Somos finitos. Não tenha dúvida. Muitas vezes acreditamos que estaremos neste plano terreno para sempre — ledo engano. É o amor que temos pela vida, pelos familiares, pelos amigos, que nos faz esquecer dessa verdade. Mas é preciso aceitar e entender: somos finitos.

Fui apanhado de surpresa agora, ao receber a notícia da partida desse extraordinário compositor e cantor, uma das vozes mais marcantes do nosso país. Partiu meu querido amigo, de quem sou fã incondicional: Evandro Correia.

A cidade silencia. A cidade se cala. Perdemos uma voz — uma voz que sempre marcou profundamente os nossos corações. Ecoava aos nossos ouvidos como um trovão. Aquela voz linda, belíssima, que cantava canções compostas por ele mesmo. Evandro Correia é um artista que o país precisava conhecer ainda mais. Mas temos certeza de que agora ele canta junto aos anjos. Lá no céu, Evandro continuará com seu vozeirão. Não temos dúvida.

Lembro, querido amigo, de 1976 — o meu primeiro evento de rua. Foi lá no bairro Sumaré, ali próximo à Salgado Filho, onde jovens jogavam vôlei, outros jogavam dominó. E, em um canto da rua, numa esquina subindo a Olavo Bilac, armei ali — não um palco, mas um tabladozinho simples: cinco ou seis caixas de cerveja com uma tábua por cima. Aquilo foi suficiente. Você subiu ali e cantou para mim e para os jovens que lá estavam.

Perdemos um grande artista. A cidade chora. Mas, como disse, você agora cumpre sua missão de cantor e compositor lá do alto, cantando junto aos anjos.

Nosso conforto aos familiares, aos amigos, aos fãs e colegas de profissão.

Vá com Deus, Evandro. Saiba que você foi, sem dúvida alguma, um dos maiores artistas do Brasil. E pode ter certeza: o nosso reconhecimento é eterno.