O prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, é de uma geração de políticos ditos de esquerda que encantou a Bahia na década de 80 quando se opunham ao líder inconteste Antônio Carlos Magalhães, que comandou o estado durante décadas. Em Salvador, Waldir Pires, Rômulo Almeida, Marcelo Cordeiro, Haroldo Lima, Xavier Alfaia, dentre outros, se destacaram como opositores ao velho ACM, seguidos por Pedral, Raul Ferraz, Tião Castro, Elquisson Soares, Murilo Mármore, Gildásio Cairo, Coriolano Sales e Jadiel Matos, enquanto que no sul do estado fizeram parte da trincheira de oposição Jabes Ribeiro, Ubaldo Dantas, Uldorico Pinto, e o próprio Fernando Gomes, que se destacou com o seu discurso separatista, tentando criar o Estado de Santa Cruz, cuja capital, claro, seria a sua querida Itabuna, cidade que governa pela quinta vez. Fernando Gomes conseguiu eleger-se também três vezes à Câmara Federal.

Na última sexta-feira o prefeito itabunense almoçou com o governador Rui Costa, estreitando ainda mais as suas relações políticas, e cogita-se o apoio do líder petista ao campeão de mandatos que buscará a sexta gestão à frente da terra grapiúna onde nasceu Jorge Amado.

Fernando Gomes recebeu convites do PL e do PP, os dois da base do governo, facilitando assim o apoio da esquerda. Como ficariam Geraldo Simões, Devidson Magalhães, Josias Gomes e Everaldo Anunciação neste cenário? A política é tão dinâmica que muda de cor e de espaço a todo instante. Ou você se adequa ou se perde na caminhada. Itabuna pega fogo desde já, a sucessão começa a esquentar.

Para falar da política de Itabuna com propriedade, só mesmo os analistas políticos daquela querida cidade.