Já tarde da noite Régia me avisou e em seguida Jânio Freitas me confirmou a triste notícia.
Ainda moço, muito jovem, nos deixou ontem sem avisar, “nem se despediu de mim”, de maneira tão rápida o nosso querido poeta e cantador Edilson Dhio partiu para junto do Pai, Deus o chamou para junto de Si, ele foi dedilhar viola e cantarolar belíssimas canções que fizera desde menino nos festivais da vida. Ao lado de Chico Luz me ajudou a construir o Festival de Música e Poesia em Vitória da Conquista, realizado em três edições e dos quais saíram talentos como Papalo Monteiro, Nagib Barroso, Paulo Macedo, Gutemberg Vieira, Tom Tom Flôres, Tato Lemos e tantos outros filhos que Vitória da Conquista tem a graça de ser mãe. Foi ele o responsável por elaborar o regulamento do Festival cujo teor foi apresentado aos inscritos, item por item foi discutido com os participantes e ao final da leitura ele disse: “todo mundo leu? Todos aprovam? Qualquer dúvida devemos tirar aqui, agora, porque as decisões dos jurados são IRRECORRÍVEIS!”, finalizou com os aplausos de todos.Dhio sempre foi muito amigo e gentil, bom parceiro, que o diga Nagib com quem compusera algumas músicas. Artífice do meu primeiro projeto apresentado à Câmara de Vereadores para o então prefeito José Pedral para criar em Salvador a Casa do Artista, mantida pelo município, onde os nossos talentos seriam acolhidos a partir do momento que fossem estudar na capital.
Dhio foi desde menino um artista nato, inquieto e contestador, mas também muito sereno e propositivo, ele produzia conteúdo e fez da música a sua maneira de viver e sobreviver com respeito e dignidade. “Além do horizonte existe um lugar, bonito e tranquilo pra gente se amar”, Ivete cantou esta canção de Roberto no Festival de Inverno, naquele instante a multidão que estava no Parque de Exposições fez um silêncio divino, cada pessoa ali presente fez uma comunhão com Deus, portanto Dhio está bem, está em paz.
O enterro será hoje no Campo Santo, em Salvador. As informações são do seu primo Carlos Chiachio.