Quando Roberto Jeferson esteve em nossa cidade na Convenção que oficializou a chapa Herzem Gusmão e Sheila Andrade, MDB e DEM, respectivamente, à prefeitura de Vitória da Conquista, que tem, além de outros partidos, o PTB como sigla aliada, naquele instante, já ao desembarcar no aeroporto Glauber Rocha, o convidado especial deixou claro o principal motivo da sua visita: “O Herzem representa o sentimento do eleitor de Conquista, e daqui sairá para todo o estado o líder que enfrentará o PT nas eleições que definirão o futuro governador da Bahia, já que o prefeito de Salvador, o Netinho, está sentado no colo do seu novo aliado, Rui Costa. Ele recuou na disputa em 2016, não permitiu que ninguém aparecesse e abandonou os seus companheiros à própria sorte”, disse o advogado criminalista e ex-deputado federal. O prefeito, ladeado por Dona Irmã Lemos, vice prefeita, assistiu a tudo em silêncio.

No dia seguinte, no Mediterrâneo, local da Convenção, as críticas foram ainda maiores quando o Roberto Jeferson concedeu uma coletiva à imprensa: “O prefeito traiu a história do seu avô, o velho ACM, adversário histórico dessa esquerda que quer tornar o Brasil num país comunista, e Herzem será o responsável para não permitir que a Bahia continue nessa rota”, o emissário deixava claro que ele era o porta voz de um futuro alinhamento político/administrativo entre o prefeito de Conquista e o presidente Jair Bolsonaro. Herzem e Sheila, sentados, ouviram.

O dinamismo da política mostra que está tudo muito bem com a coligação que tentará levar o prefeito a sua reeleição, ACM Neto é o grande convidado da carreata que ocorrerá neste final de semana. Pelo visto, o prefeito é um nome de peso na sucessão da capital do sudoeste da Bahia, até porque o líder baiano governa Salvador a dois mandatos e o seu candidato, Bruno Reis, deverá ser eleito no primeiro turno, segundo aponta pesquisa registrada no TRE.