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Festa reuniu 150 mil pessoas no Farol da Barra, na noite de sábado (2).
Apresentação dos músicos foi marcada por intensa participação do público.

Gilberto Gil e Caetano Veloso se abraçam durante apresentação no Farol da Barra, em Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1)

Gilberto Gil e Caetano Veloso se abraçam durante apresentação no Farol da Barra, em Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1)

Por G1

Um show para apreciação do público e contemplação mútua. Os amigos com “um século de música” cantaram um para um para o outro, olhos nos olhos, de violão para violão. Foi em frente ao Farol da Barra, ponto turístico de Salvador, que os filhos da terra Gilberto Gil e Caetano Veloso fizeram duas festas em uma só noite. Neste sábado (2), em um show gratuito com duas horas de duração, celebraram os 50 anos de ambas as carreiras e os 467 anos da capital baiana, oficialmente festejados no dia 29 de março.
O show integra a turnê “Dois Amigos, Um Século de Música”, que já foi apresentado em diversos estados brasileiros e países da Europa e da América Latina. “Agora chegamos a Salvador”, disse Caetano Veloso sobre a felicidade de cantar na Bahia.
No final da apresentação, um pequeno incidente assustou o público. Gil acabou caindo ao tentar sentar na cadeira no retorno de uma das duas saídas de palco. Levantou forte como um “Leãozinho”, música que marcou retorno aos olhos dos fãs.

Caetano samba durante apresentação ao lado de Gilberto Gil para celebrar os 467 anos de Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1)

Caetano samba durante apresentação ao lado de
Gilberto Gil para celebrar os 467 anos de Salvador
(Foto: Henrique Mendes/G1)

O show foi iniciado sob aplausos de 150 mil pessoas, segundo estimativa da Empresa Salvador Turismo (Saltur). Abrindo alas, a canção “Back in Bahia”, composta por Gil em período pós-exílio, em 1972. A música foi seguida de “Coração Vagabundo”, gravada em 1967, que está no primeiro disco de Caetano Veloso.

A apresentação foi marcada por forte participação política do público. Após a canção “Odeio”, grande parte dos presentes entoou em coro: “Não vai ter golpe”, uma manifestação contra impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em resposta de apoio, Caetano Veloso concordou: “Não vai ter”.
Como sombra, em tecido multicolorido exposto ao fundo do palco, a bandeira do Brasil se manteve durante todo o espetáculo. Caetano Veloso em uma versão desinibida cantou com o corpo. Gil, em concentração e pouca conversa, cantou com alma. No palco, os cabelos brancos destacados pela luz do cenário revelavam a poesia de 100 anos somados de música.
“Tropicália”, “Eu Vim da Bahia” e “Drão” fizeram sucesso com o público, que produziram um show à parte com coros que tomaram conta de um dos cenários mais famosos da capital baiana.
Durante exibição da música “Expresso 2222”, o cartão postal foi tomado por chuva. Os fãs não arredaram pé. O show explodiu na canção “Andar com Fé”, quando Caetano Veloso levantou da cadeira e arriscou um passos de samba ao toque de violão de Gil. Arrancaram aplausos e gritos de “Eu te amo”.
Após “Filhos de Gandhy”, os artistas deram uma breve saída do palco. Convocados pelo público, retornaram com “Desde que o samba é samba”. A festa continuou e o coro da “Luz de Tieta” irradiou. Pela segunda vez, a dupla deixou o cenário e voltou aos olhos do público ao som de “O Leãozinho”. A festa acabou com a canção “Three Little Birds”, clássico de Bob Marley. Fogos de artifício coroaram a noite que reuniu dois amigos que juntos têm 100 anos de música.

150 mil pessoas acompanharam show no Farol da Barra, em Salvador (Foto: Henrique Mendes / G1)

150 mil pessoas acompanharam show no Farol da Barra, em Salvador (Foto: Henrique Mendes / G1)