pessoa tranquila, serena, amiga, conversávamos muito e nos entendíamos bastante, estreitei meus laços de amizade com ele quando Maciel Júnior me convidou para fazer parte da equipe de esportes da então Rádio Transamérica, cujo comentarista titular era Neto.

Nos arquivos da rádio constam falas minhas nas quais afirmo que Neto é o melhor comentarista de futebol da Bahia, é o que mais entende, o que mais sabe sobre os clubes brasileiros, não tenham dúvidas do que estou falando. Neto conhecia tudo sobre as quatro linhas, sabia onde cada jogador estava atuando, no Brasil ou no estrangeiro. Neto era um pesquisador, era, portanto, um excelente profissional. Perdemos uma excelente figura humana, um colega extraordinário.

Aos familiares, colegas e amigos, os nossos sinceros sentimentos.

O futebol está de luto, Conquista perdeu um filho ilustre.