De repente, nós olhamos incrédulos para os quatro cantos e notamos que algo não anda bem. Nem tudo está como imaginamos, como planejamos. Está estranho. Percebemos pessoas tristes, preocupadas, gente que sempre vimos como fortes, gigantes, que não tinham medo de nada. Não é que se acovardaram, mas percebemos que estão fragilizadas. Já não são mais os super-heróis. Procuram um norte, um rumo. Começam a entender que existem limites, regras, e que vivemos no mesmo planeta. Portanto, estamos todos conectados, globalizados. Sendo assim, o que acontece no Oriente Médio, nos Estados Unidos, na Rússia, tem tudo a ver conosco.

O emocional das pessoas está muito abalado. Desde a pandemia, as pessoas estão sofrendo muito. Viram que muita coisa que estamos vivenciando agora, só conhecíamos através dos livros. Só que agora somos protagonistas disso tudo.

É claro, eu também olho para um lado e para o outro à procura de uma explicação. Sinto medo? Talvez. Não sou de ferro. Só que não posso perder a fé, nem me deitar esperando a morte chegar. Uma saída é cerrar os olhos, dormir e acordar no dia seguinte, na esperança de que tudo isso é um sonho. Mas não é. É real.

Fugir de Conquista, minha terra querida, e voltar pra Condeúba, minha amada terra?

Não posso. Não devemos nos entregar. Muita gente depende de nós: nossas famílias, nossos amigos… Muita gente depende de nós.

Quem sabe amanhã o sol brilhe, e as notícias ruins desapareçam. Assim, eu irei continuar acreditando que “o melhor lugar do mundo é aqui”, vendo minhas filhas e netas crescendo ao meu lado, ao lado da minha esposa, e assistindo também aos filhos de meus amigos crescendo felizes. E que o mundo seja bom para todos, independente de raça, cor e credo.