WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
secom bahia engenhar construtora PMVC vittasaude HSVP hospital sao vicente santa casa


agosto 2016
D S T Q Q S S
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
28293031  
blog do marcelo

camara de vitoria da conquista

atlanta veiculos

unimed

pinheiro plantas

Simone Andrade Quadros nos deixou

Simone Andrade Quadros – facebook – 03-08-14

Simone Andrade Quadros – facebook – 03-08-14

Simone foi em vida uma pessoa querida, a família e os amigos bem sabem. Os colegas de escola do Colégio Batista, principalmente, guardam ótimas lembranças. Bomfim, por exemplo, foi colega de Simone na antiga escola comandada pelo saudoso Gesiel Norberto, a partir da quinta série, lhe presta uma homenagem através de um lindo texto, que vocês verão mais à frente.
Simone é filha de um dos principais políticos da história de Conquista, Gilberto Quadros e da querida Ileuza Quadros. Ela deixa o marido Heliton Castelo Branco, o filho João Pedro Castelo Branco, os irmãos Gilberto Quadros Jr., João Carlos e Gilza Quadros.
Bomfim, um dos seus grandes amigos e colega, lhe deixou a seguinte homenagem:

“E a morte perderá o seu domínio. Mas, quando, Dylan Thomas?
Domingo, 7 de agosto, fazia 15 anos da morte de meu pai. Às 7h41, Gilza me telefona e informa que Simone Andrade Quadros partira às 4h da manhã. Encerrava ali vários meses de sofrimento de todos os tipos para Simone, seus familiares, seus amigos e conhecidos.

Simone Andrade Quadros – 20-09-1974

Simone Andrade Quadros – 20-09-1974

Guerreira, lutou bravamente contra uma doença que a ciência não consegue vencer: o câncer (nesse caso, o câncer de cérebro).
Em pleno Século XXI não percebemos nos governos de todos os países prioridade na saúde. O investimento é na doença, e aí se vende mais medicamentos e as soluções definitivas ficam cada vez mais para adiante. As indústrias de medicamentos e de armas são as principais vendedoras do planeta.
Eu e Simone construímos nossa amizade nos anos 70. Fomos colegas de classe no Colégio Batista Conquistense (então dirigido pelo pastor Jesiel Norberto da Silva) de uma Vitória da Conquista que jamais sairá de nossa memória.

Colégio Batista Conquistense antes. Hoje, um prédio mal cuidado

Colégio Batista Conquistense antes. Hoje, um prédio mal cuidado

 

“Baba” na quadra do Batista, em agosto de 1974

“Baba” na quadra do Batista, em agosto de 1974

 

Banda do Colégio Batista Conquistense – Desfile do 7 de setembro de 1974 – Rua João Pessoa

Banda do Colégio Batista Conquistense – Desfile do 7 de setembro de 1974 – Rua João Pessoa

Em 75, viemos para Salvador, fizemos o 3º ano científico no Águia, cursinho pré-vestibular e colégio, localizado na Praça da Piedade.
No início dos 80, ela na engenharia, eu em jornalismo, tomamos caminhos diferentes. O reencontro foi no início de 2000 e vimos que a amizade não mudara. Ela me alugou um apartamento e, com a nova tecnologia, passamos a nos falar mais por e-mail, redes sociais e os telefonemas nas datas de aniversário.
Acompanhei seu empenho para publicar o livro “Porta Aberta ao Juízo – Uma visão do mundo em pensamentos, sátiras e trovas” de autoria do seu pai, Gilberto Quadros de Andrade, pensador, escritor, poeta, empresário e político.
Nós nos orgulhávamos da longa amizade, da torcida de um para o outro, da solidariedade. Simone nunca falou mal de quem quer que seja, tinha sempre o ideal conciliador.
Quando nos reencontramos ela era sócia de um sólido escritório de engenharia. Graduou-se, também em fonoaudiologia e há três anos era sócia proprietária de uma franquia das Óticas Carol. Eu soube por Ana Ribeiro, cineasta que atua na TV Câmara e foi sua professora na Faculdade de Fonoaudiologia, que o intuito de Simone na condição de fonoaudióloga era fazer uma clínica dedicada a pacientes com deficiência auditiva.
Voltando ao fatídico 7 de agosto de 2016. Eu olhava várias vezes a placa da capela E do Jardim da Saudade (bairro de Brotas) e mesmo assim não me convencia do acontecimento. O nome grafado era o de Simone Andrade Quadros. E o corpo no caixão era o dela. Mas isto era inaceitável, para minha mente e meu coração. Simplesmente eu não conseguia admitir.
Não posso admitir que as aulas no, hoje, extinto Colégio Batista ficaram lá atrás, ecoando nos anos 70. E que a turma (Simone, Gleide, Alba, Fádua, Silene, Bomfim, Luiz Carlos, Mário Sérgio, Deli, Flávio, Antônio Henrique, Paulo Ludovico, Ronaldo Tico-Tico, Fernando Zoião e outros) que descia a Alameda Ramiro Santos, brincando, cantandoSkyline Pigeon, feliz não existe mais.

Da esquerda para a direita, Gleide e Fádua (em pé); Silene e Simone – agosto de 1974

Da esquerda para a direita, Gleide e Fádua (em pé); Silene e Simone – agosto de 1974

Admitir o fim é esquecer as festinhas puras que fazíamos naqueles tempos de colégio. Como a festa em 21 de fevereiro de 1976, na qual Paulo Nunes (hoje reconhecido jornalista e advogado em Conquista) se esmerou na condição de DJ, repetindo o sucesso da hora “Torneró”.

