Delegado Valdir Barbosa partiu
Um amigo, um gentleman, sempre me tratou com muita distinção. Nos falávamos quase que diariamente. Foram vários os textos belíssimos e apaixonados que dedicava a sua esposa, a psicóloga Roberta.
Hoje me enviou um que só agora pude ver no meu celular após o jornalista e amigo Giorlando Lima me perguntar: “foi encontrado dentro do seu automóvel na garagem do edifício onde mora, no Campo Grande, em Salvador. Você sabe de algo?”.
A minha reação foi de incredulidade, o chão ruiu aos meus pés.
O delegado aposentado, inteligente, um especialista em desvendar crimes que abalaram a sociedade conquistense, dentre os principais o sequestro e morte de Dona Gilenilda Alves e do casal Huguinho e Larissa.
Valdir Barbosa assumiu Vitória da Conquista como sua terra, a nossa cidade e a sua querida esposa serviam-lhe de inspiração para escrever.
O seu local preferido, o seu ponto de encontro, onde aos sábados e domingos reunia com os amigos para contar muitas histórias sempre foi o Aerobar, que a partir de agora ficará com uma cadeira vazia.
Valdir, querido amigo, mais que um policial civil, mais que um delegado especial, você era um ser humano sensível, um grande poeta.
Vá com Deus, nesse instante publicarei o seu belo texto que me enviou na manhã de hoje em homenagem ao grande amor da sua vida, Roberta, sua esposa:
“DIA DOS NAMORADOS
Hoje, somente essas flores lhe ofereço,
Mas, muito mais queria te presentear,
Eu viraria este mundo pelo avesso,
A garimpar pedra perfeita pra te dar,
Uma pepita de ouro puro serviria,
Uma esmeralda de mais verde sensação,
Rubi vermelho, o mais rubro
buscaria,
O diamante preferido do Sultão,
A estrela guia que ornamenta o firmamento,
Raio da lua quando ela se põe cheia,
Brilho do sol, quando no seu maior momento,
Espero que as pétalas do perfume destas rosas,
Possam portar essa vontade que me anseia,
E enamorado sigo em meus versos e prosas.
12 de junho de 2021
Valdir Barbosa”
Conheci o Valdir Gomes Barbosa ainda na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, assim como também travei uma bela amizade não somente com ele, mas com o seu genitor “Seu Gomes”, que era proprietário da Tipografia Gomes. Valdir que era mais adiantado na faculdade do que eu, logo ao se formar optou pela carreira policial, tornando-se delegado de polícia, e lá cresceu de maneira meteórica, fazendo diversos cursos no FBI, e outros órgãos de inteligência policial mundo a fora. Na década de 80, na plenitude da carreira, chegou a ser nomeado para ser secretário de segurança, mas declinou ao convite, e por esta época era conhecido como o “homem de ouro da polícia civil da Bahia”. Sério, desvendava todos os casos que pareciam impossíveis, foram assaltos, saques, assassinatos, sequestros etc. Aqui em nossa cidade desvendou diversos delitos, e acabou com várias quadrilhas, como o sequestro da Senhora Gilenilda Alves, a quadrilha dos Irmãos Silveira, dentre outros caso. Já perto de sua aposentadoria foi prestar seus serviços no TCU, onde se aposentou e passou a dedicar a fazer o que mais gostava, escrever, e foi assim que em 2013, lançou o livro “Saques e Tiros na Noite” (Sonhos, estórias e histórias de um homem de polícia). Recentemente falou-me que estava prestes a lançar outro livro com a mesma temática, que resumidamente se consistia na sua auto biografia como policial, não deu tempo. Existe no Amazon um outro belíssimo livro dele, “Surfando em Piperline”, que é extraordinário. Dono de uma escrita escorreita, e uma inteligência rara, dedicava-se a escrever poemas e sonetos à sua esposa a Drª Roberta Barbosa (médica psiquiátrica). Vitória da Conquista deve muito à ele na área da segurança, onde sequer suportava ver um delegado, um escrivão, um agente corrupto. Agora rogo a Deus que o receba e lhe conceda a paz que sempre se fez merecedor.
Amigo de fé ,irmão Camarada.
Grande perda não só para a família e amigos, mas para todo o povo conquistense!
Descansa em Paz sempre “Delegado Valdir”. Que Deus em sua graça lhe acolha baixo suas asas, assim como o senhor protegeu nosso povo.
Uma perda sem tamanho; conheci há muitos anos o delegado Waldir, amigo de muitos aqui na cidade, partilhava uma amizade com meu pai com o carinho com quem sempre tratava os mais íntimos.
De inteligência rara, um cara de bom gosto, amável,enfim, sem palavras para descrever mais essa perda nesses tempos difíceis.
Vai dr. Waldir, a morte não é diferente de nascer, é só um portal a mais a ser desvendado.
Não sei…mas achei estranho essa história de suicídio. Quem conhecia ele sabia o quanto ele gostava da vida! E ainda era espírita, tem conhecimento das consequências do suicídio.trabalhei com Fr valdir e sei o quanto ele amava a vida