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                             Foto: Arquivo Pessoal

Frederico Ferraz foi ex-candidato a vice-prefeito, nas eleições 2012, pelo partido PPS junto ao  Dr. Elkson Soares. Já em 2014 foi candidato a deputado Federal pela REDE e atualmente filiou-se ao PMDB reforçando a conhecidíssima sigla de Ulysses Guimarães.

BM: O que significa essa inserção sua no PMDB?

FF: A minha vinda para o PMDB é uma coisa extremamente natural dentro das oposições em Vitória da Conquista, afinal de contas quando estive nas eleições de 2012 juntamente com Elcson soares, concorri ao cargo de vice-prefeito. Já no segundo turno caminhamos com Herzem Gusmão e tivemos uma atuação bastante incisiva nessa eleição. Em 2014 houve um desdobramento e a gente definiu que meu nome sairia como deputado federal, inclusive numa articulação de Raul Ferraz com Pedral Sampaio , na qual pleitearia o cargo de deputado federal justamente para não concorrer com a candidatura de Herzem a deputado estadual aqui na cidade. Nossa parceria já é antiga, tinha o convite de Herzem para ingressar nas fileiras do PMDB , no qual não era um momento oportuno, pois, ainda estava na REDE e aguardei o momento para que nós pudéssemos conversar. Ao longo do mês passado houveram conversas e Geanne reforçou o pedido de Herzem  e dentro de uma avaliação do quadro de oposição municipal Herzem figura como candidato natural da oposição. A gente vê que dentro das pesquisas que foram encomendadas e dentro das consultas internas, Herzem tem uma vantagem muito grande em cima dos outros candidatos em disputa. Você vê que o pré-candidato Waldenor já coloca em seu discurso um tom mais preocupado dizendo que se o PT não se unir irá perder a eleição, isto, é um indicativo de quem está abaixo nas pesquisas,  e da mesma forma acredito que dentro do cenário político a candidatura única de Herzem Gusmão existe uma grande possibilidade de eleição em  primeiro turno. Isso de fato pouparia esforços na cidade ao custo de financiamentos de campanhas e daria uma boa alavancada para a gente fazer uma reversão nesse quadro antidemocrático, pois acredito que democracia seja alternância de poder. Temos 20 anos de PT aqui em Vitória da Conquista e é estranho quando deparamos com pessoas, a exemplo, de um jovem que me relatou que com 29 anos de idade só teria visto até então o Partido do Trabalhadores no poder aqui na cidade. Precisamos oxigenar a prefeitura e a política trazendo novas lideranças e acrescentar a nossa cidade outras soluções para isso mudando as cabeças pensantes. Eu acredito que Herzem represente  a mudança  de paradigma que precisamos em nossa cidade de que não existe apenas um caminho. Eu vou participar do PMDB como mais um integrante da sigla, não sou candidato a nada e apenas coloco meu nome à disposição do partido para o que for necessário. Temos certeza que construiremos um futuro vitorioso em 2016.

BM: Você acredita que o PSDB importante sigla nacional e também com grande expressão em Conquista, o Grupo Independente, o DEM, esses partidos na verdade terão a consciência de retirar suas candidaturas e fazer antecipadamente uma composição como o PMDB?

FF: É sabido por todos que Herzem figura como o principal candidato da oposição e a unificação deste grupo é de extrema importância. O Grupo Independente tem seu papel dentro dessa unificação, assim como o PSDB tem seu espaço também nessa construção e acho que essas serão conversas partidárias que serão tratadas pela cúpula do PMDB e com esses partidos. Eu tenho contato com todos os presidentes e representantes destas siglas e converso com eles, acredito que qualquer desses partidos que venham a se opor a fortalecer a candidatura de Herzem estariam trabalhando contra um projeto de oposição. E a população não aceitaria isso, pois,  o povo vê hoje em Herzem um candidato que foi perseguido dentro da estrutura judiciária para ter o mandato dele ceifado e que ganhou na justiça. É uma questão de tempo e acordo entre os partidos e percepção dos dirigentes de ver que está na hora de reunir e unir forças para mudar o que tem que ser mudado na cidade de Vitória da Conquista.

BM: O prefeito Guilherme lançou o candidato Odir Freire como um dos candidatos do PT, tendo sua preferência por este representante. Em seguida mesmo contrariando alguns observadores, Zé Raimundo e Waldenor Pereira lançaram as duas candidaturas. Como você analisa esse quadro?