Paulo Nunes e Bomfim – dia de festa – 21-02-1976

Paulo Nunes e Bomfim – dia de festa – 21-02-1976

 

Lili varre a casa (Rua dos Prates, nº 66) para a festa – 21-02-1976

Lili varre a casa (Rua dos Prates, nº 66) para a festa – 21-02-1976

E as lembranças confundiam-se com a crua realidade.
No salão da capela, falei com Ileuza, a mãe-coragem de Simone; Gilza, a irmã; Gilbertinho e João Carlos, os irmãos que eu vira crianças na velha Conquista; falei com Heliton, o marido que ela tanto elogiava; o filho João Pedro, maior orgulho da mãe. Revi colegas da época de colégio, conterrâneas (Déa, Alba Lilian, Lia, entre outras) que não via há muitos anos, nos unimos no choro, nas lágrimas, na dor. Sabíamos todos que ali, naquele momento, estava o sofrido corpo já sem as dores que o machucaram durante meses. E nos consolávamos com o entendimento que o espírito estava livre para tomar o caminho de outras dimensões.
Então, deixava o salão para tentar espairecer e voltava a ver a placa na entrada da capela E. De novo, a sensação confusa de mistura do passado e presente. O que é realidade? O que é vida? O que é tempo? O que é morte? A confusão mental aumentava com a busca acirrada das permanentes dúvidas da humanidade: De onde viemos? Quem somos? Por que vivemos? Para onde vamos?

simone-no-linkedin-ia
Cito algumas das últimas conversas, no gtalk e por e-mail, que tive com a querida Simone. Nesta, falávamos das Óticas Carol, ela estava empolgada com a nova atividade:

quarta-feira, 16 de abril de 2014 14:28
Brown Gmail
Não pude ainda ir à loja. Muito trabalho. Tanto no sindicato quanto na Câmara estou completamente sem tempo. Desculpe.
Simone Quadros
Não tem problema, querido. Deixa pra semana que vem que vai chegar novidades. Te aviso!
Brown Gmail
Obrigado, querida, pela compreensão. Realmente, tempo é o que me falta. Tenho 3 óculos para processar algumas mudanças. E quero fazer com em sua ótica, lógico.
Simone Quadros
Claro que vai fazer comigo. A gente aproveita pra se ver.
Brown Gmail
Sim, é muito bom lhe rever, sempre.
Beijos, querida.
Simone Quadros
Beijos. Assim que chegarem as novidades, te aviso. Qualquer dia é dia pra gente brindar nosso bem querer.
Brown Gmail
Verdade. Beijos

Acabei não indo à ótica. Não brindamos ao seu novo trabalho e as conversas em 2015 e 2016 foram sofridas. De alguma forma ela sabia que a doença era grave, como suas frases revelavam em conversas posteriores. Mas, como sempre ressalta Ileuza, sua mãe, ela nunca blasfemava, e não perdia o humor. Por exemplo, Conquista City era expressão corrente em nossa turma no Colégio Batista:

data: 27 de abril de 2015 12:49
NÃO FICA PREOCUPADO. TE PROMETO QUE VOU SAIR DESSA.
BJ
data: 17 de setembro de 2015 09:29
QUERIDO, ESTOU BEM, EM cONQUISTA CITY. VIM PRO NASCIMENTO DE UM SOBRINHO E CASAMENTO DE UM PRIMO. sEMANA QUE VEM VOLTO A SSA
BEIJO
17 de setembro de 2015 19:23
É que acontecem muitas coisas. O período de um tratamento desses é atípico na vida da gente… Muito médico, cabelo que cai, dificuldade de lidar com tantas coisas diferentes…

Após postar a notícia da morte no Twitter, domingo cedo, tive a solidariedade do engenheiro, auditor fiscal, advogado e escritor (autor de A Casa que Mora em Mim), Fernando Zamilute. Ele escreveu tão bem sobre esse momento em que a morte se nos apresenta mais inteira, que pedi sua autorização para publicar sua mensagem:
“Pouco mais a dizer, exceto que tenho visto e, mais que isso, percebido, a volúpia com que a senhora de vestes negras e foice tem se aproximado de nossa geração. Se não lhe disse antes, faço-o agora: toda morte me soa prematura. Umas, porque de fato o são, sob qualquer perspectiva; outras porque, ainda que pareçam tardiamente chegar, levam-nos entes que desejaríamos ter para todo o sempre ao nosso lado.
Mortes incidentais, dentro da nossa geração, já vêm ocorrendo aqui e ali, vez por outra, e disso nos dão provas os saudosos Popó e Peri, Fit, e outros mais… O que se nos apresenta nos últimos tempos, no entanto, é um assédio sistemático e meticuloso por parte dela, sem que saibamos ao certo por qual flanco ela virá. Guardemo-nos, pois!!”
Em relação à Simone, ele afirma: “Nunca tive a oportunidade de conhecê-la, ainda que fugazmente. Que esteja em paz!!”

Simone Andrade Quadros – facebook – 24-01-2014

Simone Andrade Quadros – facebook – 24-01-2014

E lembrando o discurso de despedida feito por Heliton, no salão da cremação do Jardim da Saudade, Simone cumpriu sua missão, foi feliz nesta vida, digna na enfermidade e nos preparou para sua morte, deixando uma bela lição.
Sim, Fernando, que Simone, Siu, Mone, esteja em paz!”

 Simone em 2014 e em 1974

Simone em 2014 e em 1974

1 resposta para “Simone Andrade Quadros nos deixou”

Deixe seu comentário

alessandro tibo


WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia