Com o advento do axé por todo Brasil, Conquista saiu na frente no interior do estado, passando a tradicional Micareta de Feira de Santana em conceito e beleza plástica. Lançamos a Miconquista em 1999 depois do projeto ficar abortado por oito anos.

Atravessei o Vale do Jequiriça, cheguei a Ilha de Itaparica, onde os empresários das bandas foram ouvir a nossa ideia de que um calendário seguindo um roteiro pelo interior do estado baixaria os preços e o movimento do trio elétrico, da nova música baiana, deixaria a capital e ganharia corpo junto aos foliões das principais cidades do interior.

O resultado foi o que todos sabemos, a festa de rua ultrapassou as fronteiras do estado, chegou as principais cidades do Brasil e surgiram o Ilhéus Folia, Carnaval Antecipado de Itabuna, Recifolia, Fortal, Maceió Fest, Micarande, Pre-Caju, Vital, Carnagoiania, Carnaberão, Carnabelô, Carnasampa, Carnalfenas, GVFolia, Carnamontes, e outras menos citadas.

Mais à frente, cidades do interior de minas, principalmente do norte do estado, lançaram suas festas, até que as cidades influenciadas pela Miconquista, como Brumado, Caculé, Caetité, Guanambi, Barreiras, Bom Jesus da Lapa, Ibotirama, Jequié, Ipiaú, Itajuipe, Itapetinga e também a nossa vizinha Barra do Choça entraram no roteiro da folia. Com tudo isso, o glamour, o charme e todas as peculiaridades da “terra do frio” mantiveram a nossa festa como o principal destino.

O Massicas entendeu que não se tratava de uma festa apenas, mas de um projeto para movimentar a cidade com muita música, alegria e, claro, emprego e renda. Criamos o Massiverão para o mês de novembro e o Massifolia para o mês de setembro. Muita gente me encontra na rua e diz: “sinto falta daqueles tempos, como era bom”, relembram. Eu também sinto saudades.