Sabemos que o nosso país, o Brasil, sempre foi visto como
o país da tranquilidade, da alegria, do carnaval, do futebol. Um país onde não temíamos tremores de terra, onde a banalização das drogas não era uma realidade presente. A política, embora nunca tenha sido um exemplo absoluto, ainda mantinha certo compromisso com a ética pública.

Hoje, no entanto, a sensação de normalidade diante do caos é assustadora. A política, em muitos casos, perdeu a conexão com o bem comum. Más gestões se acumulam, e políticos já não se importam mais com o julgamento público. Suas ações — muitas vezes lamentáveis — seguem sem vergonha, sem consequência, e comprometem aquilo que deveria ser uma arte nobre: a política como ferramenta de transformação social.

Vivemos tempos sombrios. As drogas, antes combatidas com vigor, agora parecem fazer parte do cotidiano da juventude. O tráfico está nas ruas, nas esquinas, nos bairros. E as famílias? Cada vez mais impotentes diante desse mal que corrói vidas. Não importa se são drogas sintéticas, pesadas ou as chamadas “mais leves”, como a maconha — todas elas carregam consequências e sofrimento.

Além disso, convivemos com a realidade cruel do feminicídio. Mulheres seguem sendo vítimas de uma sociedade machista e violenta. E ainda enfrentamos, inacreditavelmente, a intolerância religiosa. Em pleno século XXI, ainda há quem ataque, discrimine e agrida por conta da fé do outro. Esquecem que vivemos em um Estado laico, onde a liberdade de culto deve ser respeitada e protegida. Toda religião merece acolhimento, e todo ser humano merece dignidade, independentemente de sua crença.

E como se tudo isso não bastasse, a guerra se tornou um cenário comum. Imagens de destruição e morte são exibidas diariamente nas televisões, nos rádios, nas redes sociais, nos blogs. A guerra deixou de ser um pesadelo distante e se transformou em parte da nossa rotina. Ucrânia, Rússia, Oriente Médio… discursos inflamados, ameaças entre potências mundiais. A violência virou espetáculo.

O mundo, que deveria ser lugar de paz, está se transformando em um campo de batalha. Mas não podemos jogar a toalha.

Precisamos nos unir, resistir, agir.

E aqui, dentro do nosso território, dentro do nosso convívio, é preciso rejeitar a indiferença, resistir ao desânimo, e não permitir que o caos seja normalizado. A mudança começa em cada um de nós — com atitude, consciência e compromisso com um futuro melhor.