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Nesta terça-feira, 28, a Comissão de Agricultura da Câmara se reuniu com secretário e técnicos da Secretaria Municipal de Agricultura para pedir urgência nas ações de apoio à Zona Rural, em virtude dos prejuízos causados pelas chuvas. Além da perda de bens móveis e imóveis, muitos produtores devem perder toda a lavoura, complicando a situação daqueles que sobrevivem do que produzem.

Presidente da Comissão de Agricultura, o vereador Adinilson Pereira (MDB), destacou sua preocupação com a situação do Bairro Lagoa das Flores, onde estão concentrados mais de 80% da produção de hortaliças que atende o município e região.  Esse tipo de cultura não suporta excesso de chuva ou de sol. A ausência do produto já é sentida nos supermercados e feiras livres, e o preço está muito acima do que costuma ser praticado.

“O produtor está sofrendo muito. Ele vinha de um período longo de estiagem e de repente se depara com uma quantidade imensa de chuva, com suas casas alagadas e a perda de seus bens. É uma situação dolorosa, porque o homem do campo, lá da Lagoa das Flores e de outras localidades, planta e vende a produção nas feiras, nos mercados. Daí vem a renda deles. Tem que agilizar o Garantia Safra para que os pequenos produtores possam ter um suporte financeiro”, disse Adinilson, lamentando o alagamento ocorrido em Lagoa das Flores. “A chuva agravou problemas antigos que existiam ali. Nunca imaginei ver o que estamos presenciando nesse momento”, afirmou. 

O vereador Edjaime Rosa Bibia, também do MDB, disse que a comissão tem acompanhado o esforço da prefeita para gerir a cidade nesse momento de dificuldade ocasionada pelos temporais, mas salientou que é preciso também agilizar o pagamento do Garantia Safra e dar celeridade ao cadastramento das famílias atingidas pelas chuvas, bem como solicitar ao Governo do Estado e à União o reconhecimento do Estado de Calamidade Pública (ECP), para que os recursos cheguem ao município o quanto antes. “Temos que correr contra o tempo”, disse Bibia.

O secretário Municipal de Agricultura, Murilo Mármore, ressaltou que entende a preocupação da comissão e que a prefeita Sheila Lemos (DEM) está empenhada em buscar recursos junto aos governos Estadual e Federal para ajudar aos afetados pelas chuvas, inclusive está sendo feito o relatório para solicitação do Estado de Calamidade. “A nossa prefeita está atenta a tudo, ela acompanha, monitora, conversa com os técnicos, cobra celeridade nos relatórios, tudo para garantir o atendimento humanizado a todos que sofrem com essa situação”, afirmou. Ele aproveitou a oportunidade para pedir o apoio da comissão para o Programa Vamos Produzir, que está sendo implementado pelo município com ajuda de vários parceiros, a exemplo dos Bancos do Brasil e do Nordeste, Uesb, Senar e cooperativas.

Coordenador de Fomento à Agricultura Familiar, Eduardo Barreto, informou aos vereadores que o Garantia Safra de 2020 já está sendo pago, e que o 2021 deve ser antecipado. Disse também que o Banco do Nordeste já sinalizou a prorrogação das dívidas, até porque devem ocorrer muitas perdas de lavouras, a exemplo de mandioca, feijão e milho. “Com o final das chuvas, a gente vai fazer um levantamento por meio de uma força-tarefa para ter uma noção das perdas e do que vamos fazer”, explicou. Barreto demonstrou também preocupação com o surgimento de pragas e doenças após as chuvas, a exemplo de insetos e fungos. “Temos que nos preparar pra tudo”, alertou.

Para José Antônio, coordenador da Defesa Civil, o momento é de unir forças e prestar os atendimentos emergenciais aos atingidos pelas chuvas no campo e na cidade. Ele relatou que o município enfrenta um momento complicado, com mais de 200 situações de risco, quase 20 mil pessoas afetadas, 2.500 pessoas tiveram que deixar as moradias, 250 casas desabaram e ainda tem muitos casos para serem vistoriados. Segundo ele, a prefeita e a equipe da força-tarefa vivenciaram um dia de terror quando os taludes do Marçal caíram, houve ameaça de rompimento da barragem da Fazenda Beija-flor (a barragem de Nilo Coelho), o que ocasionaria danos à barragem de Santa Rita, que está sendo construída na Santa Marta, e em outras barragens e açudes que estivessem no caminho do curso da água, entre outras situações alarmantes, a exemplo da ameaça de interdição da BR-116, próximo à Lagoa de Zé Luiz. “A gente contou com a ajuda das polícias rodoviárias, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, enfim, uma união de forças para encontrar uma solução, tudo com a prefeita junto, acompanhando os menores detalhes de cada operação”, informou.

Ainda conforme José Antônio, a prioridade hoje não é consertar as estradas. “Não temos como fazer isso, pois em todo lugar tem atoleiro, as máquinas não têm como trabalhar. Nossa meta é cuidar das vidas, preservar a vida humana, fazer chegar às pessoas a ajuda humanitária. Mas a Secretaria de Agricultura já está atenta aos demais problemas ocasionados pelas chuvas, como a questão da lavoura, e quando as chuvas cessarem serão montadas forças-tarefas, com ajuda da Câmara e de voluntários, para que possamos reconstruir o nosso município”, disse o coordenador.

Ao final da reunião, os vereadores Adinilson e Bibia colocaram os seus mandatos à disposição para ajudar no cadastramento das famílias e em outras ações necessárias para agilizar a chegada dos recursos do Estado e da União ao município. A Comissão de Agricultura é formada pelos vereadores Adinilson Pereira, Edjaime Rosa e Luciano Gomes (PCdoB).