Cultura não pode ter lado, tem que ser livre para fluir com naturalidade e criatividade. Cultura é um patrimônio interior de cada artista, governo não pode impor-lhe limites. Quando mais jovem, Regina Duarte pousou ao lado de Fidel Castro, hoje ela pousa ao lado de Bolsonaro. E mais ainda, será a secretária da Cultura, que deverá retornar como Ministério.
O nosso grande artista Gilberto Gil já foi Ministro da Cultura, serviu ao governo Lula, tido como de esquerda. A voz dócil do baiano e sua mente fértil são sempre um convite tentador aos nossos ouvidos carentes de boa música. Não deixaremos de ouvi-lo só porque ele é um humanista e escolheu servir a um projeto que se propunha a olhar pelos mais desassistidos.
Regina Duarte é uma talentosa intérprete, sempre encenou grandes papéis na tv e nos palcos.
Seria muito triste se Gil e Regina se encontrassem hoje em qualquer ambiente público e evitassem se falar. Gilberto Gil continuará sendo o grande poeta e músico, enquanto que Regina Duarte não deixará de ser uma respeitada atriz.

“Assim caminha a humanidade”, só depende de como nós vemos as pessoas, nos seus diversos momentos da vida.
Cultura não pode ter ideologia, ela é um patrimônio inviolável do povo, do artista e do público.