Na semana passada entrevistamos o conquistense Orlando Leite Júnior, filho do ilustre Orlando da Silva Leite, ex-prefeito de Vitória da Conquista, um educador, de raríssima inteligência, e que oficialmente nomina a “Pracinha do Gil”, popularmente conhecida por ter morado ali o pai do famoso artista baiano e brasileiro, Gilberto Gil.

Com o propósito de retornar a Gincana Massicas, evento cultural que marcou os anos 80 e 90, discutimos com a professora Heleusa Câmara, Luís Ibiapaba e Esechias Araújo o retorno desse importante instrumento que movimentou não só a juventude, mas também os adultos que incorporavam o espírito jovem da estudantada que transformava a cidade num teatro de céu aberto. Agora, mais recente, em conversa com a nossa querida amiga, a professora Aline Pedreira Andrade, ela que se juntará ao projeto, entende que “nada melhor do que resgatar os nomes de ruas. Por que este ou aquele nome, por quê? Quem foi o homem ou a mulher que mereceu essa homenagem da Câmara de Vereadores? O que fizeram no passado para merecer tamanha homenagem?”, questiona uma das filhas de Flávio Andrade, um dos principais diretores do futebol profissional da Bahia, que fundou o Conquista Esporte Clube e brilhou nos anos 60 e 70.

A Rua João Pessoa, o seu nome original era Rua da Corrente; a Rua Dom Pedro ll chamava-se Rua do Magassapo; e assim por diante. Recorrerei aos amigos e historiadores Rui Medeiros, Durval Menezes, Paulo Nunes, Paulo Márcio e Carlos Costa para nos ajudar nesse trabalho de resgate da nossa história.

Hoje saberemos um pouco desse homem brilhante que nomina uma rua que a mente sensível da professora Conceicão Barros escreveu: “e assim, caminhando por essa rua, pisando o chão que a sustém, observando e pesquisando o melhor de cada uma das pessoas que moram ali, descobrimos um segredo que ousamos contar: parece que lá, todas as pessoas são felizes! Afinal, moram na rua dos sonhos, num pedaço grande de esperança chamado Vitória da Conquista”.

Leonídio Oliveira é uma rua, cujo nome tem uma história bonita de vida, escrita com muito amor e honradez, uma verdadeira saga, um exemplo para os filhos e netos, e que inspirou a família a seguir os seus passos. Daí, às vezes perguntamos: de onde vem o espírito solidário e empreendedor desses empresários que povoam a nossa cidade?

Leiam a história de Leonídio Oliveira e na matéria vocês verão algumas fotos nas quais aparecem, Inácio Leite (pai dos engenheiros Robson e Marcos Leite), os irmãos Onildo, Sérgio e Sandra Oliveira (Labo) e o primo Gilmar Oliveira, presidente da Coopmac.

“Leonídio Pereira Oliveira nasceu em 11 de novembro de 1886, no município de Guanambi/BA, Sudoeste da Bahia. Cursou a escola primária, e tornou-se tropeiro, profissão que corresponde, atualmente, a de um caminhoneiro. Esta profissão foi de grande importância no desbravamento do interior do sertão brasileiro. Leonídio Pereira Oliveira conduzia mercadorias por todo estado. Em suas viagens conheceu Vitória da Conquista, para onde se mudou em 14 de setembro de 1915, trazendo consigo sua mulher, Minervina de Castro, com quem teve dez filhos.

Residia na fazenda São Bernardo, em uma pequena casa, mas a família cresceu e foi preciso uma casa maior. Procurou, então, investir na pecuária e logo se tornou pecuarista. Buscando oferecer educação aos seus filhos trouxe do Rio de Janeiro um professor, para que desse aulas aos seus filhos e aos filhos dos agregados de sua fazenda. Revelou um comportamento evoluído para sua época. Na década de 30 já tinha em sua fazenda água encanada e luz elétrica. Adquiriu também nesta época um carro FORD conhecido como Fubica. Ficou viúvo em 1941, e casou-se de novo, com Ana, tendo dois filhos nessa segunda união. Foi considerado um dos fundadores de abertura da primeira estrada de rodagem do município. Era tido como um conselheiro político, tinha muitos amigos na política e os ajudava nas campanhas. Os eleitores costumavam buscar sua opinião.

Foi homenageado também em Barra do Choça, onde há uma rua com seu nome. Separou-se da mulher, e anos depois, casou-se novamente com Anaziza, com quem teve mais dois filhos.

Leonídio Oliveira teve uma vida digna, honrada e de muito trabalho Faleceu em 03 de setembro de 1971.”