JOSÉ MARIA ALVES CAIRES

O nosso entrevistado hoje é José Maria Caires, o Zé, empresário e apaixonado por política. Conquista estaria com a velocidade de um boing se dependesse dele e de outros empresários e cidadãos comuns que veem na nossa cidade uma “terra prometida”, independente de quem esteja no comando administrativo. Acompanhe nossa entrevista com Zé:

BM: Bom dia Zé! A proteção agora terá que ser dupla: recolher-se em casa por causa do COVID-19 e também agasalhar para conter o frio que está chegando intensamente:

JOSE MARIA CAIRES – Olá Massa, diria que dupla proteção e uma grande preocupação, além do frio e do COVID-19 precisamos também atentarmos para a economia, que ao meu ver não suportará por muito tempo se continuarmos nessa quarentena, simplesmente por ser quarentena, você que anda a cidade, percebe que a ela está cheia de gente nos ônibus, nos bancos, nas feiras livres nos supermercados e nas farmácias dentre outros comércios essenciais, mas o comércio grande vetor da economia está paralisado, com exceção das grandes redes nacionais, é bom lembrar que não haverá queda em V (vê) haverá sim um longo tempo de platô pra depois ocorrer a redução de casos e óbitos, daí a importância de fazer um planejamento gradual da abertura do comercio.

BM: Zé, você que é um empresário ativo, inquieto. Como está convivendo com essa realidade inusitada vendo lojas e empresas de portas fechadas, clientes precisando e querendo comprar, mas sem poder fazê-lo por causa das medidas restritivas?

JOSE MARIA CAIRES – Massinha, na verdade o comércio tem se virado como pode, o e-comerce veio pra ficar, o sistema de delivery tem salvo o nosso mercado local, sem contar que nossos bairros estão funcionando, ainda que de forma precária à meia-porta mas temos observado que ainda que com enormes restrições, estamos funcionando, o mais importante é o perfil de nossos empresários, são na sua maioria de empresas familiares e direcionados para suas comunidades de atuação o que tem facilitado a interlocução com seus clientes fiéis.

BM: O aeroporto Glauber Rocha, sonho antigo de Conquista e região, festivamente inaugurado em 23 de julho de 2019. Quando menos se espera para tudo, voos cancelados, nada, nenhum movimento naquela obra majestosa, apenas o barulhinho das asas dos mosquitos e borboletas, existe previsão para que voltemos a operar?

JOSE MARIA CAIRES – Ainda bem que conseguimos esse aeroporto antes da pandemia, senão ficaríamos sem essa importante obra, também responsável pelo desenvolvimento da Bahia, a interrupção das operações nos aeroportos não ocorreu apenas em Vitória da Conquista, é um episódio mundial, o fechamento das fronteiras tem sido um entrave econômico mundial. As companhias aéreas brasileiras, estão com 90% das aeronaves no chão, operando pouquíssimas rotas, restritas a poucas cidades e capitais do Brasil. Estávamos esperançosos que iniciaríamos o funcionamento do nosso aeroporto em junho, todavia essa data foi adiada para 01 de julho, Deus queira que se concretize. Não dependemos de Vitória da Conquista pra começar operar, as cidades de São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e muitas outras estão paralisadas, não justifica viajar pra qualquer cidade pra encontrar apenas supermercados e farmácias abertos(as).

BM: Zé, na sua opinião, falando de nossa cidade, o que tem acontecido aqui com as medidas adotadas pela administração pública tem correspondido às expectativas das autoridade? E ainda, a cidade está no limite? Até quando lojistas e demais forças produtivas resistirão aos limites impostos pelo Comitê de Crise?

JOSE MARIA CAIRES – Tenho observado que o Governo Municipal tem se preocupado muito, percebo que existe uma atenção voltada pra a crise e o número de infeção dado o tamanho de nossa cidade está sob controle, observo que a população podia contribuir mais, haja vista a gravidade e a preocupação dos governantes, as pessoas estão saindo pra rua sem grandes necessidades, sem planejamento isso é preocupante, tem pessoas que vão duas três vezes por dia no mercado, é um risco que o gestor não pode controlar. O número de infectados guardada as proporções da cidade e por ser uma capital regional nos parece tranquilo. Quanto aos lojistas vejo com enorme preocupação, já se vão 60 dias sem faturamento e os compromissos não cessam. Defendo uma abertura gradual, a exemplo das já realizadas pelo prefeito Herzem Gusmão, como as óticas, depois as lavanderias e não trouxeram aumento de casos em função desse afrouxamento. Nossa cidade está interligada diretamente com os grandes centros do País, São Paulo e Salvador vivem uma crise sem precedentes e essa ligação acaba nos atrelando às decisões delas, mas creio que com as devidas precauções de higiene, distanciamento e usos dos EPIs, os mesmos utilizados pelas farmácias e mercadões poderíamos imaginar que no mês de junho teremos melhores notícias e ainda que paulatinamente e talvez em turnos ou dias alternados, como até foi tentado pelo Prefeito Herzem.