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Continuam as dúvidas sobre o retorno das aulas presenciais, pais e alunos estão apreensivos, as posições são várias, a população fica refém das decisões das autoridades, que por sua vez também não estão seguras quanto o que fazer.

O que agrava a situação é a politização por parte de alguns setores, no meio disso tudo, a sociedade em busca de uma solução para o futuro dos seus filhos.

Hoje, logo cedo, convidei uma querida amiga, professora, mãe, cidadã, muito politizada, e que tem condições de me conceder uma entrevista sem partidarizar. Infelizmente, ela não irá, o que é uma pena. Eu entendi a situação. De qualquer sorte, publicarei aqui parte da nossa conversa com a sua autorização, sem identificá-la, claro:

“Tomara que sejam ouvidos; o coronavírus é sério, mas a desconstrução do saber é bem pior…

Uma volta escalonada, em dias alternados, utilizando a internet para complementar os estudos é bem viável.

É preocupante para os alunos, e mesmo para a família, que se desestrutura em função de se ocupar com funções que não lhes pertence, passando aos alunos a ideia de pavor ao processo de aprender.

Bem que a mídia poderia bater nessa tecla, quem sabe se o estado não priorizasse os professores ao invés dos presidiários?

Imagino quem tem crianças com diagnóstico de TDHA… na verdade tenho receio, não pena, são pais, mas não possuem a competência de lidar com os déficits de atenção…

Por outro lado, professores em risco, o grupo invisível socialmente, expostos ao máximo, nesse contexto.

Acabei de assistir uma entrevista no SBT… a professora, secretária de educação… não era representante do MEC… afirma que o Brasil, entre os países do mundo, é o que mais tá demorando pra voltar às aulas.

Disse que as crianças podem desanimar da escola e ir pra rua… se envolver com drogas, etc. acham que o risco tá maior do que pegarem e transmitirem o coronavírus.

Disseram que os sindicatos estão propagando a ideia de que as escolas serão capazes de manter as normas de distanciamento

Só Deus na causa!!!

Infelizmente temos um ministro de educação figurativo; agora piorou com a autonomia legada aos estados e municípios ante a covid…

A pressão pela volta das aulas, tenho acompanhado, tem sido grande pelo governo federal, mas os Estados seguem ignorando o desespero de pais e alunos que precisam de voltar ao novo normal, nem que seja via ensino híbrido.

Até 15 dias atrás vínhamos sendo preparados para o retorno via ensino híbrido: 4 horas/dia presencial e 2h/aula online, vez que as condições dos alunos da rede, uma boa parte, não possuem acesso à rede, e mesmo que todos tivessem os recursos, só o olhar atento do professor para dar conta dos alunos que não conseguem acompanhar o desenvolvimento das aulas/atividades.

Não posso falar em nome dos colegas, tampouco do Estado, ao qual sou servidora…

Como mãe estou satisfeita… minha filha teve suporte no IFBA, é federal, e agora já veio a programação completa via ensino híbrido.

Vai ser muito difícil encontrar um professor que se posicione; a pressão é grande sobre nós…

O ideal seria você convidar o Ricardo, da Direc 20, questionar se não há autonomia local para restabelecer as aulas, vez que a cidade está entre as que tem um número controlado do vírus.

Estive com meu vizinho, que trabalha na UTI do Samur, diz que há casos sim, mas que 90% é de cidades circunvizinhas…

Sinceramente? Fico em dúvidas quando vejo políticos ignorarem o vírus e seguir com suas vidas enquanto controlam o povo… Aí acho bem estranho…

Há muito se fala em controle populacional, não seria novidade: ou se mata por um vírus criado ou se mata pelo medo, que impede pessoas de seguirem com tratamentos importantes de doenças…

O vírus dá dinheiro, as aulas não; quanto mais analfabetos melhor.

Levei minha filha na Cacau Brasil, na Alameda, me doeu ver uma aluna me reconhecer, mesmo com máscara, se ofereceu para me pagar, para que ela pudesse estudar, pois sabia que apenas a educação poderia dar um rumo a sua vida…

Taí, um grupo bom pra você entrevistar… alunos, a parte interessada nesse contexto.”