FF: O quadro da situação, eu vejo como o mesmo que vigorou no ano de 2012 estão fragmentando para depois se unir. A verdade que todos os quadros que se apresentam como pré-candidatos do PT estão procurando nada mais do que fortalecer a musculatura de cada um individualmente e depois se unir de forma mais homogênea, digamos assim. Isso já é uma jogada que estamos acostumados a ver e acompanhar na política conquistense e que é facilmente desbaratada, basta aguardarmos até abril ou maio e as coisas vão se configurando. O PT tradicionalmente se une para o primeiro turno, eles não criam dissidências e são disciplinados neste aspecto. Eles têm suas funções hoje dentro da sigla, mas, independente disso eles são um único candidato que é o que representar o PT. Acho que é isso que temos que combater, e creio que seremos vitoriosos, pois, a população quando caminho nas ruas ou distritos e quando converso com as lideranças estão todos muito chateados com o que está acontecendo no nosso país, se estendendo ao cenário estadual e municipal também. Em minha opinião, o PT não tem mais capacidade de gestão nesse presente momento e eles percebem que existe a hora da mudança e tenho certeza que a hora chegou.

BM: Esse cenário nacional que tem trazido um ceticismo quanto à Câmara dos Deputados e o próprio impeachment da presidente Dilma, como você analisa isso para a população conquistense ? Porque a insegurança é generalizada em todos os níveis, do mais simples ao mais conceitual cidadão brasileiro.

FF: Hoje existe sim uma briga muito grande no cenário nacional, no qual existe uma ingerência política e de gestão. Existe uma crise de gestão na nossa presidência da república, assim como nós temos problemas institucionais na Câmara e no Senado, no próprio STJ e no STF. Percebemos que nitidamente aparelharam toda a estrutura do judiciário, executivo e legislativo. A gente tem que pensar da seguinte forma, vivemos num município, ele existe, o Estado e a União são ficções jurídicas para administrar o Estado como um todo. Busco hoje estar focado na política conquistense porque é aqui que vivo e que sofro a insegurança. É nesse ambiente que sofro com a educação ruim fazendo com que aquelas pessoas não sejam aquelas mentes pensantes que outrora pensavam e participavam ativamente da política. Temos uma juventude que precisa passar por um choque político e começarem a pensar que eles precisam participar da política conquistense. Vemos muitas vezes pessoas se manifestando em caminhadas e protestos contra a presidente, mas são incapazes de se posicionar municipalmente. Pontos relevantes como a cultura que sempre foi forte em nossa cidade, a terceira maior da bahia, é difícil de acreditar que não tenhamos um teatro municipal. Porque que a população não cobra determinadas resoluções por contas das esferas municipais, estaduais e federais para que sejam feitos incentivos fiscais e busca de recursos públicos para construção do Teatro Municipal de Vitória da Conquista? Então, vejo que estamos adormecidos , precisamos acordar para o município. Essas discussões com enfoque no Estado e União muitas vezes são uma cortina de fumaça para que não discutamos os problemas na cidade. É preciso discutir o município para essas eleições que estão chegando fazendo com que esses candidatos se posicionem no que vão trazer para Vitória da Conquista e não simplesmente apresentarem projetos que não vão ser executados ou utilizar-se de artimanhas como eu defino como obras pré-datadas. Faz tempo que não vemos um prefeito inaugurando uma grande obra em Vitória da Conquista, no entanto, na época de eleição eles vêm aqui assinar termos de conduta ou termos de compromisso de benfeitorias ou convênios de obras que deverão ser entregues no futuro. E esse futuro é incerto, pois, toda hora eles mudam a data. A exemplo do aeroporto, quanto tempo o PT tem faturado essa obra sem inaugurar de fato esse empreendimento? Está na hora de inaugurarmos as coisas , quando inaugurarem o aeroporto e o teatro municipal de Vitória da Conquista estarei lá aplaudindo o gestor que estiver inaugurando essa obra.

BM: Você vem para o PMDB de forma incondicional , ou seja, já não se coloca a não ser que seja convidado como possível prefeito. Mas, você já está à disposição ou você já se apresenta como um futuro vereador pelo partido?

FF: Tenho me preparado para atuar como prefeito de Vitória da Conquista. Fiz o curso de administração, depois de direito, me especializei em direito público e controle municipal. Acho que uma pessoa que quer por seu nome à disposição deve se preparar, ele deve buscar conhecimento para poder fazer um trabalho bem feito. Hoje em dia as prefeituras principalmente depois da lei de Responsabilidade Fiscal se tornaram extremamente técnicas. Você não pode pegar uma cidade com o tamanho de Vitória da Conquista e achar que o prefeito tem que ser alguém alheio no que consiste em gerência pública. Precisamos formar quadros que consigam atuar de forma efetiva nesse aspecto. Eu sou um nome a ser explorado no executivo, o legislativo não é uma “praia” que e eu atue de forma tão tranquila. Não pela questão técnica até porque como advogado me habilitaria a apresentar projetos e fazer coisas que pela Câmara seriam importantes, mas, acho que poderia ajudar mais no que tenho estudado mais. O meu nome indo para o PMDB é mais um nome dentre as fileiras, no dia que houver o momento certo e que houver o convite e esse convite for lastreado por uma condição de realmente efetivar uma candidatura, o meu nome estará à disposição. Mas, hoje vejo Herzem como candidato natural da oposição e é esse nome que a gente deve apoiar.