Nem todas, tenham certeza disso. Elas sabem muito bem separar o seu cada qual. Nem todas estiveram ali dizendo que o seu candidato seja A ou B. É claro que a grande maioria é eleitora de Fernando Haddad que disputa o segundo turno com Bolsonaro tentando chegar à presidência da República, mas nesse bolo têm muitas mulheres que querem apenas dizer: “respeite as mina”.

As mulheres não aceitam ser tratadas como objeto, não querem mais ser a “eterna companheira do seu homem”, não se permitem mais ser a Amélia, aquela considerada a “Rainha do Lar”, aquela que sempre está disponível a qualquer hora, a todo instante, com roupa lavada e cama arrumada, prato na mesa, cuidando e zelando pelos filhos.

A mulher de hoje deixou de ser coadjuvante, protagoniza as principais cenas do dia a dia do casal, da vida da família e das decisões do rumo que devem tomar. É assim a vida da mulher conquistense, não importa o que vai acontecer, mas as mulheres de Conquista capitaneiam os eventos sociais e políticos da capital do sudoeste da Bahia.

No último sábado elas foram às ruas dizendo não ao preconceito, a desigualdade, disseram que o Brasil não pode e nem deve respirar ódio e intolerância, por isso percorreram várias ruas do centro da cidade gritando por liberdade e por nenhum direito a menos.

A polarização das eleições entre Bolsonaro e Haddad retratou um clima de radicalismo que precisa ser corrigido para que não aconteça algo mais grave do que simplesmente a troca de farpas. Cremos que as mulheres podem dar uma grande contribuição ao nosso povo se permitirem que elas sejam as nossas timoneiras. O colorido das suas roupas nas ruas da cidade durante a caminhada de ontem mostrou um cenário de festa, mas também retratou que a luta está presente e firme, e que o Brasil não tem mais espaço para regimes totalitários e de exceção.

De qualquer sorte, o ato revestiu-se uma soma de esforços para ajudar ao candidato Fernando Haddad a “dar a grande virada” neste segundo turno.