Curtinhas da política – (01/03/2016)
O caldeirão ferveu. Está pegando fogo a política em Conquista. Tudo o que está acontecendo é fruto do desejo insaciável que move homem. É o desejo que todos sentem para fazer, para gerir, para servir. Todos querem dar a sua contribuição. Cada um a sua maneira, mas quer.
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É natural o que está acontecendo, é muito difícil conciliar interesses. Também para uns é muito difícil cumprir acordos. A vaidade impede, o querer exorbita. Na política os fatos se repetem, as traições são constantes. Portanto, não é novidade o que está acontecendo em Conquista nas agremiações partidárias.
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No dia a dia da cidade também é assim. Nas empresas, nas igrejas, nas entidades. As disputas são naturais, a inquietação faz parte da vida do homem. Até as crianças disputam os seus espaços. Todas querem ser donas absolutas e exclusivas do colo materno ou paterno.
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A disputa por espaço é salutar, buscar dar visibilidade as suas ideias é o combustível que alimenta o dia a dia do homem na política. Muitos se perdem nesse querer. Não joga limpo, fere os princípios éticos e mancha sua história. A política é algo envolvente, é um jogo. Mas quem fizer parte dela tem que saber ganhar e perder.
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A sucessão municipal está cheia de novos ingredientes. O segundo turno é um deles. É a causa principal de tantos pré-candidatos. Nem todos tem farinha no saco, embora a vontade seja a mesma, do mesmo tamanho, é legitima.
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Por que o PT não pode ter cinco pretendentes? Claro que pode. Até porque o partido é cheio de tendências, de ramificações. Não existe unidade de pensamento. Tanto é assim que muitos estão deixando o partido em nível nacional. Com o desgaste que a sigla enfrenta no Brasil, grandes quadros da agremiação estão deixando a legenda. Buscam outros espaços, novos caminhos.
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Mas isso não é privilégio do PT. É claro que do PT ninguém esperava. Mas é uma prova que o partido é feito por humanos. Não de lunáticos ou de anjos. E o PMDB? Meu Deus! Ulysses não anda nada satisfeito. E o PSDB é santo? Os erros existem nos partidos, mas todos eles são compostos de grandes homens.
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Nos próximos dias o clima vai continuar esquentando. A disputa acelera. No Brasil os partidos sempre estiveram abaixo dos homens. Os nomes sempre prevaleceram. A figura, o carisma do líder sempre esteve à frente. Ulysses Guimarães no PMDB, Antonio Carlos Magalhães no PFL, Brizola no PDT, Lula no PT e assim por diante. Pedral sempre foi o principal nome do PMDB mesmo com as presenças de Jadiel, Raul, Tião e Elquisson. O mesmo acontece no PT. Guilherme encarna a principal expressão do partido mesmo tendo dentro das suas hostes Waldenor Pereira e Zé Raimundo.
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Guilherme com quatro mandatos é o principal líder do partido, talvez não entende ser “peitado” por Zé Raimundo e Nonô. O prefeito lançou Odir e parece que os dois parlamentares não aceitam. Seria essa a leitura? Ontem eu vi mais uma vez o semblante preocupado do vereador Fernando Jacaré. Ele teme pelo futuro do projeto implantado em 1997.
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Jacaré, inclusive, vive um drama. Ele vem de três mandatos no legislativo conquistense. Parte para mais um? Tem que fazê-lo. Pois se está fora da disputa na majoritária. Não porque ele não queira, mas falta-lhe espaço. E ele agora está acossado por Chico Gordo, um dos seus apoiadores em campanhas passadas, mas que busca agora uma cadeira na Câmara. Ontem os dois estavam juntos na Pietri no lançamento da Revista Mega.
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Daqui a pouco acontece uma coletiva convocada pelo prefeito Guilherme para falar das eleições 2016. Quem me participou foi a jornalista Talita, responsável pela agenda do prefeito. O que será que ele tem a dizer? Muita coisa, tenham certeza. Ele vem de uma semana turbulenta, reunindo com a direção do partido, inclusive, estadual, tentando chegar ao consenso na disputa de outubro próximo. Em todas as reuniões Nonô e Zé Raimundo se fizeram presentes.
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A prévia com o clima instalado não é bom pra ninguém. É democrático, é, mas quem perder vai sair arranhado, lá dentro, no fundo, na alma. E vai sofrer arranhões também na imagem política. Perder nem sempre é bom. Com o clima que está, o perdedor pode cruzar os braços. Na coletiva de hoje Guilherme poderá apresentar um nome novo que concilie? Pouco provável. Ele até tentou. E Odir até entenderia em nome da unidade, imagino. E tem outro detalhe: Odir está deixando a Secretaria de Agricultura exatamente para ficar livre para cair no campo e buscar votos.
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Ele poderá anunciar o nome de Jaymiltinho ao lado de Odir? Pode. O problema é que Jay tem me dito todo dia que não é candidato. A última vez que eu estive com ele foi ontem na COOPMAC no final do expediente matinal. Falamos da Exposição e de política. Estávamos sentados de frente. Ele de pernas cruzadas.
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E se Guilherme deixar o partido? Você, leitor, já imaginou isso? E o militante, também já pensou assim? Existem coisas que extrapolam as nossas vontades.
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“Guilherme e Odir confiam nas obras apresentadas durante os quatro anos de administração. Ele, Guilherme, acredita que a população de Conquista vai saber julgar o seu mandato. Quem quiser acompanhar o que Guilherme fez, vá para a periferia e para a zona rural”, afirma um militante petista.
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Final de tarde na Barão do Rio Branco. Vislumbro três figuras da política conquistense. Ativas. Muito mais que isso. Na verdade foram quatro. Rivelito, membro do PSB, já houvera passado por mim de carro. Saia de uma reunião. Mais uma. Rivelito foi embora, os três ficaram. Joás Meira, Gildelson e Zé Carlos permaneceram na porta da sede do partido depois de tomarem uma decisão importante.
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Me comunicaram que vão participar aos companheiros que compõe a administração municipal que os cargos serão entregues. Pelo menos é a recomendação do partido. Em seguida, de forma oficial, procederão igualmente junto ao prefeito Guilherme Menezes. Portanto, a candidatura de Alexandre Pereira está cada vez mais ganhando as ruas.