O historiador Durval Menezes já fez um relato ao qual tive a oportunidade de ter acesso. Ouvi atentamente o seu áudio explicativo, mostrando que a Rio-Bahia não está presa apenas à sua inauguração em 1960, com a chegada do asfalto a essa importante BR, mas remonta a outros tempos antigos, tanto que passaríamos a manhã inteira conversando sobre o que escreveu o nosso querido professor, geógrafo, historiador e memorialista Durval Menezes. Ele fala do tempo em que a estrada ainda era de terra e de como o desenvolvimento do país passou por essa rodovia, que tem muita história pra contar.

E, meus amigos, na nossa história contemporânea e mais recente, com a criação do movimento Duplica Sudoeste, os fatos em torno dessa BR-116 são cada vez mais absurdos. É uma luta, uma verdadeira saga, porque a Rio-Bahia envolve toda uma região e, aqui pelo Sudoeste do estado, temos vivido dias sombrios e difíceis. Lamentavelmente, as reuniões e audiências públicas se repetem, seja em Vitória da Conquista, em Salvador ou em Brasília, e o resultado não aparece. Sempre surge a promessa de que verbas serão destinadas para a tão distante duplicação dessa via.

A burocracia é grande, o investimento é altíssimo e, em alguns momentos, foi apresentada a alternativa da construção de viadutos, pelo menos no trecho que corta Vitória da Conquista, chegando às proximidades de Belo Campo. Mas nada disso acontece.

Só nos resta lamentar. Às vezes dá vontade de desistir, mas não pode ser assim. A cidade precisa que as vozes se levantem: que os políticos, a prefeita, os deputados, os vereadores e a sociedade civil organizada continuem trabalhando para que esse problema gravíssimo seja resolvido.

E sobre isso, mais uma matéria: o Zé Maria Caires, do movimento Duplica Sudoeste, nos envia informações que repassamos agora para os leitores do Blog do Massinha:

A DUPLICAÇÃO DA RIO-BAHIA É UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

A duplicação da BR-116, conhecida como Rio-Bahia, não é apenas uma demanda regional. É uma necessidade urgente, uma questão de sobrevivência e de respeito à vida. O trecho que corta o Sudoeste da Bahia, especialmente entre Belo Campo e Planalto, é um corredor vital para o transporte de cargas, passageiros e para a economia do estado. Mas é também um cenário de perigo constante: ultrapassagens arriscadas, caminhões pesados em fila, acidentes fatais e prejuízos que poderiam ser evitados.

Quando o governo federal concedeu a rodovia à ViaBahia em 2008, já existia a clara obrigação de modernizar e ampliar a BR-116. Os anos passaram, os compromissos não foram cumpridos, e hoje assistimos a uma triste realidade: uma das rodovias mais movimentadas do Brasil continua obsoleta e perigosa. Não há mais tempo para esperar.

Em 12 de junho de 2023, estivemos em Brasília, no gabinete do ministro Rui Costa, para tratar diretamente deste tema. Levamos uma proposta objetiva e viável: transformar os acostamentos em segunda faixa nos 80 km mais críticos do trecho, entre Belo Campo e Planalto. Essa medida emergencial foi bem recebida pelo assessor Marcus Cavalcanti, que reconheceu sua viabilidade técnica. O custo estimado? Cerca de R$ 160 milhões, com base em comparativos recentes de obras no estado, como o asfalto de Caetanos (cerca de R$ 1 milhão por km) e a pavimentação Pradoso–Bate-Pé (R$ 25 milhões para 22 km).

Para quem acha que isso é impossível, basta olhar para o que foi feito em outras regiões do país. Recentemente, viajei de Bento Gonçalves até Porto Alegre e pude constatar que lá transformaram acostamentos em pistas de rolamento, aumentando a fluidez, a segurança e a capacidade da via, sem desperdiçar investimentos futuros. Cada centavo aplicado nesse tipo de intervenção será aproveitado quando vier a duplicação completa.

É hora de agir com pragmatismo e senso de urgência. O trecho Belo Campo–Planalto é um gargalo que trava a economia, expõe vidas ao risco e compromete a logística de todo o estado. Enquanto investimentos significativos são realizados em regiões como Feira de Santana e Itabuna/Ilhéus, o Sudoeste baiano continua à espera de uma solução que já deveria ter sido entregue há mais de uma década.

Não podemos mais tolerar promessas vazias ou discursos protelatórios. É dever do governo federal e do ministro Rui Costa corrigir essa falha histórica. A duplicação da Rio-Bahia, mesmo que de forma emergencial, é possível, necessária e urgente.

O movimento Duplica Sudoeste continuará firme, cobrando, apresentando soluções e defendendo a vida de quem transita por essa rodovia. Cada dia de atraso custa caro demais. É hora de transformar o discurso em obra.

Duplicação já!

JOSÉ MARIA CAIRES – DUPLICA SUDOESTE