omar
Por Omar Costa Ribeiro
…Mas a educação brasileira precisa ser profundamente transformada. Não mais pensada, não mais diagnosticada, o diagnóstico foi dado: a sala de aula brasileira chegou ao fim.
Vivemos uma escola do século XIX. Meu pai, 72 anos, eu, 42 anos, meus sobrinhos com 10 anos, todos educados no mesmo modelo de escola: sentados nas cadeiras enfileiradas, ouvindo enorme quantidade de conteúdos de enorme quantidade de matérias. Só mudamos o nome de sabatina da famosa Ratio Studiorum dos jesuítas para sábado letivo, mudamos as cadeiras de madeira para estruturas mais modernas, trocamos o giz pelo pincel atômico e o retroprojetor pelo data show. Nada mais!!!
Temos professores do século XX que, numa grande maioria, tentou acompanhar o jovem, mas parou na barreira da tecnologia. Por fim, temos as crianças e os jovens do século XXI.
Isso pra ser bem generoso com as escolas, incluindo as universidades e, talvez, principalmente elas. A universidade que temos é o espaço acadêmico mais retrógrado que eu já pude vivenciar.

Nossos espaços educacionais não acompanharam a evolução tecnológica 4.0, que já se encontra disponível para a população. Enquanto o mundo tá livre nas redes sociais, as escolas aprisionam os jovens nas aulas de 50 e/ou 100 minutos, proíbem o uso dos celulares, proíbem a diversidade, a pluralidade de ideias, proíbem o link com a escola da vida.
Do final do século XX para XXI, as referências estão sendo derrubadas em todos os campos, a noção de posse está desaparecendo em todos os campos. A credibilidade se encontra em xeque, aquela informação de uma localização que até ontem você tinha com o senhor que passava na rua, agora você tem no waze.
Realidade ampliada e aumentada, economia compartilhada, IA, internet, necessidades fora da pirâmide de Maslow, autonomia para decidir o caminho que deve tomar, novas profissões… Tudo isso já é realidade e a escola precisa se transformar para não criminalizar o jovem e/ou buscar em formas prisionais (escolas militares) a saída para um futuro melhor.