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Passadas as eleições municipais, o resultado está sendo degustado pelo prefeito Herzem Gusmão e também pelos seus opositores:

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Zé Raimundo, que não logrou êxito nas urnas, embora muito bem votado, 81 mil votos mais ou menos…

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…e também por Waldenor Pereira, Guilherme Menezes, Fabrício Falcão e Jorge Solla.

Consta na lista não apenas lideranças, mas todos os partidos de oposição:

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PT, PCdoB, PSB, PSOL, Rede, PSD e aquelas siglas saltitantes, que hoje está ali e amanhã está acolá.

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Tipo nuvem, muda de lugar a qualquer instante. Frase bastante usada hoje para definir políticos e siglas adesistas.

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Parecem um cidadão conquistense, aposentado, “banda voou”, nômade, sem destino, que adorava viajar desde que não fosse para muito longe:

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Ele ficava na saída da cidade para Itambé, por exemplo, e passava alguém que o conhecia e perguntava-lhe:

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“Tudo bem, está indo pra onde?” Pra Itambé, respondeu. “Eu estou pra Anagé, só vou apanhar um amigo ali”. Eu vou pra pra Anagé com você, tem problema não.

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É assim a nossa política. Os ideais não são tão firmes como muitos imaginam. Tem muito jogo de interesse, principalmente dos “donos” de partidos.

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Já está na ordem do dia a disputa pela presidência da Câmara de Vereadores. Dois candidatos estão em busca de votos: Luciano Gomes e Carlos Dudé, PCdoB e MDB, respectivamente.

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Dudé tem realizado reuniões, marcado cafés, já tem como certos os votos que o levarão ao cargo máximo do Legislativo conquistense.

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Luciano Gomes garante que, pelo menos, dois votos que estão com Dudé é quase certo que ficarão com ele, e explicou:

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“Eu chego lá. Além dos três do PCdoB, os quatro do PT, o de Chico Estrela e mais dois que também são certos, tem mais um que, com ‘fé em Deus’, vai somar comigo”.

A ver!

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O prefeito já disse que não irá interferir. Será? É natural que o faça. Qualquer prefeito atuaria no processo, ainda mais com o calendário político que está logo a frente.

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Embora os poderes Executivo e Legislativo sejam “harmônicos e independentes” como assegura a Constituição, ninguém se contém quando o poder está em jogo.

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As duas vitórias consecutivas do atual prefeito deixaram os partidos de oposição em estado de alerta. Eles não querem que repita o ciclo hegemônico de Pedral e do PT. Foram 20 anos de poder para cada lado.

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Está todo mundo de olhos abertos, atentos para não permitir que Herzem repita o mesmo.

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Enquanto isso, apoiadores do prefeito articulam um movimento para consolidar o grupo, para que seja algo consistente, científico, não apenas uma força eleitoral, individual, do candidato do MDB, que a partir de agora não se caracterize mais como um anti-petismo.

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Quem venceu as eleições em 2016 e 2020?  Herzem e Dona Irma e em seguida Herzem e Sheila. Só para lembrar: Dona Irma, atual vice, é mãe de Sheila, futura vice a partir de janeiro. Está tudo em casa:

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É um grupo só, todos dentro do mesmo quadrado. Os opositores sabiam, sabem, e os correligionários também.

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Em 2016, além de Herzem e Zé Raimundo foram candidatos Fabrício Falcão, PCdoB, e Joás Meira, PSB. Todos aliados políticos, mas entenderam que estava na hora de mudar. Ou não?

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Do outro lado, Arlindo Rebouças e Marcelo, Grupo Independente, ensaiaram outras candidaturas, todos com aproximação filosóficas e ideológicas. O eleitorado conservador, de direita ou centro-direita, escolheram o ex-radialista que já vinha ensaiando chegar ao poder em outras duas oportunidades.

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Também do lado dos partidos de esquerda, a cidade teve a opção de escolher entre Joás e Fabrício, e por que não o fez?

Ficaram com Zé Raimundo. Lá e agora.

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Façam a leitura das urnas, reflitam, quem errou, onde, como e porquê. Deixem terminar o ano, descansem, curtam a família, os amigos, usem sempre as máscaras, higienizem as mãos, só não sejamos dissimulados, lavem a roupa suja em casa e…

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…a partir de 02 de janeiro comece o movimento, se jogue em campo, ouse, busque o seu espaço, articule-se. Isso não é conspirar, acredite e lance uma candidatura, se é que você discorda do que está aí.

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Pedral se elegeu e elegeu vários prefeitos, voltou de forma triunfal pelos braços do povo. Ficou mais vinte anos no poder.

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Insatisfeitos, Rui Medeiros, Nonô, Zé Raimundo e Zé Novaes buscaram Guilherme e o elegeram prefeito contando com o apoio de Cloves Assis, Coriolano Sales, Ivani Ferraz, Saidi Sufi, Nud Castro e do próprio Herzem Gusmão. Tudo isso faz parte da “briga” pelo espaço político, faz parte do jogo democrático.

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Em tempo: Coriolano Sales e Cloves Assis não suportaram três solavancos do balançar do caminhão na estrada esburacada que ligava a cidade ao distrito de Zé Gonçalves, pularam logo do carro ou foram empurrados dele.

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O PT e partidos coligados, em especial Guilherme e Zé Raimundo, ficaram 20 anos no poder, se revezaram entre si.

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Durante essa trajetória, PCdoB e PSB resmungavam, chiavam, querendo uma alternância interna no poder. O que não aconteceu. Alguns membros insurgiam, mas não faziam o barulho necessário para preocupar o PT.

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Quando as candidaturas do PCdoB e do PSB foram lançadas, não convenceram a população que sempre entendiam como algo “meia boca”, sempre ficava a dúvida se era pra valer.

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O PCdoB foi mais incisivo, é verdade, o deputado Fabrício e sua turma chegou a desafiar os companheiros do PT: “só sevimos pra apoiar?”

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Didaticamente, encabeçado por Zé Carlos Oliveira, o PSB tentava explicar o porquê não enfrentar definitivamente uma candidatura própria, assumindo voo próprio.

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Durante todo esse processo tivemos figuras notáveis da nossa política que vieram do governo de Pedral, Murilo e Raul, e que estiveram dentro do governo petista:

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Sandro Pezão, Joel do Caminhão e Lúcia Rocha, todos estiveram na Câmara apoiando o Governo Participativo. Inclusive Dona Irma, que por um triz não ficou com Zé Raimundo. E foi uma grande perda, imagino.

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Vejam o que é a política: quem articulou a ida de Dona Irma para ser a vice de Herzem foi  José William, que acabou sendo presidente da Emurc e secretário de Agricultura do governo emedebista. Romperam. De quem é a culpa?

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Zé William acabou sendo um dos principais apoiadores do deputado Zé Raimundo, vestiu a camisa, assim como o seu filho, o jovem advogado Rafael Nunes.

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É preciso que vejamos a política com mais coerência, o povo está de olhos bem abertos, ele segue silencioso, votando de acordo a sua consciência.

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Política é uma arte, se exercitada com sabedoria muda a vida das pessoas. Se exercitada com malabarismo muda a vida de muitos políticos.