Em entrevista ao programa Agito Geral, o radialista e produtor cultural Pedro Alexandre Massinha conversou com a Dra. Jacqueline Ferraz sobre os avanços da medicina íntima e o novo perfil das pacientes

A busca das mulheres baianas por cuidados mais amplos com a saúde íntima vem crescendo de forma significativa. De acordo com dados da Clínica Corpo e Mente, localizada em Vitória da Conquista, houve um aumento de 40% na procura por procedimentos voltados à saúde íntima entre mulheres de 25 a 45 anos no último ano. Esse movimento reflete um perfil mais consciente, que integra autocuidado, bem-estar e qualidade de vida.

Para falar sobre o tema, a médica ginecologista e especialista em estética íntima, Dra. Jacqueline Ferraz, CEO da Clínica Corpo e Mente, foi entrevistada pelo radialista e produtor cultural Pedro Alexandre Massinha, no programa Agito Geral, transmitido pela Rádio UP Conquista 100.1 FM, no dia 12 de maio de 2025.

Durante a conversa, Dra. Jacqueline explicou como a ginecologia regenerativa, especialidade ainda recente no Brasil, tem impactado diretamente a vida das mulheres, oferecendo soluções para desconfortos físicos, questões funcionais e autoestima. “Não se trata apenas de estética. A principal indicação desses procedimentos é regenerativa e funcional. A estética vem depois, como consequência”, destacou.

A seguir, confira a entrevista completa, conforme foi ao ar pela Rádio UP Conquista:

ENTREVISTA NA ÍNTEGRA — Dra. Jacqueline Ferraz no Agito Geral (12/05/2025)

Pedro Alexandre Massinha: Doutora, é um prazer recebê-la aqui no Agito Geral. Vamos falar de um tema muito interessante, principalmente para as mulheres: a ginecologia regenerativa. Explique para nossos ouvintes o que é essa especialidade.

Dra. Jacqueline Ferraz: A ginecologia regenerativa é uma área relativamente nova no Brasil, com cerca de 15 anos de atuação, e surgiu para atender a uma demanda crescente das mulheres por cuidados que vão além do tradicional. São procedimentos que tratam desde desconfortos físicos, como dores e flacidez, até questões funcionais e estéticas, sempre com foco no bem-estar e na saúde íntima.

Massinha: Com a pandemia, a gente percebeu que as pessoas começaram a valorizar mais a vida e a saúde. Isso refletiu também no comportamento das mulheres em relação ao autocuidado?

Dra. Jacqueline: Sem dúvidas. A pandemia nos trouxe uma reflexão sobre autocuidado, sobre olhar para si com mais carinho. Muitas mulheres passaram a perceber que cuidar da saúde íntima também é parte fundamental da qualidade de vida. E essa conscientização trouxe uma demanda maior por tratamentos que antes eram considerados tabus.

Massinha: E como garantir a segurança nesses procedimentos? Ainda há muitos profissionais não capacitados atuando na área, não é?

Dra. Jacqueline: Infelizmente, sim. É essencial que os procedimentos íntimos sejam feitos por médicos capacitados. A região íntima é extremamente sensível, com vascularização e inervação específicas. Sem o conhecimento adequado, os riscos de complicações são grandes. A ginecologia regenerativa exige uma formação que, muitas vezes, não é aprofundada na graduação. Eu mesma precisei buscar especializações depois de formada.

Massinha: Me chamou a atenção quando a senhora mencionou que o clitóris só foi totalmente descrito em 1989. Isso mostra o quanto essa área foi negligenciada, não é?

Dra. Jacqueline: Exatamente. E até hoje, nos cursos de medicina, a descrição dessa região ainda é superficial. Isso se reflete no desconhecimento das próprias mulheres sobre o seu corpo. Muitas nunca se olharam com atenção, não sabem identificar o que as incomoda. Meu trabalho também é ajudá-las nesse processo de autoconhecimento.

Massinha: Esses procedimentos são vistos como algo meramente estético, mas a senhora deixa claro que a indicação é funcional. Poderia explicar melhor?

Dra. Jacqueline: Sim, a principal indicação é funcional. Muitas mulheres sentem dores ao usar roupas apertadas, ao praticar atividades físicas, ou sofrem com a flacidez da região íntima, que pode ocorrer após gestação, uso de anabolizantes ou perda de peso. Há também questões como a secura vaginal, comum na menopausa, que afeta a qualidade de vida. A estética é uma consequência, mas nunca o objetivo principal.

Massinha: E como os parceiros lidam com essas mudanças? Eles participam desse processo?

Dra. Jacqueline: Curiosamente, a maioria dos parceiros não se incomoda com o que as mulheres se incomodam. Eles geralmente acham que está tudo bem. Mas a mulher busca esses tratamentos por si, para se sentir melhor, mais confortável e segura. É uma decisão muito pessoal.

Massinha: Que mensagem a senhora deixaria para as mulheres e para os homens em relação ao tema?

Dra. Jacqueline: Para as mulheres, digo que não existe uma região íntima perfeita. Cada corpo é único, como uma digital. O importante é se conhecer, se olhar com carinho e buscar ajuda se algo estiver incomodando. E para os homens, que sejam parceiros de verdade, apoiando suas companheiras nesse processo, sem julgamentos, com respeito e empatia.

A entrevista foi ao ar no programa Agito Geral, apresentado pelo radialista e produtor cultural Pedro Alexandre Massinha, na Rádio UP Conquista 100.1 FM. O conteúdo completo também está disponível no site oficial da emissora: www.radioupconquista.com.br.

A Clínica Corpo e Mente está localizada no Centro Médico Edilson Ponte, sala 14, na Avenida Otávio Santos, em Vitória da Conquista. Agendamentos e mais informações pelo telefone e WhatsApp (77) 3424-4934.

Ouça a entrevista na íntegra pelo link a seguir: https://drive.google.com/file/d/1rvShwwD_i6K7GrPjpy7WAUN6UueHIJMc/view?usp=drivesdk