Meus amigos, eu estou aqui. Já sabia, é claro, nós todos sabemos: o problema é crônico, sério. Não adianta ficar jogando culpa no governo A, B, C ou D. Independente do governo que esteja à frente da saúde do nosso país, terá imensas dificuldades em resolver. Essa doença crônica é terrível e, a cada dia que passa, piora mais. A população não suporta mais, não aguenta. Não tem como reagir, até porque falta ali força. Eles já chegam nos hospitais em cima de macas, carregados por enfermeiros e enfermeiras, verdadeiros guerreiros.

E lá, mais à frente, os médicos estão à espera para tentar fazer alguma coisa. Eu estou aqui no Hospital de Base de Vitória da Conquista e presencio cenas terríveis. Por mais que o diretor queira resolver, ele não consegue. Ele não tem forças. O seu quadro administrativo também se esforça para fazer alguma coisa.

Não consegue. É incrível, mas é verdade. Nós somos um país doente em fase terminal. Vitória da Conquista faz parte desse contexto. É duro, é uma pena.

Além do familiar estar em cima de uma maca, aguardando a oportunidade para ir para uma UTI, para ter uma assistência digna, humana… Mas é demais. É terrível, é chocante, e nos deixa assim, quase que totalmente fragilizados e com vontade de jogar a toalha. Mas não pode.

Uma coisa que pode ser feita, eu vou dizer — e é claro, e eu entendo isso há muito tempo —: parem de estar jogando a culpa no governo que está à frente do hospital, de uma UPA. Não tem. Tem que unir todos, todos, todos, para que nós não continuemos a assistir cenas tão terríveis como as que a gente assiste. São famílias desesperadas telefonando para um, para outro, para um irmão, para um pai, para um avô: “Estamos aqui esperando uma vaga.”

Meu Deus!

Lá fora, as coisas acontecem. Você, eu, nós, estamos debaixo de um cobertor, dormindo bem, almoçando, jantando, dentro de um carro, dentro de um Uber, de um ônibus… Mas é terrível a situação da nossa população doente. É preciso que se faça algo.

E aí, a gente chama a responsabilidade das autoridades, dos políticos — todos. Não estou aqui culpando ninguém. Mas os políticos que foram votados para resolver a situação de uma população fragilizada, impotente, precisam se unir de forma suprapartidária e tentar, pelo menos, resolver o problema da saúde.

E, aliás, se for resolvido, nós podemos jogar as mãos para os céus e agradecer a Deus.