Depois de dois meses com o comércio de Vitória da Conquista fechado, a cidade retoma a normalidade e dá uma aliviada no emocional de muitos lojistas que já não suportavam mais conviver com essa dura realidade, sem vendas, com muitos compromissos junto aos fornecedores, aluguéis e funcionários.

O clamor veio logo após o primeiro decreto assinado pelo gestor do município: “quem vai pagar as nossas contas? Queremos e precisamos trabalhar”. O pior estava por vir, o desespero foi aumentando a cada novo decreto assinado ou a renovação do anterior. A cidade ficou triste, a população incrédula convivia com cenas de um filme de ficção, ruas desertas, clima cinzento e apenas cães em movimento perambulando sem nada entender.

Na televisão, o jornalismo foi entregue quase que totalmente ao governador do estado e ao prefeito de Salvador, dividindo espaço com os dois aparecia diariamente o secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, e em seguida, para não ficar disproporcional, entrou em cena o secretário municipal de Saúde, Léo Prates. “Fique em casa, só saia se preciso, e ao fazê-lo, use máscara”, começaram assim mais brandos, conselheiros, explicativos e extremamente preocupados com o povo baiano, do interior e da capital.

Aqui em Conquista tudo ficou mais tranquilo para blogs e programas de rádio em relação as pautas diárias, o assunto era Coronavírus, o vírus assassino.

Primeiro quem aparecia para dar as notícias era o prefeito, nas emissoras de rádio, em blogs, redes sociais e também na televisão. Até que um dia o gestor foi às turras com um repórter da TV local e, estrategicamente, a SECOM suspendeu as aparições do mandatário conquistense e passou a escalar o secretário de Administraçao, o itabunense Kairan Rocha, para falar pelo Comitê de Crise criado a partir de então. Nesse interim, o secretário de Saúde Alexsandro Costa deixou a pasta e retornou ao cargo a ex-secretária Ramona Cerqueira, de forma interina.

O tempo passa e os comerciantes, principalmente os do centro da cidade, recorriam à presidência da CDL, na pessoa de Sheila Andrade, para pedir socorro em nome da classe. Entrou na briga a Associação Comercial, o coro ficou forte. Sheila pediu licença do cargo, provavelmente disputará um cargo eletivo nas eleições de outubro próximo.

Luto pelo Comércio, foi a frase adotada pelas lojas da cidade que permaneciam com suas portas fechadas, com exceção daquelas que foram consideradas de serviços essenciais e continuaram atendendo ao público de forma tradicional. 

“Prefeito, o senhor é responsável pela falência do nosso comércio”, ouvir ou ler palavras como essas devem mexer com o emocional de qualquer prefeito que é candidato à reeleição. Se fosse você, o que faria? O prefeito aproveitou o ensejo da pandemia e anunciou a obra do Terminal da Laura de Freitas, deu continuidade a execução dos serviços da Olívia Flores e segue na expectativa de contar com as bênçãos de Deus e esperar que a decisão de abrir a partir de hoje grande parte do nosso comércio seja a medida acertada.

Herzem Gusmão apostou as suas fichas após “um estudo minucioso feito pelo conjunto de órgãos que discutiram exaustivamente com o nosso Comitê Gestor, dentre a Câmara Municipal, o Conselho de Saúde, a CDL, a Associação Comercial, o Pró-Conquista, além da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A prefeitura teria contratado dois médicos infectologistas, por indicação dos seus filhos que são da área médica, mas ainda não sabemos quem são, e que devem estar participando das reuniões. Aliás, tentarei mais uma vez uma entrevista com os dois profissionais que vieram e já estariam residindo na cidade.

Hoje é um novo dia, Conquista amanhece com outro astral, de forma gradual e obedecendo um protocolo amplamente discutido, as portas do nosso comércio, de grande parte dos vários segmentos, estão recebendo os clientes da cidade e da região. Torcemos e precisamos que tudo aconteça dentro do previsto, que a taxa de infectados não aumente para que o plano de funcionamento de todas as atividades comerciais seja cumprido, conforme o protocolo anunciado pela administração municipal.

Só nos resta torcer para o resultado ser positivo, torcer contra é não gostar da cidade, não cabe vibração negativa, boa sorte aos comerciantes e que recuperem o tempo perdido.