Pela lógica a matéria deveria sair no dia seguinte ao show, mas ainda sob a empolgação do resultado positivo do evento que tinha tudo para dar errado devido as incertezas, as dúvidas, as preocupações que atormentavam nossas cabeças. Afinal, junho já é um convite para os aviões não decolarem e não pousarem no aeroporto de Vitória da Conquista.

A preocupação maior vinha da paralização dos caminhoneiros que parou o país, e a nossa cidade viveu essa realidade. Ficamos ilhados sem gasolina, fornecedores de parte da estrutura interditados na estrada, a população estava cética, os restaurantes vazios, farmácias, mercados, tudo deserto. E a turma da balada, os forrozeiros, todo mundo estava muito discrente que o show ocorreria. Nos postos de vendas de ingressos a pergunta era uma só: “ainda vai ter o show, vai adiar para quando?” Os artistas acompanhavam tudo, ficaram solidários, a decisão seria nossa, do Massicas e do Zênite, mas eles acatariam. Alexandre Rosa e Paulo Gondim, empresários de Lucy e Targino, respectivamente, foram muito profissionais e acessíveis. Quando eu e Omar, diretor do Zênite, avaliamos a possibilidade do adiamento, vimos que seria um desastre, mas a situação nos impunha um pouco de prudência. É melhor adiar agora do que faltando dois dias pro evento, pensamos. Os artistas já estavam preparados para gravar um vídeo adiando o show e já anunciando uma nova data. 02 de julho, foi a data consensual, feriado estadual e aniversário do Massicas. Devolução de ingresso é frustante, remarcar show pior ainda. Começa tudo de novo: refazer contratos, novas mídias, e sempre traz uma dose de insatisfação para o público, mesmo a causa sendo justa.

No Zênite Pré-vestibular o movimento era intenso, estudantes da casa e das outras agremiações escolares não paravam de comprar ingressos, só ali vendia as meias entradas. Diante do quadro, Omar me perguntou: “E aí, Massa, adia? Eu sou contra.”, jogou a batata quente no meu colo! Rs… Fizemos a consulta para remarcar as passagens, o vôo para o dia 01 de Julho tinha vaga.

E agora, São João? Numa conferência rápida ente os três santos festeiros, eles chegaram a seguinte conclusão: “estudantes em busca de forró não tem quem segure, não adiem não!”. E o resultado vocês já sabem, uma Noite de Forró foi um evento que deixou claro que a juventude gosta da boa música, basta ter acesso. Foi um encontro forrozeiro de altíssimo nível, uma festa tranquila, jovens e adultos dançaram a noite inteira.

Targino consolidou a sua carreira, mostrou que é bom e que o público gosta dele. Lucy Alves superou todas as expectativas, uma boneca, rosto angelical, sorri o tempo inteiro, de um talento indiscutível, tem um estradão pela frente. Rony já tem ciência que o seu nome já é capaz de garantir sozinho a animação da galera.

O forró apenas começou, o São João no Glauber Rocha promete ser animado, tem mais esquentas por aí, um monte, é só procurar que você acha. Saia do 0 x 0, forró é pra isso. Bote fé!