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“Eu devia ter uns 15 anos na época. No ano anterior minha mãe me proibiu de ir a micareta, mas tinha dito que seria a última vez, sendo assim eu passei o ano inteiro na expectativa que a próxima micareta eu iria. Meu irmão era gerente de marketing da Coca Cola e Kaiser, que era patrocinadora do massicas e tinha me prometido o abadá. Estava tudo certo e se aproximava a festa….

Sem que eu soubesse, minha mãe pediu ao meu irmão que não me conseguisse o abadá, para me desistimular de ir à festa, e assim ele fez. Na sexta feira de micareta ele me disse que não tinha mais nenhum.

Determinado a ir de qualquer jeito e sem saber do pedido de minha mãe combinei com um amigo de descer na pipoca.

Naquela sexta a apresentação do massicas ou do Miamassa (não sei ao certo agora) era banda Eva com Ivete.

Eu confesso a você que era mais por rebeldia que eu fui, porque eu não gostava do fato de estar na pipoca.

Ali próximo onde hoje é a embasa, desanimado por ver meus amigos no bloco e eu preterido por meu irmão, só conseguia pensar em como estava desconfortável no meio da multidão.

Nesta hora Ivete passou com trio e olhou nos meus olhos (eu tenho absoluta certeza que foi para mim) e disse: “vamos agitar galera da pipoca!!! Kkkkk

Aí eu queria morrer!! Pulei um pouco para não ser rude com a diva, mas definidamente não queria estar ali.

Voltei umas 3 da manhã para casa, para a festa relativamente cedo, e fui dormir. Nos outros dias de festa não fui em nenhum.

Na segunda feira eu e meu irmão fomos almoçar na churrascaria recreio (ainda existe) e ele me pede para pegar algo no carro dele. Quando estou procurando resolvi ver se estava no porta malas, e lá eu acho um abadá completamente novo e fechado no meu número. Voltei e confrontei meu irmão que me disse que tinha esquecido mas que era o meu.

Passei o resto do ano usando-o como status de quem se orgulhava de ter participado da festa.

Aproximadamente 20 anos depois ele me confessou que não tinha me dado a pedido de nossa mãe.”