A publicação recente em nosso blog da matéria assinada pelo engenheiro civil e empresário conquistense Gilberto Ferreira Luna gerou repercussão imediata. O conteúdo, que questionava o modelo atual de concessão das BRs 116 e 324, e criticava a comemoração do que chamou de “vitória de Pirro” com a saída da Via Bahia, provocou reação do deputado estadual Eduardo Salles, parlamentar com atuação marcante em Vitória da Conquista e principalmente em Barra do Choça.

De forma cortês e respeitosa, o deputado Eduardo Salles discordou da avaliação de Gilberto Luna, afirmando que o rompimento com a concessionária e o anúncio de investimentos por parte do governo federal representam, sim, uma vitória da classe política baiana e dos usuários das rodovias. Segundo o parlamentar, a decisão é resultado de anos de luta e articulações em prol da melhoria das condições das estradas.

Gilberto Luna, por sua vez, manteve seu posicionamento, destacando que as ações anunciadas são paliativas, e que sem um plano de duplicação efetivo, a situação crítica da BR-116 no trecho que corta Vitória da Conquista e região persistirá. Ele reiterou que a única solução a curto prazo seria a construção imediata de viadutos e passarelas, sobretudo nas rotatórias do perímetro urbano de Conquista, onde tragicamente vidas continuam sendo ceifadas.

O debate, que tem como pano de fundo a audiência pública realizada recentemente pela ANTT e o DNIT em Vitória da Conquista, reforça que a cidade e a região não estão mais dispostas a assistir passivamente aos acontecimentos. A sociedade civil organizada, lideranças políticas e empresariais, e a imprensa local, têm dado visibilidade às demandas da população.

O engenheiro Gilberto Luna e o empresário José Maria Caires, do movimento Duplica Sudoeste, compartilham a ideia de que viadutos e passarelas representam uma medida emergencial e inadiável, diante do atraso crônico no processo de duplicação da Rio-Bahia. Para eles, é a única resposta realista e possível no presente momento, capaz de amenizar o drama enfrentado por milhares de motoristas e pedestres.

A divergência de opiniões entre o deputado Eduardo Salles e o engenheiro Gilberto Luna ocorre dentro de um debate civilizado e democrático, e demonstra o amadurecimento do discurso público em torno de temas que afetam diretamente a vida dos cidadãos da nossa região.

Leia na íntegra:

“Bom dia, amigo! Respeito seu posicionamento, mas me permita discordar. Demoramos 4 anos em guerras muito difíceis para conseguir efetivar essa “vitória de pirro”, segundo suas palavras. Foram muitas batalhas, com noites perdidas, ameaças, discussões e abdicações da família e dos amigos para conseguir vencer esse momento terrível que a Bahia viveu ao longo desses 15 anos na mão desses picaretas da VIABAHIA, e se não fosse essa luta árdua, teríamos, com certeza, o restante dos 10 anos sem investimentos e eles zombando das nossas caras. Ao menos esses R$ 500 milhões poderão retomar uma qualidade do pavimento e evitar mortes. Essas ilações de tantos anos para uma nova concessão não existem, o que me preocupa é, ao contrário, a rapidez em fazer uma nova concessão, já que temos que pensar 30 anos a frente. Mas, enfim, a democracia é que nos permite ter opiniões divergentes. Grande abraço amigo.”

“Bom dia, Eduardo!

A vitória de Pirro não se refere a luta para tirar a Via Bahia, que foi uma Vitória que teve a sua intensa participação.

Comemorar um investimento de R$ 500 milhões colocando a duplicação em segundo plano é sim comemorar uma Vitória de Pirro,

As exposições do projeto da futura duplicação feita por Tecnocratas, que desprezam às condições humanas e sociais do momento não vai melhorar em nada a situação atual , não teremos futuro sem o presente modificado. A China está mostrando ao mundo como se faz obra de infraestrutura em condições bem mais inóspitas que a nossa, numa velocidade que deixa o mundo ocidental perplexo. Só não enxerga quem é cego de tudo.

Aqui no Brasil recentemente vimos a duplicação da Eco 135 de 360 kms com cinco praças de pedágio ser realizada em 36 meses.

A sua luta agora, e de nós todos, é para mudarmos este modelo de concessão, intolerante para as condições atuais.

Abraço!

Gilberto”