A audiência pública realizada na tarde de ontem, em Vitória da Conquista, para discutir a duplicação da BR-116 (Rio-Bahia), terminou como já se temia: com decepção, frustração e incredulidade.

Mais uma vez, a população conquistense — e, por extensão, todo o Sudoeste baiano — sai da discussão sem nenhuma previsão concreta para a realização dessa obra tão vital para o desenvolvimento regional.

A realidade, infelizmente, é dura: a duplicação plena da BR pode demorar décadas. E isso, mesmo reconhecendo que os ritos são burocráticos e os trâmites federais não se movem por simples vontade política.

A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), e não a Via Bahia, foi quem elaborou o plano de audiências públicas — e Vitória da Conquista recebeu a terceira delas, depois de Salvador e Feira de Santana.

O que se viu na primeira audiência, em Salvador, foi estarrecedor.

Conforme relatado pelo deputado Tiago Correia, apenas cinco deputados participaram da sessão — isso em pleno local onde funciona a Assembleia Legislativa do Estado.

Fica o questionamento: será que o tema não chegou ao conhecimento dos parlamentares ou foi simplesmente ignorado?

Em Feira de Santana, a participação foi um pouco mais expressiva.


Mas foi em
Vitória da Conquista que a sociedade respondeu com força, lotando o auditório do Sincomércio e garantindo uma audiência histórica, com ampla presença de autoridades, imprensa, lideranças populares e representantes da sociedade civil.

Estiveram presentes os deputados Waldenor Pereira, José Raimundo, Tiago Correia, Fabrício Falcão, Jorge Solla e outro parlamentar da região de Jequié, além do prefeito Zé Cocá, que se posicionou de forma muito propositiva.

Apesar de não sairmos com um cronograma efetivo de duplicação, é preciso reconhecer:

o movimento Duplica Sudoeste sai vitorioso — foi graças à sua articulação e à força da sociedade conquistense que essa mobilização aconteceu com tanta repercussão.

Mas a verdade é que, diante do impasse, o foco agora deve ser outro: lutar pela imediata construção de viadutos e passarelas no trecho urbano da BR-116 que corta Vitória da Conquista.

Essa, sim, é uma demanda urgente, inadiável, necessária para salvar vidas.

Que a mobilização continue. Que os olhos do poder público — municipal, estadual e federal — se voltem de verdade para a nossa região.

Vitória da Conquista merece respeito. E a população mais sofrida, que arrisca a vida todos os dias atravessando rodovias perigosas, merece respostas concretas.