Ontem aconteceu a reunião com a Secretaria de Saúde, Santa Casa de Misericórdia, Conselho Municipal de Saúde e o Ministério Público, que atuou como mediador.

Ao final do encontro ficou definido que a Santa Casa ficará responsável por mais um mês no que se refere ao atendimento por parte da centenária instituição aos pacientes enviados pela prefeitura municipal, prorrogando, portanto, o contrato que vencerá amanhã, 23 de julho.

Tentei falar com o provedor Abmael Brito, ainda não consegui. Enviei solicitação para o médico Ricardo Alexandre pedindo informações, ele disse que “ficou pior”, a resposta completa veio através de áudio que será veiculado no nosso programa Agito Geral e será transcrito na íntegra para o conhecimento dos nossos leitores:

“Bom dia, Pedro, obrigado pela oportunidade de falar com você. Na verdade não houve negociação nenhuma com a Secretaria Municipal de Saúde, em nenhum momento sentimos disposição de haver uma negociação, porque numa negociação a gente entende com as duas partes tentando encontrar o bem comum.

A Secretaria de Saúde sabe do prejuízo que a Santa Casa tem com o atendimento na tabela atual praticada, demonstramos isso mensalmente no Conselho Municipal de Saúde, prestamos conta dos serviços prestados. Entretanto, o que ouvimos ontem foi mais uma vez a indisposição da Secretaria do município dizendo que não tem recursos pra sobrepor o prejuízo que a Santa Casa tem, e desta maneira o Ministério Público, na pessoa da Drª. Guiomar, uma pessoa que respeitamos muito pelos serviços prestados aqui na cidade, solicitou, e a Santa Casa acatou, atender mais trinta dias até que o município encontre uma solução de atendimento em outra unidade hospitalar.

Neste período continuaremos prestando serviço pelos próximos trinta dias em detrimento do prejuízo calculado em mais ou menos 180 mil reais e que certamente alguém deixará de receber até que a Santa Casa consiga recursos de outra maneira para sobrepor esses valores que nós assumiremos o prejuízo, sejam médicos, funcionários ou fornecedores. Durante algum tempo nós não teremos recursos para pagar esses valores, nós já começamos a nos mobilizar, informamos aos médicos e funcionários que serão os últimos trinta dias de atendimento Covid, caso a prefeitura não se disponha a arcar com os prejuízos que a Santa Casa tenha.

Mas não houve de maneira nenhuma negociação, não chegamos a um fundo de atendimento, e vamos continuar apenas atendendo a solicitação do Ministério Público que interveio no processo determinando que a Santa Casa atendesse nos próximos trinta dias.

Entendo a promotoria pública que agiu com o correção, nada a questionar, porque primeiro vem a vida, o atendimento às pessoas e em segundo lugar vem as questões financeiras e dentro de alguma maneira solucionar. O que não pode é a Santa Casa ficar a vida toda atendendo, assumindo prejuízo.

E como bem disse uma conselheira do Conselho Municipal de Saúde: existe recurso pra tudo, existem contratações sem licitações, existem empresas contratadas sem licitação e quando chega na hora da saúde não tem recurso”.

Em tempo, enviei mensagens para a Secretaria de Comunicação da prefeitura e também para a Secretaria de Saúde, mas até o momento da publicação da matéria não obtivemos resposta.